Reposição Fêmea Nelore – 30/01/08
30 de janeiro de 2008
Reposição segue valorizada, indicador é cotado a R$ 500
1 de fevereiro de 2008

Mapa discorda das medidas tomadas pela UE

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou que não poderá emitir, a partir desta sexta-feira (1/02), o Certificado Sanitário Internacional (CSI) para exportações de carne bovina in natura para os Estados-membros da União Européia. A decisão européia é injustificável e arbitrária. O Mapa confia nos serviços veterinários federal e estaduais e entregará à Comissão Européia, até 15 de fevereiro, os relatórios de auditoria das fazendas.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou que não poderá emitir, a partir desta sexta-feira (1/02), o Certificado Sanitário Internacional (CSI) para exportações de carne bovina in natura para os Estados-membros da União Européia. Essa medida decorreu da decisão da Comissão Européia de não publicar, amanhã (31), a lista de fazendas brasileiras autorizadas a exportar para aquele mercado.

Com base nas inspeções dos serviços veterinários federal e estaduais, o Brasil havia apresentado à Comissão Européia, na última segunda-feira (28), a lista das fazendas auditadas e consideradas conformes, segundo os critérios de rastreabilidade exigidos pela União Européia. O serviço sanitário da Comissão indicou que selecionará 300 fazendas como base para inspeção a ser realizada no final de fevereiro. Uma delegação européia virá ao Brasil, no dia 25, para auditar o sistema e o trabalho realizado pelo serviço oficial brasileiro.

Nos termos do relatório da inspeção realizada pela União Européia, em novembro do ano passado, não foi identificada qualquer falha no que se refere ao sistema brasileiro de controle sanitário. Foram apontadas, apenas, não conformidades no sistema de rastreabilidade.

Segundo comunicado do Mapa, a decisão européia é injustificável e arbitrária. O Mapa confia nos serviços veterinários federal e estaduais e entregará à Comissão Européia, até 15 de fevereiro, os relatórios de auditoria das fazendas.

O governo brasileiro mantém sua posição de que a medida é desnecessária, desproporcional e injustificada, à luz dos problemas identificados no sistema de rastreabilidade e da comprovada ausência de risco à saúde humana e animal. A fim de que os entendimentos nessa área possam prosseguir é necessário que a Comissão Européia garanta transparência e previsibilidade quanto às próximas etapas para o retorno à normalidade do relacionamento comercial no setor de carnes bovina in natura, uma vez que os critérios a serem adotados pelo bloco europeu para seleção das propriedades ainda não foram definidos.

0 Comments

  1. Daniel Savazzi Abreu disse:

    Trabelhei por 7 anos em frigoríficos e acompanho muito de perto tudo o que os Irlandeses tentam (e algumas vezes conseguem!) fazer para banir a carne brasileira.

    O fato é que nossa rastreabilidade não tem como se encaixar nos moldes europeus, pois nosso país tem uma dimenssão continental e nosso rebanho é o maior do mundo (com fins comerciais).

    Entretanto, nossas campanhas anti-aftosa batem recordes de participação, ano a ano e desde o fatídico caso de outubro de 2005, não se ouviu mais dizer nada sobre essa doença, que dói mais no bolso do pecuarista e frigoríficos do que em qualquer outro lugar, o que é uma grande evidência de que aqueles casos foram provenientes do além fronteira.

    Os europeus ditam tantas e tantas regras ao mercado bovino do Brasil e aceitam comer carne subsidiada pelos próprios impostos e com risco de vaca-louca.
    Isso realmente é incoerente demais para aceitarmos.

    Esta na hora do governo brasileiro se impor, mostrar a UE que podemos viver bem sem eles, temos outros mercados (não pagam tão bem, mas compram e pagam, com boas margens) e temos capacidade de abrirmos outros mercados ainda melhores, pois lembrem-se, o Brasil já é o maior exportador de carne bovina, sem participar de mercados como EUA, Japão, Canadá, México, Coréia do Sul e Taiwan, por quê não focar nestes nichos e deixar os europeus comprarem carne Australiana (muito mais cara e chega menos fresca, devido ao trânsito), ou Argentina (correndo o risco do governo barrar da noite para o dia o fornecimento).

    É um risco que eles também querem correr, pois vale ressaltar, ninguém no mundo pode fornecer carne tão saudável quanto a brasileira, a um preço tão competitivo e com agilidade de entrega que o Brasil faz (são 20 dias em média, do frigorífico até Roterdam, por exemplo).

    Isso trará em breve, elevação nos preços, pela falta de oferta no mercado interno da UE, o que gera inflação.
    Para mim, tudo isso é pura politicagem da UE.

  2. Geraldo Majela C. Garcia disse:

    É muito importante neste momento de “susto”, que os pecuaristas não se desesperem e comecem a entregar seu gado a qualquer preço ofertado pelos frigoríficos.

    Apesar da incompetência de nossas autoridades que, não mostram a verdadeira realidade produtiva da carne no nosso país e que, por isso, as exigências do MCE são inviáveis, os frigoríficos vão redirecionar sua exportacões; além do que, a carne industrializada não tem qualquer restricão.

    Tem um detalhe: não tem muita oferta na praça.

    Segurem suas boiadas.

  3. Cleber Ramos disse:

    Senhores pecuaristas, é hora de descartar o jeitinho brasileiro e levar a sério o sistema de produção, valorizando o produto final. Não esquecendo que determinadas regras tem que ser obedecidas.

  4. Roberto Ferreira da Silva disse:

    E agora? @ à R$ 50,00?

  5. Felipe Cordeiro disse:

    Mais uma vez ta virando uma novela esse negócio. E quem pagará os custos das propriedades que já aderiram a rastreabilidade e não irão estar nesta lista?

    Mas que desrespeito para com os médicos veterinários do nosso País, assim como eu, observamos que não estamos tendo mérito nenhum por parte de sermos veterinários, que no conceito da palavra, somos os responsáveis pela saúde do rebanho nacional. Acho que cada propriedade deveria criar seu próprio sistema de rastreabilidade, com técnicos responsáveis por cada propriedade, ou seja, cada propriedade deveria ter um veterinário responsável, assim desta forma, nosso diploma teria algum valor no país.

    Acho que os veterinários deveriam emitir os certificados de propriedade controlada e monitorada periodicamente para doenças infecto-contagiosas e as demais doenças, afim de garantir um produto livre de doenças, saudável como é a carne do Brasil e segura, por ter profissionalismo envolvido.

    Agora, esta novela, de empresas privadas, governos e União Européia, enxergamos que é um negócio muito interessante para quem não é pecuarista, a máquina de fazer dinheiro mais uma vez.

    Por hora, acho com certeza que nós veterinários, deveríamos ser os responsáveis por cada propriedade do nosso país. O Brasil e os pecuaristas estão de parabéns, pois com as propriedades que temos, pelo tamanho que elas são, somos felizes em não termos problemas maiores, que causam danos a saúde pública, como por exemplo a Encefalopatia Espongiforme Bovina ou “Mau da Vaca Louca”, não temos esta anomalia em nossos animais causando problemas neurológicos nem nos animais e nem nos humanos. Carne do Brasil é sinônimo de saúde e segurança.

  6. Enio Antonio Marques Pereira disse:

    Essa é uma história antiga que parece chegar ao fim. A nota do MAPA indica uma possível tomada de posição junto a OMC. O Brasil deve informar o fato ao Comite de Medidas Sanitárias da OMC e cobrar explicações da UE à luz do Acordo sobre a Aplicação de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias.

    Chega de artíficios e remendos que aumentam as incertezas no mercado. O esforço internacional da harmonização das políticas públicas gerou avanços consideráveis que não podem continuar no desuso!

    Se isso ocorrer será muito bom para todos. Para os europeus e para os brasileiros ficará claro que o período das arbitrariedades sanitárias acabou. Agora as medidas sanitárias têm que ter base na ciência, devem ser aplicadas em toda a cadeia, da fazenda à mesa, o dono do bem ou serviço é responsável pelas especificações e segurança ao seu cliente, produtos defeituosos devem ser substituidos (recall/rastreabilidade), direito a informação.

  7. Roberval Junqueira Franco disse:

    Aconteceu o que muitos imaginavam.

    Um final triste e melancólico de uma comédia na qual atores incompetentes tanto na União Européia como no Brasil, desfilaram no palco do autoritarismo e do colonialismo, iludindo os brasileiros, protegendo os ingleses e irlandeses e debitando para o pecuarista brasileiro a conta a pagar desta trage-comédia ensenada.

  8. Daniel Sobreira disse:

    A UE não tem de quem comprar isso tudo por dois motivos; proteger o mercado deles e forçar uma baixa nos preços!

    O que não pode e nós entregarmos nosso produto mais barato a eles e sim cobrar mais caro quando este tipo de arbitrariedade acontecer! Temos que nos valorizar, segurem os bois nos pastos!

  9. Gustavo Costa Tiveron disse:

    Senhores, infelizmente aconteceu o que todos temiam e previam.

    Agora o Brasil tem que se impor, como o maior produtor de gado comercial do mundo, e dono do mais seguro meio de produção, o pasto.

    O sistema de rastreabilidade em nosso país seguiu moldes de França, Holanda e outros europeus, mas de uma forma totalmente errada. “Começou do fim”. Quando os europeus chegaram aqui há alguns anos atrás e exigiram um sistema de rastreabilidade, nos deram 90 dias para que implantassemos um sistema que nos referidos países demorou mais de 5 anos.

    Infelizmente a rastreabilidade bovina no Brasil serviu para que as empresas fornecedoras de brinco faturassem alto com essa “novidade”.

    Por outro lado, os frigoríficos com medo de que faltasse produto para exportar, começaram a fazer “acordo de cavalheiros” com os pecuaristas, onde forneciam os brincos, com todas as despesas pagas e garantiam assim os animais a serem abatidos. E isso não foi um nem dois, foram praticamente todos os exportadores, para não faltar produto para esse “parceiro” tão importante.

    No momento de se apresentar um sistema de rastreabilidade bovina para a Europa, as pessoas que fazem as leis (que deveriam entender pelo menos um pouco sobre o meio rural), deveriam apresentar uma proposta de rastreabilidade total do rebanho brasileiro que duraria no mínimo 2 anos e meio ou 3 anos. Começando assim pelo começo, o que pode parecer um grande pleonasmo!

    Rastrearíamos as mães e daí por diante seus filhos e assim subsequentemente! No final de 2 anos e meio, esses “primogênitos” já estariam aptos para o abate e daríamos sequência aos trabalhos de certificação. Mas como nada é pensado como se deve, o que eles fizeram foi apenas portarias para que empresas de brincos ganhassem dinheiro, e assim esperaríamos para ver no que ia dar! E deu no que todos temiam e previam!

    Como comentei em outro artigo aqui no BeefPoint, acho que o Brasil deve explorar novos mercados e esperar pela Europa clamar por nossa carne; mais saudável e mais competitiva que a dos irlandeses, ingleses e autralianos; sem falar na dificuldade que esses países terão em abastecer esse mercado, pelo tamanho de sua demenda. Quando eles voltarem a comprar a nossa carne, teria que ser do nosso jeito.

    Agora não é hora do MAPA ficar chorando na barra da saia da UE! Foram eles mesmos que deram essa enorme brecha para que tudo isso acontecesse.

  10. Marcelo Freitas disse:

    E muito fácil de analisar a credibilidade de nossa carne, pergunte ao mundo de onde vem a carne consumida no mundo?

    Eu perguntei a brasileiros que vivem na UE se a carne brasileira era gostosa e eles responderam “a melhor do mundo”, aliás essa pergunta não foi no Brasil e sim lá na casa deles.

    Então moçada, segurem os bois e apreciem um bom churrasco de picanha e filé, porque logo logo eles vão ter fome, fome de carne brasileira.

    Segurem os bois que o preço sobe.

  11. Elizeu Marcondes do Vale disse:

    Essa medida da UE, não passa de uma medida de interesse econômico e não sanitário como eles alegam, porém os produtores e profissionais brasileiros devem tirar disso a oportunidade de cobrar do governo mais inverção nos recursos no setor que tem gerado mais receita ao país, que é o agrário.

    A queda no preço será inevitável, porém como ocorre em toda especulação não durará muito, e sabemos que a oferta de carne está escassa.