Com as mudanças após o embargo europeu, as grandes empresas de certificação e rastreabilidade devem "abocanhar" as menores. Outra tendência possível é que as pequenas fechem as portas devido à crise de imagem. Segundo reportagem de Priscila Machado e Érica Polo, do Diário do Comércio e Indústria/SP, este ano o número de certificadoras deve ser reduzido drasticamente.
Com as mudanças após o embargo europeu, as grandes empresas de certificação e rastreabilidade devem “abocanhar” as menores. Outra tendência possível é que as pequenas fechem as portas devido à crise de imagem. Segundo reportagem de Priscila Machado e Érica Polo, do Diário do Comércio e Indústria/SP, este ano o número de certificadoras deve ser reduzido drasticamente.
Atualmente, das 71 empresas fiscalizadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) 24 tiveram os serviços suspensos e bloqueados ou foram descredenciadas.
A opinião é endossada pelo presidente da Câmara Setorial da Carne Bovina do Estado de São Paulo, Constantino Ajimasto Júnior, que acredita que os produtores estão bastante cautelosos. “Infelizmente, por conta dessa bagunça as certificadoras caíram em descrédito”, afirmou.
A queda da demanda já foi percebida pelo diretor comercial da Biox, empresa zootécnica de certificação animal, Fabrício Estrela Mendonça. “Os novos clientes estão mais cautelosos e quem já está no sistema deixa de renovar. Estamos orientando que se trata de uma coisa momentânea”, disse.
Para ele, a baixa procura está ligada ao fato de os frigoríficos deixarem de pagar o prêmio para o produto certificado. “Os frigoríficos estão na ponta e melhor organizados, com isso aproveitam para baixar o preço e deixar de pagar a diferença por rastreamento”, explicou.
Por outro lado, com a desconfiança generalizada entre os produtores, as grandes do setor estão sendo cada vez mais procuradas. Segundo o responsável técnico pela Cert Rastro, Rogério Girotto, nas últimas semanas a empresa passou a contratar mais funcionários. Com o novo Serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (Sisbov) a Cert Rastro chegou a registrar entre novembro e dezembro cerca de 50% da movimentação do ano passado inteiro.
Para o proprietário do Sistema Brasileiro de Certificação (SBC), Luiz Henrique Witzler, ainda é cedo para se antecipar as ações do produtor. “A imagem da certificadora foi arranhada, mas na minha ótica começamos em 2003 e partimos do zero, devemos melhorar esse sistema que já existe, mas sem esquecer que já houve um rompimento cultural do pecuarista que está mais atento a essas questões”, destacou.
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Na realidade o mercado sempre teve estes altos e baixos, como foi caso de 2005, com a descoberta de foco de aftosa em Mato Grosso do Sul, quando mais de 50 paises embargaram nossa carne.
Todos sabem que quando acontece um episódio de grande repercussão, como agora o embargo da UE, o mercado dá uma estagnada e logo volta ao normal. O que estamos precisando é seriedade na exucução do processo.
Quanto a imagem das certificadoras, não concordo que foi arranhada, pois toda cadeia sofreu algum arranhão, porque todo o seguimento da cadeia produtiva da carne, participou das discuções do Sisbov e de sua implantação, então sobrou para todo mundo.
Esta questão da certificadora ser grande ou pequena, não importa, o importante é executar o trabalho de forma séria e responsável, de forma que possa transmitir aos mercados compradores, segurança e cumprimento da legislação, isso é responssabilidade de toda cedeia produtiva da carne, do produtor ao frigorifico, isso é historia para boi dormir.
São lamentáveis as distorções das análises de algumas informações e fatos!
Primeiro, essa diminuição de Entidades Certificadoras já vem acontecendo naturalmente, e mais agora com a implantação do Novo Sisbov, á partir de 2007 o Mapa tem sido bem mais rigoroso na fiscalização das Certificadoras e aquelas que tem realizado um bom e sério trabalho de implantação de certificação nas propriedades ERAS tem se fortalecido cada vez mais nesse mercado.
Indiferente de ser grande, média ou pequena, é claramente percebido que tem ganhado muito mercado aquelas que tem realizado bons traballhos e atendido bem seus clientes nessa prestação de serviço, e quando a preferência comercial se dá por qualidade dos serviços prestados, tenho percebido um ótimo crescimento de algumas pequenas e médias empresas do setor. Devemos estar atentos ao argumento, de que pequenas podem ser prejudicadas com a crise, cada um tem seus artifícios de lidar com crise, e no histórico do mundo comercial, uma pequena bem administrada, organizada e com custos ajustados, podem sobreviver a várias crises e se tornar uma grande também.
Segundo, nesse momento de turbulência, muita incoerência e indecisões sobre o embargo da UE, acredito que tenha causado uma diminuição dos trabalhos das empresas envolvidas no setor, acreditando também que deve se normalizar em breve.
Quanto à baixa de preço discutiríamos o resto do ano esse assunto, agora a de deixar de pagar um diferencial por esse animal certificado é um pouco incoerente somente pelo embargo da EU, a título de informação, fechamos o ano de 2007 exportando carne bovina para mais de 170 países, cerca 54 exigem rastreabilidade dos animais, fazem parte do bloco da EU 27, restando ainda quase 30 paises compradores que continuam exigindo rastreabilidade dos animais.
Os produtores tem tido custos com a implantação do sistema em suas propriedades e realmente agora está havendo uma mudança no conceito de certificação e rastreabilidade. Estamos começando a implantar um sistema mais ajustado, como ressalva o colega Luiz Henrique, devemos implantar uma rastreabilidade séria e fundamentada, sendo importante fator também para recuperação de mercado e abertura de outros que virão, isso é evidente.
Aproveitando a oportunidade desse grande divulgador de noticias do mercado pecuário, que é o BeefPoint, alerto aos colegas, que tomemos sempre cuidados ao dar entrevistas e informações, pois muita informação pode ser divulgada de forma distorcida.
Abraço, saúde e bons trabalhos a todos.
A crise da rastreabilidade começou faz tempo! Em 2007, nesta mesma época, o SISBOV estava inoperante,porque o Ministério decidiu modernizar o banco de dados do SISBOV, mas não tinha funcionários para fazê-lo. Só se deu conta disso depois de tirar o sistema do ar! Irresponsabilidade total, tudo parou por 120 dias, sem que fossemos avisados do fato. Qual empresa pequena resiste a isso? 120 dias parado, pagando funcionário, sem receita alguma.
O embargo foi o golpe de misericórdia sobre aqueles que vestem a camisa verde amarelo! Acabou! Os políticos deste Brasil não vestem verde nem amerelo, vestem as cores de seus patrocinadores. Quando o MAPA precisar da estrutura “rastreabilidade” (técnicos de campo, certificadoras, fábricas de brincos) para tratar com um rebanho de 200 milhões de cabeças, não vai achar pedra sobre pedra, já morreu todo mundo! Quero ver como irão vender para UE ou até para a dona de casa brasileira mais atenta!
A falcatrua neste Brasil existe para contemplar poucos! Nós que trabalhamos sério e que ainda acreditamos neste país, produtores rurais (coitados), técnicos, agrônomos, veterinários, certificadoras e fábricas de brincos, os que realmente buscam construir um sistema sério, que se lixem! Acabou para os que trabalham. Para os que recebem todo final de mês gordos salário lá em Brasília, fica fácil, dá-se um jeito!
Prezados,
No meu entendimento, acho ainda muito cedo para afirmar que os produtores acabarão procurando as certificadoras maiores, em decorrência da crise originada pelo embargo europeu. Até porque, essa é uma crise de “credibilidade” no sistema. E todos nós, representantes de certificadoras, assim como os produtores, funcionários do governo federal (Mapa) e frigoríficos exportadores, enfim, representantes de todos os elos da cadeia produtiva da carne bovina, sabemos que existem certificadoras pequenas, médias e grandes, que atuam dentro da legislação, fazendo um trabalho sério, descredenciando supervisores técnicos que não cumprem as regras do sisbov. E todos sabem também, que existem certificadoras, de qualquer porte, inclusive grandes, que nada mais são do que vendedoras de brincos. E os produtores sabem disso. A questão não é o porte da empresa. É a credibilidade que ela tem no mercado.
Mas se o Ministro disse que o Brasil vendeu carne não rastreada, o problema não está nas fazendas ERAS, não está nas Certificadoras. O problema tá na venda da carne, tá com o próprio Ministério que chancela a operação!
O Ministro foi muito infeliz, disse isso para tirar a culpa do MAPA e entalar o que podia nos Frigoríficos, que a gente sabe que não são santos, mas o tiro saíu pela culatra! Que incompetência!
Além de transparecer para Rússia, Chile que a carne vendida para eles também pode não ser rastreada.
Agora o embargo virá de todos os países que nos compram (compravam)!
Este Ministro tá com os dias contados!
Muito bom o comentário de todos até o momento, principalmente o do nosso colega, Rodolfo Ranieri.
Não acredito que de forma alguma, os produtores irão procurar certificadoras maiores para dar continuidade aos seus serviços, pois, o problema está no geral, está no conceito, e isso tem que mudar.
Quem está no ramo a um bom tempo, sabe que já passamos por crise maiores do que essa, a última no ano passado no inicio do NOVO SISBOV, o que resultou já na desistencia de algumas certificadoras do ramo.
No ano passado aconteceu o que muitos não acreditavam, uma forte fiscalização do MAPA junto as Certificadoras credenciadas, no que resultou da suspensão e descredenciamento de algumas empresas. Em virtude disso, acreditamos que as empresas que receberam conformidade do MAPA e que continuam atuando tem totais condições de fornecer Certificação SISBOV de qualidade, seja ela qual tamanho for.
O que nós temos que fazer sempre é o nosso dever de casa, e isso inclue toda a cadeia. Já está na hora de mostrarmos para a UE que temos totais condições de assegurar nossa Certificação.
Um abraço a todos.