O mercado do boi gordo segue pouco ofertado e os frigoríficos precisam diminuir a pressão que vinham imprimindo sobre os preços para conseguir adquirir animais. O certo é que as escalas estão curtas e enquanto a oferta de animais para abate não aumentar as pressões baixistas não devem ganhar força.
O mercado do boi gordo segue pouco ofertado e os frigoríficos precisam diminuir a pressão que vinham imprimindo sobre os preços para conseguir adquirir animais. Após o anúncio da suspensão das compras de carne bovina in natura pela UE, muitas indústrias tentaram baixar as ordens de compra, algumas propuseram recuos de até R$ 5,00 em um único dia, mas o mercado travou.
Diante da firmeza dos preços desta última semana, alguns acreditam que esta é a hora do produtor ditar o preço do seu produto. O certo é que as escalas estão curtas e enquanto a oferta de animais para abate não aumentar as pressões baixistas dos frigoríficos não devem ganhar força.
Nesta quarta-feira, o indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista foi cotado a R$ 74,78/@, alta de 1,42% em relação à semana passada. O indicador a prazo teve variação positiva de R$ 1,08 (1,45%) no período, sendo cotado a R$ 75,54/@. Com a valorização dos preços do boi gordo a relação de troca melhorou passando de 1:2,43, no dia 06 de fevereiro, para 1:2,45.
Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio
Tabela 2. Resumo das cotações do mercado físico do boi gordo, variação relativa a 06/02/08
O indicador Esalq/BM&F bezerro MS à vista foi cotado a R$ 503,04/cabeça, acumulando variação positiva de 0,40% (R$ 2,01) na semana. Um fator que também tem influenciado a reposição, é a alta de preço da arroba do boi gordo. Com a valorização, além da relação de troca, a margem bruta na reposição também melhorou. Hoje este indicativo está em R$ 730,83. A margem bruta mostra quanto de dinheiro sobra para o pecuarista depois de vender um boi gordo e comprar um bezerro para repor o rebanho. Esse montante corresponde ao quanto será disponibilizado para investimentos, contas, lucro, etc. O valor atual está acima da média dos últimos 12 meses, que é de R$ 597,00.
Gráfico 2. Margem bruta na reposição
Tabela 2. Cotações do atacado da carne bovina
O principal fator desse aumento no preço médio foi a maior exportação de carne a UE, que paga melhores preços. Muitos frigoríficos e importadores “adiantaram” seus negócios em janeiro, já prevendo a suspensão as exportações, que de fato ocorreu. Sabia mais sobre o resultado das exportações de janeiro.
Tabela 3. Exportações de carne bovina in natura
Segundo o ministro, o erro do Brasil foi aceitar as mesmas regras aplicadas na Europa. “Elas foram criadas por causa do mal da vaca louca, doença que nós não temos.”
Depois da declaração do ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, na Comissão de Agricultura do Senado, sobre frigoríficos exportadores terem enviado ao exterior carne de animais não rastreados, o setor reagiu com contrariedade. O presidente da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne), Marcus Pratini de Morais, reagiu às declarações, “toda carne exportada é rastreada, e a Abiec responde por 85% a 90% desses negócios. Se há frigoríficos que vendem carne não-rastreada não é um problema nosso. Ao falar isso, o ministro coloca o dedo no problema porque o trabalho do Ministério da Agricultura é fiscalizar e inspecionar”.
O superintendente do Ministério da Agricultura no Rio Grande do Sul (Mapa/RS), Francisco Signor, disparou, “Se houve, não foi no Rio Grande do Sul”. Já o presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do RS (Sicadergs), Ronei Lauxen, comentou que a atitude de Stephanes não ajuda. “É um tiro no pé o ministro dizer isso, enquanto o Mapa é o responsável pela fiscalização”.
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Um trabalho feito com muito critério e minucia,
Parabéns pela coletânea de informações.
Parabéns pelo site. Apresenta objetividade e clareza.