Mercados Futuros – 15/02/08
15 de fevereiro de 2008
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19 de fevereiro de 2008

Alguns cuidados na formulação de rações contendo silagens

Alimentos ensilados normalmente contêm menores quantidades de energia quando comparados ao alimento original, o que resulta em menor produção microbiana ruminal. A produção de proteína microbiana no rúmen e o valor energético do alimento são determinados pela fermentabilidade dos carboidratos, sendo a fração solúvel da silagem constituída por uma combinação do material conservado da forragem original e de produtos finais da fermentação, como é o exemplo do lactato. Entretanto, alguns programas de balanceamento de rações freqüentemente atribuem valores energéticos iguais para silagens e forragens frescas, apesar das diferenças na concentração de carboidratos solúveis e dos ácidos orgânicos presente nas silagens.

Alimentos ensilados normalmente contêm menores quantidades de energia quando comparados ao alimento original, o que resulta em menor produção microbiana ruminal. A produção de proteína microbiana no rúmen e o valor energético do alimento são determinados pela fermentabilidade dos carboidratos, sendo a fração solúvel da silagem constituída por uma combinação do material conservado da forragem original e de produtos finais da fermentação, como é o exemplo do lactato. Entretanto, alguns programas de balanceamento de rações freqüentemente atribuem valores energéticos iguais para silagens e forragens frescas, apesar das diferenças na concentração de carboidratos solúveis e dos ácidos orgânicos presente nas silagens.

Variações na silagem

A fermentação durante a ensilagem converte os carboidratos disponíveis em ácido lático, ácidos graxos voláteis (AGV’s) e CO2. Quando as perdas de matéria seca durante a ensilagem são excessivas, a digestibilidade pode diminuir com aumentos no conteúdo de fibra da silagem. O aumento no conteúdo de fibra é devido a uma combinação de perdas, dentre elas, o consumo de compostos solúveis da planta, perdas gasosas e perdas por efluentes.

O valor energético relatado por laboratórios que analisam forragens é geralmente derivado do conteúdo de fibra (FDN). Entretanto, a maioria das mudanças devido ao processo da ensilagem ocorre na porção solúvel da forragem. Conseqüentemente, o teor de fibra da silagem reflete a recuperação dos constituintes solúveis relativos à composição original. Isso leva a certa dificuldade em predizer o valor energético e nutritivo das silagens com teor de fibra similar, mas com frações variáveis de carboidratos solúveis.

A produção de gás in vitro como estimativa do valor nutritivo não é diretamente correlacionada com o conteúdo de energia predito pelo FDN. Silagens de baixa qualidade devem ter menor estimativa de energia devido ao seu aumento no conteúdo de fibra.

A discrepância entre produção de gás e valores energéticos preditos ocorre porque o conteúdo de AGV da silagem não contribui com muita energia aos microrganismos ruminais, como os açúcares dos quais os AGV são derivados. Isso focaliza a dificuldade em se predizer o valor nutritivo simplesmente com base no conteúdo de fibra.

Estimando carboidratos solúveis

O Cornell Net Carbohydrate and Protein System (CNCPS) prediz o suprimento de nutrientes baseado na competição entre digestão ruminal e passagem. A fermentação de carboidratos de cada ingrediente é descrita pela sumarização de quatro frações: A- açúcares e ácidos orgânicos; B1- amido e substâncias pécticas; B2- fibra digestível; C- resíduo indigestível. A fração A do modelo CNPCS contém taxas de fermentação maiores do que 300% por hora.

Esses valores são derivados de culturas puras e assumem que os açúcares dominam a fermentação. Isso pode não ser verdade para silagens e algumas forragens frescas. Mais do que 10% da MS da silagem pode ser lactato, forragens frescas (principalmente quando imaturas) podem conter quantidades substanciais de ácidos orgânicos, principalmente malato e citrato.

A reduzida taxa de fermentação para o FDN da silagem resulta em decréscimo na produção microbiana e suprimento de nutrientes provenientes da silagem aos animais. Em alimentos como silagem, com grandes quantidades de proteína solúvel, a menor fermentação de carboidratos tende a aumentar a diferença entre a taxa com que a energia e nitrogênio são supridos aos microrganismos ruminais. Isso pode aumentar a perda de nitrogênio no rúmen.

A descrição das silagens em termos de energia fornecida às bactérias ruminais é um passo inicial para entender como a qualidade da forragem se relaciona ao desempenho animal. A variação no conteúdo de carboidratos da silagem indica uma área de oportunidade para melhorar o manejo e formulação da ração.

Fonte:

Doane, P. H.; Pell, A. N.; Schofield, P. and Pitt, R. E. Soluble Carboydratyes in Silage. In.: Proceedings of Cornell Nutrition Conference for Feed Manufactures, Rochester, NY, USA, 1996, p 115-120.

0 Comments

  1. Lincoln Oliveira disse:

    Em uma silagem de Capim Napier, seria ideal entrar com Grão de Milho na dieta para elevar Energia? e qual fonte de proteína a não ser farelo de soja?

    Qual quantidade de uréia posso colocar?

    Atenciosamente

    Lincoln Oliveira

  2. Rafael Camargo do Amaral disse:

    Prezado Lincoln Oliveira,

    Com certeza a utilização de milho elevará a energia, porém é interessante que este seja moído. Uma fonte de proteína alternativa pode ser o farelo de algodão.
    Para rações de bovinos de corte em terminação pode-se chegar até 1,8 a 2,0%.

    Mas é necessário um perfeito balanceamento da ração.
    Atenciosamente

    Rafael e Thiago