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A comercialização do animal vivo no “agronegócio do boi”

O sistema de produção de bovinos de corte no Brasil é realizado em três fases independentes ou integradas, designadas de cria, recria e terminação para a produção de animais com mais de 450 kg também denominados por "boi gordo". A maior profissionalização dos principais agentes envolvidos na cadeia de corte através das tecnologias como deferimentos de pastagens, adoção de misturas múltiplas, cuidados ao transporte, medidas preventivas para a sanidade podem ser o diferencial na qualidade dos animais comercializados. Porém, a maior parte dos pecuaristas ainda apresenta fragilidades no momento mais importante na conclusão de todos os seus esforços na cadeia produtiva, que é a "comercialização".

O sistema de produção de bovinos de corte no Brasil é realizado em três fases independentes ou integradas, designadas de cria, recria e terminação para a produção de animais com mais de 450 kg também denominados por “boi gordo”.

O período de “Cria” é a fase que compreende a reprodução para produção de bezerros que são desmamados com 180 kg e comercializados de 7 meses a um ano ou de sobreano com mais de 210 kg.

A “Recria” é conhecida por produzir boi magro que geralmente são animais de três anos com aproximadamente 330-390 kg que ganharam aproximadamente 130-190 kg em dois anos.

E por fim a “Engorda ou Terminação” conhecida por produzir boi gordo, sendo o período que o animal ganha mais peso por unidade de tempo (120 a 140 kg em um ano). Aproximadamente, 90% dos animais no Brasil são criados, recriados e engordados a pasto sendo a duração da produção média de 3,5 anos. Nos países desenvolvidos não existe o período de recria sendo esse período de dois anos e para menos nos países escandinavos como a Suécia de aproximadamente um ano.

Por outro lado, a comercialização na pecuária de corte de animais vivos envolve duas principais categorias. A categoria dos animais que vão para o abate, (boi gordo, vaca gorda, novilha de descarte, toruno e vitelos) negociados com frigoríficos ou matadouros, e a categoria que não vai para o abate que compreende (boi magro, bezerro, garrote, vaca matriz e touro) comercializados na própria fazenda ou em leilões (Figura 1). Aproximadamente 80% dos animais são comercializados nas propriedades e 20% em leilões. O comércio de bovinos na propriedade é realizado sob uma seqüência básica que compreende o recolhimento dos animais, a apartação por categoria e desenvolvimento corporal, a apresentação do lote, a oferta, contra-oferta e a conclusão.


Foto 1- Comercialização na propriedade (apartação dos animais). Comercialização em leilões

Geralmente, o pecuarista interessado em vender um lote de animais procura na região um indivíduo intermediário como um “corretor” informando ao mesmo qual a “era” (idade) dos animais e o “tipo” (mestiço ou cruzamento industrial) para divulgação. A todo indivíduo que está vendendo cabe o ônus de fixar o preço dos animais.

Esse preço é a média ponderada dos animais “cabeceira, meio e fundo do lote”, em consonância com o preço médio praticado na região. Da mesma forma, quem vai a uma propriedade para realizar a compra pode solicitar uma apartação prévia dos animais para facilitar a visão dos animais disponíveis. Após esses passos a comercialização torna-se uma “arte de negociação” concretizada após a satisfação de expectativas de ambos os lados.

A alternativa de comercializar os animais em leilões também apresenta algumas características. O primeiro passo é conhecer as condições de trabalho da leiloeira, fixação de responsabilidades, e preço mínimo se houver, comissão e possibilidade de “defesa”. Defesa nada mais é que uma venda ou lance fictício realizado pelo leiloeiro. Não é uma prática ilegal, mas imoral.

Por outro lado, quando o pecuarista é o comprador este realiza algumas práticas básicas que compreende fazer uma vistoria prévia dos animais ainda nos currais a luz do dia antes da entrada do recinto de venda, avaliação dos custos de transporte (frete) e comissões, além das normas que regem o leilão. Na fixação dos custos do frete, segue-se o princípio da “Gaiola cheia”, ou seja, o número de animais transportados deve ser igual ou múltiplo da capacidade de carga do veículo transportador (Foto 2). O cálculo envolve a distância (ida e volta) ao destino (em km rodados) e o preço por km rodados.


Foto 2- Carreta de dois andares e caminhão tipo truck

O serviço a contratar dependerá das condições da estrada da propriedade de destino e o tipo de veículo:

Tabela 1. Lotação dos diferentes tipos de veículos utilizados no transporte de animais


As principais diferenças na comercialização em leilão ou na propriedade é o caráter especulativo de preços, como também a margem de lucro por animal negociado. A maior profissionalização dos principais agentes envolvidos na cadeia de corte através das tecnologias como deferimentos de pastagens, adoção de misturas múltiplas, cuidados ao transporte, medidas preventivas para a sanidade podem ser o diferencial na qualidade dos animais comercializados. Porém, a maior parte dos pecuaristas ainda apresenta fragilidades no momento mais importante na conclusão de todos os seus esforços na cadeia produtiva, que é a “comercialização”.

2 Comments

  1. MARCELLO disse:

    Gostaria de saber como iniciar as criação de Nelore. Todas as etapas: compra de bezerros,venda depois de maior? Quais são os lucros? O que necessito para iniciar a criação? Qual investimento? O que mais se lucra, abate ou comercialização? E outras informações que vocês puderem enviar.

    ATT.

    MARCELLO

  2. Leonardo Silveira Abdala disse:

    Olá professor Claudio,

    Gostaria de sua ajuda a respeito de artigos como este, ou onde posso encontrar, pois gostei do que eu li a respeito de comercialização.

    Atenciosamente,