Análise semanal do mercado – 10/01/03

A maioria das praças pecuárias apresenta manutenção nas cotações dos animais terminados. A relativa calma nos preços é proveniente da inversão da tendência de alta do valor do dólar em relação ao Real, e da tímida oferta de bois gordos por parte dos pecuaristas, o que deixou o mercado menos ofertado.

A recuperação do Real frente ao dólar melhorou o valor da arroba em moeda americana, que passou de US$15,80/@ em 2 de janeiro, para os atuais US$16,80/@, uma melhora de 6%, entretanto ainda bem abaixo da média histórica da arroba, que é em torno de US$20,00.

O início do ano trouxe consigo as despesas comuns do período (residuais das festas e impostos) que fazem com que, mesmo sendo efetuado o pagamento dos salários, o consumo de carne não seja elevado. Sendo assim o mercado atacadista de carne fica sem sustentação de preços em função do fraco desempenho das vendas.

Este cenário contrapõe-se às expectativas dos últimos dias de 2002, quando falava-se em correções positivas no preço da arroba do boi para os primeiros dias de 2003. Acreditava-se nesta tendência pelo fato de que as escalas eram muito curtas e esperava-se, para o período atual, menores ofertas de animais para abate. Os sete primeiros dias úteis de janeiro mostrou que prevaleceu a fraqueza do mercado atacadista.

As programações de abate, mesmo que de maneira mais lenta, foram se desenvolvendo deixando de lado a necessidade das correções. Portanto, com o avanço das escalas de abate e com o mau desempenho do mercado atacadista, ainda é possível que ocorram recuos no preço do boi gordo.

Outro fator que pode depor a favor da redução dos preços é que daqui para frente há a tendência de aumento na oferta de animais para abate. As chuvas que caem relativamente bem nas principais regiões produtoras, aliada ao calor típico da estação do ano, favorecem o crescimento das pastagens.

Com tudo isto, os comentários de redução no preço do boi gordo são cada vez mais constantes entre os agentes de mercado nas praças de São Paulo e regiões circunvizinhas, como Triângulo Mineiro, Mato Grosso do Sul e Sul de Goiás.