A Fort Dodge Saúde Animal anuncia acordo com a Agroplac (Faculdade de Ciências Agrárias do Planalto Central), instituição de ensino de medicina veterinária ligada à Uniplac (União Educacional do Planalto Central, de Brasília (DF). O contrato recém-assinado, com duração inicial de cinco anos, prevê várias ações, que serão coordenadas pela Dra. Thelma Maria Saueressig, pesquisadora aposentada da Embrapa e docente das disciplinas ligadas às doenças parasitárias da Agroplac.
Empresa financia laboratórios para exames parasitológicos de bovinos e criação de besouros coprófagos para auxiliar o controle biológico contra parasitos
A Fort Dodge Saúde Animal anuncia acordo com a Agroplac (Faculdade de Ciências Agrárias do Planalto Central), instituição de ensino de medicina veterinária ligada à Uniplac (União Educacional do Planalto Central, de Brasília (DF). O contrato recém-assinado, com duração inicial de cinco anos, prevê várias ações, que serão coordenadas pela Dra. Thelma Maria Saueressig, pesquisadora aposentada da Embrapa e docente das disciplinas ligadas às doenças parasitárias da Agroplac.
Entre as ações, a Fort Dodge cita o desenvolvimento de projetos de controles químico e biológico de parasitos em propriedades rurais por meio da produção de casais de besouros coprófagos Digitonthophagus gazella (ou “rola-bosta”) e a construção de laboratórios para determinação do número de ovos por grama de fezes, visando o monitoramento de verminose de bovinos e realização de coprocultura, que permite diagnóstico qualitativo ao determinar o gênero do parasito. Além disso, conforme informa Cléber Silva, gerente de produto da linha de gado de corte da Fort Dodge, a parceria envolve ainda suporte técnico e científico gerado pelas avaliações das provas de desempenho produtivo que a empresa realiza em propriedades instaladas em diversas regiões do País.
“Trata-se de uma parceria para serviços técnicos especializados com vantagens para ambos os lados. No caso da Agroplac, os alunos da instituição passam a ser treinados com utilização de modernas tecnologias e metodologias para diagnósticos de parasitoses de bovinos”, comenta a pesquisadora. Com expectativas otimistas, Saueressig conta ainda que os besouros rola-bosta produzidos serão distribuídos aos pecuaristas pela Fort Dodge e que o excedente será distribuído a instituições de pesquisa e de ensino e outros institutos rurais, como, por exemplo, a Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural). E o gerente da Fort Dodge completa: “Os estudos da Agroplac auxiliam o aprimoramento de técnicas de manejo de animais que resultam no máximo retorno econômico por unidade de insumo, com o mínimo impacto negativo ao ambiente. Contribui também para o controle integrado de doenças que ocasionam redução de custos”.
Pecuária com controle biológico
Pecuaristas de todo o País podem recorrer ao besouro rola-bosta para fazer um controle biológico da mosca-dos-chifres e como importante aliado no controle de parasitos dos bovinos. Ao se alimentar de fezes frescas de bovinos, onde a mosca-dos-chifres deposita seus ovos, um casal destes besouros destrói um bolo fecal em 48 horas, chegando a enterrar 7 quilos de fezes ao ano. Seu procedimento natural contribui para reduzir a incidência da mosca-dos-chifres e, também, para diminuir a incidência de parasitos e, inclusive, proporciona melhora natural da qualidade da pastagem.
Neste sentido, Silva cita ainda o fato de que o besouro rola-bosta representa alternativa ao uso constante e indiscriminado de produtos químicos que contribui para a seleção de populações de parasitos resistentes aos diferentes princípios ativos e produz impactos negativos no ambiente. “O controle químico associado aos métodos naturais ou biológicos é positivo para os pecuaristas, que devem levar em consideração o fato de os besouros rola-bosta destruírem as massas fecais, tornando o ambiente desfavorável ao processo de desenvolvimento de insetos e vermes. Além disso, contribuem para limpar e melhorar as pastagens pela incorporação de matéria orgânica no solo e pelo fato de eles enterrarem as fezes frescas”, comenta Silva.
Silva explica que estas ações tornam-se extremamente relevantes quando se analisam os números referentes ao desempenho da pecuária brasileira, cujo rebanho ainda apresenta índices zootécnicos considerados insatisfatórios. Neste panorama, lembra que, em associação com deficiências de alimentação e manejo, os problemas acarretados pelos parasitos contribuem consideravelmente para a redução dos índices produtivos da atividade pecuária no Brasil. Entre os problemas, cita morte de animais, queda da produção e ciclo de desenvolvimento excessivamente alongado.