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Frigoríficos reduzem escalas de abate e demitem

Os frigoríficos brasileiros já estão com 40% da capacidade ociosa. O motivo é a escassez de oferta de gado, a alta do preço do boi e a queda nas exportações. Devido à situação, há unidades demitindo funcionários. Apenas no Rio Grande do Sul 400 pessoas foram dispensadas nesta semana.

Os frigoríficos brasileiros já estão com 40% da capacidade ociosa. O motivo é a escassez de oferta de gado, a alta do preço do boi e a queda nas exportações. Devido à situação, há unidades demitindo funcionários. Apenas no Rio Grande do Sul 400 pessoas foram dispensadas nesta semana.

Outras empresas estão estendendo os prazos de pagamento aos fornecedores. “Eu entreguei o gado em janeiro e até hoje não recebi”, contou um pecuarista do Triângulo Mineiro que não quis se identificar. Segundo ele, em média, as indústrias pagam em até 30 dias. Mas há empresas negociando para 90 dias.

O diretor do Torlim, Peter Martt Júnior, informou que a unidade de Campina Verde (MG) está parada e os funcionários foram dispensados. “O mercado está difícil. O embargo da União Européia fez o preço da carne cair no varejo. Não está valendo a pena negociar. Por isso, temos de diminuir a operação para o prejuízo não ser grande”, justificou. Já a assessoria de imprensa do Bertin, informou que as dispensas em Naviraí (MS) não foram por ociosidade, mas por justa causa.

Segundo o diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Carnes do Rio Grande do Sul (Sicadergs), Zilmar Moussalle, a ociosidade média está em 50% no estado. “A reposição está muito complicada. E o produtor não quer se desfazer do boi, está esperando”, observou.

O superintendente de Relações com Investidores do Minerva, Ronald Aitken, afirmou que a empresa está operando com 80% da capacidade. As escalas estão em quatro a cinco dias, mas não há mais abate aos sábados, por dificuldade de compra de animais e para redução dos custos.

As informações são de Neila Baldi, da Gazeta Mercantil.

0 Comments

  1. Eduardo Miori disse:

    Interessante!

    O consumo interno de carne não caiu e a exportação não foi significativamente afetada pelo embargo europeu. Pelo menos não tanto assim.

    Os preços de varejo continuam nos mesmos níveis de quando a arroba era barata.

    Os grandes frigorificos reportam lucros maravilhosos e continuam a fazer aquisições no mundo inteiro.

    Como então a produção caiu tanto a ponto de resultar em 40% de capacidade ociosa?

    Estou confuso!

    Vamos tentar olhar de outro ponto de vista:

    Talvez o excesso de oferta ocorrido nos últimos anos tenha sido provocado primeiramente por um aumento de produtividade dos pecuaristas e depois por uma queima de estoque por parte daqueles pecuaristas desencantados com o baixo preço da arroba.

    Então a oferta caiu com a substituição de pastos por canaviais, plantações de soja ,milho ou qualquer outra coisa.

    E aí a matéria prima a preço de banana sumiu.

    Bem amigos, o passado não vai voltar.

    Agora é a vez dos frigoríficos se ajustarem à realidade.

    Tenham todos boa sorte!

  2. Helcio Antonio Nalesso Junior disse:

    Coitado do pecuarista que não recebe o boi em dia, o momento é de muita atenção para saber para quem está vendendo.

  3. Eduardo Henrique da silva santos disse:

    Será que a Bahia não é Brasil?

    Hoje estamos vivendo uma situação bem diferente do resto do Brasil. Nosso rebanho no estado tem crescido significamente, principalmente no oeste do estado onde grandes empresas pecuárias tem se instalado, se aproveitando principalmente da oferta de terras baratas.

    Outros dois aspectos a considerar são: o numero de frigoríficos no estado permaneceu o mesmo e também a quantidade de animais abatidos. Além de a exportação de gado em pé e abatido para outros estados ter reduzido para quase zero.

    Sendo assim mesmo tendo melhorado o nível de renda e consequentemente o nível de consumo, este não foi suficiente para absorver o aumento da produção fazendo assim que o estado tenha os menores preços, preço médio R$64,00, no Brasil.

  4. Sérgio Diniz Junqueira disse:

    Quando em 2005 os pecuaristas reclamavam que nao dava mais para continuar na atividade, e os frigorificos continuavam combinando precos entre si. Estes achavam que sempre haveria boi, que o nosso rebanho era enorme e por isto os frigorificos procuravam o maximo lucro enquanto lentamente os produtores iam saindo da atividade ou diminuindo seu rebanho.

    Nao se pode falar que faltaram avisos sobre isto, aos frigorificos, agora eles iram penar por alguns anos.
    E fundamental haver uma integracao melhor pecuarista-frigorifico para se evitar tantos altos e baixos nos precos.