Mercados Futuros – 03/04/08
3 de abril de 2008
Indicador Esalq/BM&F – preço do boi gordo à vista
7 de abril de 2008

Frigoríficos não conseguem comprar boi gordo e precisam pagar mais pela arroba

O mercado do boi gordo teve mais uma semana de alta, com os preços sendo sustentados pela oferta reduzida de animais. A maioria do frigoríficos precisaram aumentar suas ordens de compra para conseguir animais para abate. Com esta ação as compras melhoraram um pouco mas as escalas ainda estão curtas. No início desta semana, com o reajuste dos preços, o ritmo dos negócios aumentou um pouco, mas as plantas ainda estão abatendo volumes menores e trabalhando em dias alternados.

O mercado do boi gordo teve mais uma semana de alta, com os preços sendo sustentados pela oferta reduzida de animais. A maioria do frigoríficos precisaram aumentar suas ordens de compra para conseguir animais para abate. Com esta ação as compras melhoraram um pouco mas as escalas ainda estão curtas, em São Paulo elas giram em torno de 4 dias. O estado onde são registradas as maiores programações de abate é o Tocantins, com 7 dias.

Na semana, o indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista, acumulou valorização de 0,96%, sendo cotado a R$ 77,15/@. Em um ano o preço do boi gordo subiu 37,79%, em 2 de abril do ano passado a arroba valia R$ 55,99/@. O indicador a prazo foi cotado a R$ 78,09/@, apresentando alta de 1,14% em relação a cotação da semana passada.

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio


O dólar está valendo R$ 1,727, com recuo de 0,09% em relação à semana passada. Em um ano, a moeda americana teve desvalorização de 15,66%. Conseqüentemente, a cotação do boi gordo em dólares também subiu, hoje uma arroba de boi vale US$ 44,69.

A BM&F fechou em alta nesta quarta-feira, acompanhando a firmeza do mercado físico. Os contratos para maio fecharam a R$ 78,19/@, com variação positiva de R$ 2,35, na semana. Os contratos com vencimento em outubro foram os que apresentaram a maior variação da semana, R$ 2,95.

Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&F e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 26/03/08 e 02/04/08


No mercado físico, os frigoríficos tem enfrentado dificuldades para adquirir animais e completar suas escalas, a maioria das plantas trabalha com capacidade ociosa. No início desta semana, muitos frigoríficos reajustaram suas ordens de compra e aceitaram pagar mais pela matéria-prima. Com isso o ritmo dos negócios aumentou um pouco, mas as plantas ainda estão abatendo volumes menores e trabalhando em dias alternados.

No norte do país a situação é agravada pela chuva forte dos últimos dias. No norte do Mato Grosso e em Rondônia, muita estradas estão intransitáveis e os caminhões ficam atolados, sem conseguir tirar os animais das fazendas. No Maranhão, a chuva também tem bloqueado as principais rodovias, dificultando a chegada dos animais ao frigorífico.

Dos 14 estados onde o BeefPoint realiza o levantamento de preços, em 12 ocorreram alterações esta semana. Acompanhe na tabela abaixo um resumo das cotações de boi gordo no mercado físico.

Tabela 2. Resumo das cotações do mercado físico do boi gordo, variação relativa a 26/03/08



Acesse a tabela completa com as cotações de todas as praças levantadas na seção cotações.

Devido ao abate de matrizes que ocorreu nos últimos anos e aumento da demanda, a oferta de todas as categorias de reposição é restrita. Isso tem feito com que os preços subam. Como a demanda se mantém forte, a expectativa é que continuem firmes por um bom tempo. O indicador Esalq/BM&F bezerro MS à vista foi cotado a R$ 529,17/cabeça, alta de R$ 5,85 (+1,12%). Em relação à cotação do ano passado o preço do bezerro apresentou uma melhora de 31,63%. A relação de troca está em 1:2,41.

No atacado da carne bovina, a semana foi de leves altas. O equivalente físico foi cotado a R$ 69,63/@, com valorização de 1,13%. O traseiro permaneceu estável, enquanto o dianteiro (R$ 4,00) teve valorização de R$ 0,10 e a ponta de agulha (R$ 3,40) de R$ 0,20. Com essa alta o spread (diferença) entre indicador de boi gordo e equivalente físico, recuou para R$ 7,52. Em relação à média dos últimos 12 meses, este valor é 15,69% superior, vale lembrar que quanto maior for o spread menor será a margem bruta do frigorífico.

Tabela 3. Cotações do atacado da carne bovina


Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista x equivalente físico


Na comparação do primeiro trimestre de 2008 com o mesmo período de 2007, as exportações deste ano apresentam aumento de 5,22% na receita, apesar do recuo de 27,64% no volume. No mês de março, a receita e o volume de carne bovina in natura exportada foram maiores do que no mês anterior. De acordo com os dados da Secretaria de Comércio Exterior, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), nos 20 dias úteis do mês passado foram exportadas 84.400 toneladas, que renderam US$ 272,50 milhões.

O volume exportado no mês passado foi 10,37% maior do que o total embarcado para o exterior em fevereiro deste ano. Porém, no mesmo período do ano passado, os exportadores brasileiros venderam 125.500 toneladas de carne bovina in natura, assim o volume de março de 2008 foi 32,75% menor.

Em relação a fevereiro a receita com as exportações de carne bovina in natura aumentou 7,17%. Se compararmos os resultados de março passado com o valor registrado em março de 2007 ocorreu um recuo, que foi de 11,12%. Este recuo só não foi maior, pois a carne brasileira continua sendo valorizada no exterior. O preço médio da carne bovina in natura exportada, em março, foi de US$ 3.229/tonelada, este valor é 32,16% maior do que o preço praticado no mesmo mês do ano passado. Em relação a janeiro de 2008 quando foi registrado o preço médio recorde (US$ 3.969/tonelada), o valor de março está 18,66% inferior.

Tabela 4. Exportações de carne bovina in natura


Na Organização Mundial do Comércio (OMC), a União Européia (UE) fez um apelo para que o país aplique as medidas de proteção sanitária para que se chegue a uma solução definitiva para o comércio de carne. O Brasil, que havia ameaçado abrir uma disputa no órgão máximo do comércio contra os europeus, adotou uma posição mais humilde e apenas tentou mostrar aos demais governos que está comprometido com a adoção das medidas de controle sanitário. Enquanto isso, o Brasil fez exatamente o contrário do que havia ameaçado. Listou aos 151 países membros da entidade uma série de medidas que está tomando para corrigir os problemas.

Os produtores argentinos suspenderam os protestos no país por 30 dias para negociar com o governo. O movimento durou 21 dias e já vinha afetando o abastecimento de carne no varejo argentino.”Vamos seguir pressionando e buscando as soluções que precisamos. Se não, voltamos às estradas”, avisou o presidente das Confederações Rurais Argentinas (CRA), uma das quatro entidades por trás do locaute, Mario Llambías. O protesto,além de afetar o abastecimento do mercado argentino, pode ter sérias repercussões para o Chile, considerando que em 2007, 52,2% das importações chilenas de carne bovina foram procedentes da Argentina. Os reflexos podem ir desde altas nos preços até um menor abastecimento. Isso porque “somos um país importador de carne bovina, deficitário em carne”, disse o gerente geral da Associação Chilena de Carne (Achic), Miguel Ponce.

Enquanto espera a decisão do Departamento de Justiça dos Estados Unidos referente às suas compras da Smithfield Beef Group e da National Beef Packing Co., o Friboi vê sua ações entrarem na lista das 65 que compõem o Ibovespa e anuncia que este será um ano de oportunidades para expansão no Brasil com a possível compra de novas unidades.

0 Comments

  1. Eduardo Augusto Rodante Fiaschi disse:

    Bom dia, realmente o maranhão esta com dificuldades de compras de boi, eu trabalho no frigorifico em Açailandia, e estamos com dificuldades de compra , tanto na falta do boi devido aos ultimos anos um abate crescente de femeas , como a chuva que esta castigando muito, cortando varias estradas.

  2. Claudio Alberto Zenha Carvalho disse:

    Boi hoje, Bertin Marabá 67 a @ para descontar, navio paga 67 a @ porém sem o desconto do funrural.