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Exportações agrícolas: indústria lucra mais que produtor

Segundo as Nações Unidas, o aumento dos lucros proporcionados pelas exportações agrícolas com a inflação do preço dos alimentos está beneficiando menos os agricultores dos países em desenvolvimento e mais as agroindústrias processadoras de matérias-primas, as tradings e as grandes redes de supermercados.

Segundo as Nações Unidas, o aumento dos lucros proporcionados pelas exportações agrícolas com a inflação do preço dos alimentos está beneficiando menos os agricultores dos países em desenvolvimento e mais as agroindústrias processadoras de matérias-primas, as tradings e as grandes redes de supermercados.

A análise é baseada na enorme concentração na distribuição dos alimentos, em contraste à fragmentação no lado da oferta, e ajuda a explicar a diferença crescente entre o que os consumidores pagam e o que os produtores recebem.

Por isso, a Agência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad) prega que a nova realidade no comércio internacional exige que os países reforcem com urgência suas políticas de concorrência agroindustrial. O tema será apresentado aos chefes de Estado e dezenas de ministros durante reunião do órgão na próxima semana, em Accra (Gana).

Enquanto o índice de preços da Unctad para as commodities (excluindo petróleo) alcançou seu maior nível em dólar desde 1960, aumentando 159% entre janeiro de 2002 e janeiro de 2008, as matérias-brutas de origem agrícola subiram 133%.

Para a agência da ONU, sem uma política de concorrência adequada, a situação tende a se agravar. Segundo reportagem de Assis Moreira, do Valor Econômico, a previsão é que a fatura de importação de cereais dos países da África deverá aumentar de US$ 6,5 bilhões, na temporada 2002/03, para US$ 14,6 bilhões em 2007/08. Na Ásia, a conta tende a subir de US$ 7 bilhões para US$ 15,4 bilhões. Em outros países mais pobres e com amplo déficit de alimentos, apenas a importação de trigo poderá saltar de US$ 7,8 bilhões para US$ 19,1 bilhões no mesmo intervalo.

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