Ciente das dificuldades brasileiras em cumprir as regras da rastreabilidade, a União Européia cobrou nesta segunda-feira (28) coerência na lista de fazendas exportadoras de carne bovina. Em sua apresentação inicial, o presidente da Comissão Agricultura e Desenvolvimento Rural do Parlamento Europeu, Neal Parish, afirmou que a UE exige a rastreabilidade porque os consumidores dos 27 países do bloco querem comer carne que provenha de uma fonte segura. "Precisamos ter certeza de que o gado que consta do banco de dados é o mesmo exportado para a União Européia", disse.
Ciente das dificuldades brasileiras em cumprir as regras da rastreabilidade, a União Européia cobrou nesta segunda-feira (28) coerência na lista de fazendas exportadoras de carne bovina.
De acordo com reportagem da Agência Estado, em sua apresentação inicial, o presidente da Comissão Agricultura e Desenvolvimento Rural do Parlamento Europeu, Neal Parish, afirmou que a UE exige a rastreabilidade porque os consumidores dos 27 países do bloco querem comer carne que provenha de uma fonte segura. “Precisamos ter certeza de que o gado que consta do banco de dados é o mesmo exportado para a União Européia”, disse.
O presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária, Antenor Nogueira, aproveitou para questionar a garantia de reserva de mercado para a carne bovina européia, já que é mais cara que a brasileira. Nogueira apresentou dados que mostram que o custo de produção da carne na Irlanda é muito superior ao brasileiro. Na média, na Irlanda, o custo é de US$ 458 para cada 100 kg de carne bovina. No Reino Unido é de US$ 598 e no Brasil de US$ 181,25. “Além da questão do custo, o senhor não acha que é estranho questionar o controle sanitário do país quando foram registrados 180 mil casos de BSE (encefalopatia espongiforme bovina) e de tuberculose no rebanho europeu?”, alfinetou.
“Não quero criar polêmica”, minimizou o parlamentar europeu. Eles também foram questionados se apoiavam a campanha difamatória contra a carne brasileira, organizada pela Associação dos Produtores da Irlanda. Parish justificou dizendo que a associação de fazendeiros zela pelos interesses de seus produtores da mesma forma que a CNA faz pelos produtores locais. “Quero que os padrões da Europa sejam impostos aos outros países. Vocês têm custos de produção mais baixos, mas queremos sobreviver. Defendemos nosso mercado assim como os senhores defendem o vosso”, disse o vice-presidente da comissão, Friedrich-Wilhelm Baringdorf, segundo reportagem de Mauro Zanatta, do Valor Econômico.