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Carne brasileira segue valorizada no mercado mundial

O aumento da demanda internacional por proteína animal e dos custos das commodities pressiona os preços médios das carnes brasileiras destinadas à exportação. Em relação ao ano passado, os valores negociados estão 36% mais altos para a carne bovina e suína e 46% superiores para a de frango.

O aumento da demanda internacional por proteína animal e dos custos das commodities pressiona os preços médios das carnes brasileiras destinadas à exportação. Em relação ao ano passado, os valores negociados estão 36% mais altos para a carne bovina e suína e 46% superiores para a de frango.

“E tem espaço para subir mais”, acredita o diretor da AgraFNP, José Vicente Ferraz. De acordo com levantamento feito pela empresa a pedido da Gazeta Mercantil, no mês passado o valor médio cobrado foi de US$ 3,4 mil a tonelada – valores preliminares – para a carne bovina. A carne suína ficou cotada em US$ 2,7 mil a tonelada, enquanto a de frango chegou a US$ 1,6 mil a tonelada.

O superintendente de Relações com Investidores do Minerva, Ronald Aitken, diz que os preços médios dos últimos contratos fechados pela empresa para exportação são de US$ 4 mil a tonelada. “A demanda por proteína brasileira continua forte e há restrições no fornecimento de alguns países concorrentes. Além disso, a gente vive um momento de inflação de commodities”, afirma. Segundo ele, o preço da carne precisa aumentar porque os custos também subiram.

O analista da Safras & Mercado, Paulo Molinari, diz que os preços estão em alta também por conta da desvalorização do dólar e a necessidade do Brasil corrigir preços para se enquadrar aos novos custos de produção. Na sua avaliação, os frigoríficos bovinos tiveram reajustes maiores que os de carne suína e de frango, pelo preço médio pago pelo animal. “Com o boi subindo e o dólar caindo, os frigoríficos têm maior necessidade de repasse”, afirma.

De acordo com Molinari, os preços do milho e do farelo estão altos, mas o do frango não está alto. “Os produtores estão absorvendo os custos”, afirma. Segundo ele, no caso do frango, o excesso de oferta interna não possibilitou o repasse do custo ao produtor. Segundo levantamento da AgraFNP, em relação ao abril do ano passado, o valor médio pago pelo milho em Campinas (SP) – região consumidora – é 41,52% superior: R$ 27,14 a saca (60 quilos).

Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias dos Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins, a demanda pelo produto é crescente porque, apesar de tudo, ainda é a proteína animal mais barata. Segundo dados da RC Consultores, a estimativa para 2008 é de aumento de consumo mundial de carne bovina e de frango da ordem de 1,9%. A demanda da carne suína – a mais consumida no mundo – deve crescer 2,78%.

Para a economista Amaryllis Romano, da Tendências, a valorização dos preços das carnes brasileiras se deve ao aumento dos custos, mas também ao consumo. “Se não houvesse demanda, não aumentava o preço”. Na avaliação dela, a alta maior do preço da carne de frango pode ser decorrente do fato de o produto brasileiro ter menos restrição que a carne bovina – que tem embargos sanitários.

As informações são da Gazeta Mercantil.

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