O Ministério da Agricultura voltou atrás e mudou a regra de rastreabilidade. A alteração que ocorreria para os participantes do Serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (Sisbov) a partir do ano que vem - a exigência era de que todos os animais adquiridos por ERAS fossem comprados de outros ERAS -, e que já tirava o sono de muitos pecuaristas que atuam na recria e engorda, deixou de existir.
O Ministério da Agricultura voltou atrás e mudou a regra de rastreabilidade. A alteração que ocorreria para os participantes do Serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (Sisbov) a partir do ano que vem – a exigência era de que todos os animais adquiridos por ERAS fossem comprados de outros ERAS -, e que já tirava o sono de muitos pecuaristas que atuam na recria e engorda, deixou de existir.
Uma das mudanças, ou a principal delas, que traz a Instrução Normativa nº 24 (IN 24), publicada no dia 2 de maio no Diário Oficial, é o cancelamento da mudança em relação à compra de animais, que existiria a partir de 1º de janeiro de 2009. Os pecuaristas cadastrados no Sisbov só poderiam comprar animais provenientes de outra propriedade Eras (Estabelecimentos Rurais Aprovados no Sisbov).
Em síntese, como quase não há pecuaristas no elo da cria que estejam cadastrados no Sisbov, a compra do bezerro ou do gado magro ficaria muito difícil para quem atua apenas na recria.
Com a alteração da IN 24, tudo fica como está. Continua sendo possível para quem participa do Sisbov comprar animais de propriedades que não são Eras. “Pouca gente que faz a cria rastreia animais porque não recebe por isso. O Sisbov tem um custo que não está embutido no preço do bezerro”, explica o pecuarista Carlos Antônio Vieira da Costa Jr., diretor da Cooper QI, da região noroeste do Paraná. No mercado do boi gordo há diferença de cotações entre o boi rastreado e o não-rastreado, para o bezerro não há o prêmio.
A mudança não atrapalha as discussões com os europeus, garantem os entrevistados pelo DCI. “Não há necessidade de a rastreabilidade ocorrer desde o nascimento do animal”, diz Costa Jr. “À medida que for se criando a cultura no Brasil, o sistema vai se adequar e chegar ao elo dos criadores. Os europeus sabem disso”, comenta.
O presidente do Fórum de Gado de Corte da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Antenor Nogueira, acrescenta que o que importa para a União Européia é o prazo mínimo de rastreabilidade. Os europeus pedem que os animais provenientes das zonas habilitadas devem ter ficado os últimos 40 dias antes do abate na última propriedade e, os que vierem de regiões não habilitadas, deverão ficar os 90 dias finais na última fazenda.
O pecuarista Juan Lebron, também diretor operacional da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), diz, ainda, que a alteração proposta para 2009 se tratava de decisão interna com o objetivo de levar à adesão maciça de produtores ao Sisbov.
Outra mudança que trouxe a IN 24 é a fiscalização estadual, para reforçar o trabalho feito por fiscais federais e certificadoras. Minas Gerais, por exemplo, tem atualmente 40 veterinários prontos para atuar em nível estadual, diz o secretário de Agricultura daquele estado, Gilman Viana. Naor Maia Lima, coordenador do Sisbov no Ministério da Agricultura (Mapa), diz que treinamentos serão abertos a novos interessados.
As informações são do Diário do Comércio, Indústria e Serviços.
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Somos criadores em Amambai MS, e investimos em rastreabilidade e software de gestão, e estamos buscando reduzir custos e agregar valor a nossa mercadoria que é carne, apostamos no ERAS e já rastreamos a dois anos esperando justamente a virada de 2009.
Pena que no Brasil a regras e normas são mudadas a todo momento e aquele que produz e busca a profissionalização do nosso mercado fica a margem de grupos de interesse.
Devemos nos unir e buscar um mercado forte para a classe produtora e não ficar a margem dos grandes invernistas e investidores, sabemos que precisamos deles para comprar nossa mercadoria, mas é a hora de mostramos a nossa força, como agroa estamos fazendo ao ter alguma rentabilidade na venda do bezerro.
Obrigado
Parabéns ao leitor, Roberto Trigo Pires de Mesquita, pela clara interpretação sobre o lançamento deste ato legal.
As pressões políticas sobre o MAPA tem levado este Ministério a bobagens deste tipo.
Roberto Trigo Pires está perplexo e Amauri também porque são da extensão, e a tetinha em que eles mamam vai ficar com menos leite.
A “leitura correta” das exig~encias absurdas da UE interessa a eles e aos produtores da UE. Estão torcendo por um embargo da UE e a revogação da normativa 24, para ver se volta o leite
Por estas e outras “exigências” vai faltar carne e a nossa vai ficar mais cara que a deles e nem vai precisar embargo.
“Num vai diantá rastreá o umbigo do bezerro nem importá o lugá donde o umbigo foi interrado sô”
O meu bezerro que antes era rastreado e agora que não é mais, continua sendo criado da mesma maneira e melhor ainda.
Agora com menos estresse, pois não tem um brinco a lhe perturbar na orelha e não precisa ser manuseado e curado toda semana. (Manejado continua sendo, era manuseado mesmo!)
Mais saudavel, pois leva menos mata bicheira.
Mais barato e mais lucrativo porque me livrei dos produtos veterinários, dos brincos, das auditorias, das rastreadoras, dos papéis, e de toda trabalheira que isto dava.
Me livrei de muita gente incompetete nesta cadeia de exploração do produtor, trocavam sexo, mudavam data de nascimento, não incluiam no sistema, esqueciam de pedir brinco, não davam baixa!
Rastreei logo no início do SISBOV. Rastreio mais não, não melhora em nada a qualidade do meu bezerro e do meu boi, só aumenta custo!
Em tempo, tive que trocar muito brinco por erro da rastreadora e a rastreadora que me atendia não foi cassada não, continua no mercado. Eu fazia tudo protocolado e tenho tudo documentado. Qualquer dia destes eu digo o nome dela.
Parabens Wilson!
SISBOV? Não brinco mais!
Senhores,
É lamentavel a quantidade de besteiras que escrevem em torno do SISBOV, devemos ter claro que sua adesão é voluntária. Mas, quem aderir deve sim cumprir com todos os passos exigidos que em sua maioria foram discutidos com toda a cadeia produtiva, certificadoras e Mapa.
Enquanto a UE aceitava nossa forma de rastreabilidade estava tudo bem, ninguem reclamava, mas no momento em que nosso processo precisou ser auditado por eles (UE), vimos que tudo estava mal e parece que a casa ruiu. Não podemos esquecer que a bem pouco tempo nosso sistema parecia perfeito, o produtor comprava facilidades, os frigoríficos queriam aumentar seus lucros e as certificadoras entraram por falta de seriedade do mercado e pela falta de fiscalização, em um processo de canibalismo.
Chegamos ao fundo do poço, mas, é na crise que se encontram as soluções, precisamos que toda a cadeia produtiva da carne pense em soluções e não adianta fazer comentários que não levam a nada, precisamos assumir nossa culpa e buscar soluções conjuntas, ou iremos amargar os mercados perdidos em futuro muito próximo, pois tem gente se organizando!
As tentativas de remendo são risíveis.
Suspeitíssimo é o afã de pessoas, como o secretario Vianna, em tentar salvar a qualquer custo o que resta da colcha de retalhos.
Os inúteis gastos com o tal treinamento de centenas de funcionários estaduais saíram de nosso bolso. O resultado é que os funcionários em cada município são exatamente os mesmos, mas agora assoberbados com a carimbação da papelada infindável dos heróicos – felizmente poucos – pecuaristas remanescentes da turma que insistia em querer fazer parte da “elite” dos Sisbovados. E nós, pobres mortais, enfrentando imensas filas para conseguir emitir uma simples GTA.
Felizmente o SISBOV está morto, e não vai deixar saudades.
Falta só enterrar o cadáver, que aliás está fedendo bastante.
A notícia que tenho agora é que alguns frigoríficos estão a exigir que os bois sejam entregues sem os brincos. Quem tem, deve tirar. Felizmente, em meu embarque para o Bertin, isso não ocorreu. Surrealismo total!