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Europeus ameaçam redistribuir cota da Argentina

Os europeus, especialmente os alemães, estão bastante descontentes com a situação das exportações de carne bovina da Argentina e vêm desde janeiro reclamando das demoras e postergações. Atualmente, até a cota Hilton da Argentina está ameaçada.

Os europeus, especialmente os alemães, estão bastante descontentes com a situação das exportações de carne bovina da Argentina e vêm desde janeiro reclamando das demoras e postergações. Atualmente, até a cota Hilton da Argentina está ameaçada.

Segundo o La Opinión, a negativa do Governo argentino de dar permissões de exportação há um mês e meio está a ponto de fazer com que o país não possa cumprir com a cota Hilton – 28 mil toneladas por ano de cortes de alto valor exportados à União Européia (UE) livre de tarifas por um valor que, aos preços atuais, seria de cerca de US$ 560 milhões.

Até a semana passada, faltava exportar cerca de 25% dessa cota anual (cerca de 7 mil toneladas) e falta pouco mais de três semanas para isso, pois os cortes devem chegar a seu destino antes de 30 de junho e o tempo do transporte marítimo à Europa é de 20 dias. Sendo assim, a não ser que os frigoríficos argentinos optem pelo transporte aéreo (duas vezes e meia mais caro, US$ 2.500 por tonelada), a cota estará em risco, algo inédito em 20 anos, com exceção de épocas de aftosa.

Os importadores alemães, ingleses, holandeses, italianos e espanhóis, que têm se queixado com seus governos, não entendem porque a cota Hilton está parada. Especialistas levantam o risco de que o que resta da cota argentina seja transferida para outros países. Ainda que vários descartem a possibilidade de a UE remover esse benefício da Argentina, alguns têm dúvidas. “O único acordo pela Organização Mundial do Comércio (OMC) é que a cota para a Argentina é de 28 mil toneladas, mas não diz nada sobre o modo de administração”, disse um especialista.

A Alemanha é o principal comprador de carne argentina na UE. No começo de abril, os importadores alemães enviaram uma carta ao Chefe de Gabinete, Alberto Fernández, pedindo uma solução rápida para o problema das exportações de carne (veja artigo relacionado). Agora, sem resposta e vendo que o desabastecimento se agrava, eles se voltaram para a Embaixada argentina em Berlim. “Não pode ser que a política argentina de exportação converta seus clientes do exterior em reféns de uma política incalculável de combate à inflação”, escreveram eles. “Se seu Governo não conduzir uma mudança imediata no rumo de evitar danos em nossa economia de importação, teremos que questionar as, até agora vigentes, regulamentações de cotas (…) para converter o que não foi utilizado em cota para outros países fornecedores”, ameaçaram.

Já na Itália, os importadores teriam pedido que a cota argentina seja redistribuída para “outros países mais interessados em exportar”.

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