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Boi gordo: oferta segue enxuta e cotações sobem

O preço da arroba do boi gordo voltou a subir nesta segunda-feira, o indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista foi cotado a R$ 85,11/@, alta de R$ 0,34. O indicador a prazo teve valorização de R$ 0,44, sendo cotado a R$ 86,42/@. A quantidade de animais ofertados aos frigoríficos continua bastante reduzida. A arroba do boi gordo segue firme e sem conseguir comprar muitas indústrias aceitam renegociar os preços pagos ao produtor.

Ontem, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), divulgou os dados preliminares da balança comercial do mês de maio. Segundo os levantamentos do ministério, o Brasil exportou US$ 375,6 milhões em carne bovina in natura, referentes ao envio de 97.778 toneladas do produto ao exterior.

Em receita este resultado é 22,01% superior ao realizado no mês de abril. Em termos de volume, no mês de maio os números também cresceram, registrando variação positiva de 9,23% em relação ao mês passado. Leia mais.

O preço da arroba do boi gordo voltou a subir nesta segunda-feira, o indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista foi cotado a R$ 85,11/@, alta de R$ 0,34. O indicador a prazo teve valorização de R$ 0,44, sendo cotado a R$ 86,42/@.

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio


Na BM&F, todos os vencimentos fecharam em alta. Junho/08 teve valorização de R$ 0,72, fechando a R$ 89,77/@, com 452 contratos negociados e 1.455 contratos em aberto. Os contratos com vencimento em outubro/08 fecharam a R$ 98,76/@, com alta de R$ 1,81 e 3.683 contratos negociados e 32.080 contratos em aberto. A maior variação ocorreu nos contratos para dezembro/08, +R$ 2,41, que fechou a R$ 98,21/@.

Tabela 2. Fechamento do mercado futuro em 02/06/08


Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista x contratos futuros para junho/08


A quantidade de animais ofertados aos frigoríficos continua bastante reduzida. A arroba do boi gordo segue firme e sem conseguir comprar muitas indústrias aceitam renegociar os preços pagos ao produtor. As escalas seguem curtas e muitos frigoríficos ainda precisam de animais para esta semana. Em São Paulo, as programações de abate giram em torno de 3 dias.

Tabela 3. Resumo das cotações do mercado físico do boi gordo em 02/06/2008


Acesse a tabela completa com as cotações de todas as praças levantadas na seção cotações.

No atacado da carne bovina, a oferta reduzida e o início do mês – período de maior consumo pela população, devido o pagamento dos salários – mantém os preços firmes e gera expectativas de novas alta no curto prazo. De acordo com o Boletim Intercarnes, o dianteiro apresentou valorização de R$ 0,10, sendo cotado a R$ 4,90, enquanto traseiro (R$ 5,80) e ponta de agulha (R$ 4,00) permaneceram com preços estáveis.

O equivalente físico foi calculado em R$ 78,23/@ (+0,75%). Com o equivalente a presentando maior valorização do arroba do boi gordo (0,40%), o spread (diferença) entre indicador Esalq/BM&F à vista e equivalente físico recuou para R$ 6,89/@.

Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista x equivalente físico


Na reposição, o indicador Esalq/BM&F bezerro MS à vista foi cotado a R$ 669,66/cabeça, alta de R$ 3,13. A relação de troca continua em 1:2,10.

Para combater o desmatamento crescente na Amazônia, o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) pretende apreender gado criado em áreas desmatadas ilegalmente. Minc batizou a operação de “Boi pirata” e atribuiu à pecuária parte da responsabilidade pelo avanço de mais 1.124 km2 de devastação da floresta em abril, segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Em abril, os satélites do Inpe captaram desmatamento superior aos meses de novembro e dezembro, que justificaram o alerta do início do ano. “O dado é preocupante e não vamos brigar com o termômetro. Vamos agir”, avisou o ministro numa referência ao sistema de detecção do desmatamento em tempo real do Inpe, cujos resultados vêm sendo contestados pelo governador de Mato Grosso, Blairo Maggi.

Representantes dos setor, entidades representativas do agronegócio e especialistas criticam a ação do ministro e contestam a confiabilidade dos dados divulgados pelo INPE, enfatizando que as análises realizadas com fotos de satélite não são concretas e podem estar distorcendo a realidade do desmatamento.

André Camargo, Equipe BeefPoint

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