Durante a estação seca do ano, bovinos em pastejo se alimentam das "sobras" de forragens oriundas das estações da primavera e verão, caracterizadas por um elevado teor de fibra bruta e alta deficiência em proteínas. A escassez de nitrogênio deprime a população de microorganismos celulolíticos do rúmen prejudicando a digestibilidade da fração fibrosa da forragem. A redução da digestibilidade da fibra resulta em menor produção de ácidos graxos voláteis, que é a principal fonte de energia dos bovinos.
Durante a estação seca do ano, bovinos em pastejo se alimentam das “sobras” de forragens oriundas das estações da primavera e verão, caracterizadas por um elevado teor de fibra bruta e alta deficiência em proteínas. A escassez de nitrogênio deprime a população de microorganismos celulolíticos do rúmen prejudicando a digestibilidade da fração fibrosa da forragem. A redução da digestibilidade da fibra resulta em menor produção de ácidos graxos voláteis, que é a principal fonte de energia dos bovinos.
O conteúdo de nitrogênio da dieta pode ser considerado como um dos principais fatores que influenciam a fermentação ruminal. O fornecimento adicional de nitrogênio, através de suplementos protéicos para animais consumindo forragem de baixa qualidade, aumenta a atividade microbiana, a taxa de fermentação e a de passagem da ingesta através do trato digestivo e, desse modo, aumenta o consumo voluntário de forragem e o “status” de energia do animal em pastejo. As mudanças descritas anteriormente ocorrem durante o processo de suplementação, aumentando o ganho de peso e, consequentemente, a produção por área.
Suplementar apenas com alimentos energéticos (silagem de milho ou sorgo, melaço, farelo de milho ou trigo, etc.), não favorece o crescimento e proliferação das bactérias celulolíticas. A baixa população dessas bactérias promove um decréscimo no consumo de forragem, sendo necessária uma quantidade mínima de 7% de proteína contida na massa consumida para permitir um bom desenvolvimento da população microbiana digestora de fibra e adequada nutrição do animal (Minson, 1990).
Como o pasto na época da seca não contém este nível de proteína, a digestibilidade, fermentação ruminal e a taxa de passagem do alimento pelo trato digestivo do animal diminuem, prejudicando a absorção de nutrientes e o consumo, não permitindo que as necessidades de manutenção do animal sejam atendidas. Por outro lado, se fornecido durante esse período, um suplemento protéico que supra as necessidades das bactérias celulolíticas, estes microorganismos se multiplicam de maneira significativa, melhorando a digestibilidade da forragem de baixa qualidade dessa época.
Manter altos níveis de produção em pastagens representa alguns desafios. Fatores associados com o pastejo que são críticos para o controle seriam: manutenção da produção e qualidade da forragem nas diferentes estações do ano; estender ao máximo a estação de pastejo; uso adequado de suplementos protéico, energético e mineral para otimizar produção, condição corporal e reprodução dos animais e desenvolvimento de estratégias de manejo que vise a produtividade do pasto e ganho de peso através de complementação alimentar adequada (Combs et al., 1997).
A suplementação promove a complementação da necessidade diária do animal. Desta maneira, alimentos suplementares para animais em pastejo têm a finalidade de manter ou aumentar o consumo de matéria seca e energia proporcionando ingestões semelhantes àquelas obtidas em condições de alta oferta de forragem.
O efeito de substituição irá ocorrer basicamente, com quantidades de suplemento acima de 0,6% do peso vivo (PV), porém muitas vezes só detectado acima de 1% do PV.
Na Figura 1 ilustramos o efeito da alimentação de 4 kg de matéria seca (MS) de um concentrado ou cereal para bovinos de corte em pastejo, consumindo 10 kg de MS de forragem. O consumo de forragem caiu para 7 kg de MS de forragem, neste caso, o efeito substituição é de 75% ((10-7)/4). Contudo, o consumo de matéria seca total aumentou para 11 kg, assim, o efeito suplementação foi 25% ((11-10)/4).
Figura 1: Alimentos suplementares: suplementação e efeito substituição. Adaptado de Hodgson (1990)
Referências bibliográficas:
COMBS, D. K. 1997. Pasture supplementation and forage intake. In: International Symposium on Animal Production Under Grazing. Viçosa. p. 209-234.
HODGSON, J. 1990. Grazing management. Science into Pratice. Lougman Group UK Ltda. Essex. England, p. 135-142.
MINSON, D. J. 1990. Forage in ruminant nutrition. Academic Press. New York. 483.