Doha: mesmo sem acordo resultado não será dramático

“Já estávamos começando a calcular quanto seria o aumento, especialmente para o mercado europeu”, disse ontem Frederico Behrends, conselheiro de comércio exterior da Federação das Indústrias do Estado, já que havia convicção de que um fracasso seria evitado a todo custo.

Ainda impressionado com a dificuldade de chegar a um acordo, o que atribui principalmente à falta de “jogo de cintura” da delegação dos Estados Unidos, Behrends ponderou que, ao menos, desta vez não foi o Brasil o vilão da história. A conta do impasse, agora, terá de ser dividida entre EUA, China e Índia. Embora lamente a perda da oportunidade, o especialista acredita que as conseqüências do fracasso não serão “dramáticas”. “Vamos continuar lidando com as dificuldades que já enfrentamos”.

Behrends não teme aumento do protecionismo com o arquivamento da etapa atual das negociações, principalmente porque a alta de preços dos produtos agrícolas vai pressionar a Europa a comprar de quem produz melhor e mais barato. Por outro lado, também não vê muita folga para que a indústria se sinta mais à vontade com a redução dos impostos de importação mais distante.

As informações são do Zero Hora.