Em meio a muitas incertezas econômicas mundiais, que dificultam o planejamento da indústria e o desempenho dos pecuaristas, os preços da arroba de boi e também da carne no atacado interno seguem firmes no mercado físico brasileiro.
Em meio a muitas incertezas econômicas mundiais, que dificultam o planejamento da indústria e o desempenho dos pecuaristas, os preços da arroba de boi e também da carne no atacado interno seguem firmes no mercado físico brasileiro.
Entre 8 e 14 de outubro, o Indicador do boi gordo ESALQ/BM&FBovespa subiu 0,22%, fechando a R$ 91,77 nessa terça-feira, 14. Na parcial deste mês, o aumento é de 1,06%.
No mercado atacadista de carne com osso da Grande São Paulo, a carcaça casada de boi valorizou 1,2% entre 8 e 14 de outubro, negociada a R$ 5,93/kg nessa terça-feira, 14. Na parcial deste mês, o reajuste chega a 4%, com o valor médio do período a R$ 5,84/kg, o maior desde o início da pesquisa do Cepea neste mercado (2001), em termos reais (preços deflacionados pelo IGP-DI de setembro/08).
De modo geral, o setor pecuário segue bastante cauteloso, com a oferta de animais prontos para abate reduzida. Mesmo com frigoríficos trabalhando abaixo da capacidade de abate, as escalas seguem curtas. Algumas unidades, no entanto, têm se recusado a conceder reajustes ou mesmo a comprar nos valores mais altos já vigentes.
Segundo compradores, esse comportamento se baseia nas dúvidas acerca dos impactos da crise econômica sobre o setor e também sobre as vendas de carne. Segundo agentes do mercado atacadista, os elevados preços da carne podem retrair a demanda, principalmente nas próximas semanas, segunda quinzena do mês.
Pecuaristas, por sua vez, continuam preocupados com a dificuldade para obtenção de crédito por parte da indústria e também para desconto de notas promissórias. Isso tem levado produtores com animais prontos para abate a distribuir sua oferta entre diferentes frigoríficos e a optar pelos negócios à vista. Além de oferta e demanda, credibilidade do comprador é outro fator que tem sido levado em conta no fechamento de negócios.
Levantamentos da Assocon (Associação Nacional dos Confinadores) mostram que o volume de animais de confinamentos a ser disponibilizado nos próximos meses pode ficar abaixo do esperado. Isso reforça as estimativas de agentes de que, no atual ciclo, é necessário planejar as atividades das indústrias com base em oferta ajustada.
As informações são do Cepea.