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MT: frigoríficos tem problemas com oferta reduzida

A crise na indústria frigorífica de Mato Grosso atingiu seu ápice nos últimos dias. Nada menos do que 5,7 mil rescisões trabalhistas já foram homologadas no setor e o volume de abates caiu 39%. "Não há boi para atender a indústria e os preços estão elevados. Está ruim para comprar e para vender", aponta o presidente do Sindicato das Indústrias Frigoríficas do Estado (Sindifrigo), Luís Antônio Freitas Martins.

A crise na indústria frigorífica de Mato Grosso atingiu seu ápice nos últimos dias. Nada menos do que 5,7 mil rescisões trabalhistas já foram homologadas no setor e o volume de abates caiu 39%.

“Não há boi para atender a indústria e os preços estão elevados. Está ruim para comprar e para vender”, aponta o presidente do Sindicato das Indústrias Frigoríficas do Estado (Sindifrigo), Luís Antônio Freitas Martins.

Só no segundo semestre deste ano, cinco frigoríficos já fecharam as portas. “Sem boi para abate não temos como trabalhar e qualquer empresa é obrigada a fechar suas portas”, esclarece Martins, temendo que a situação possa se agravar ainda mais nas próximas semanas.

“O momento é muito delicado e exige bastante cautela por parte da indústria. Esta é a pior crise que estamos enfrentando nos últimos anos, pois agrega falta de matéria-prima, preços elevados para compra e baixos preços para venda, sem contar o desinteresse dos importadores em função de toda esta situação desfavorável de mercado”, frisou Martins.

De acordo com levantamento do Sindifrigo, as indústrias de Mato Grosso trabalham atualmente com apenas 60% da sua capacidade operando com uma escala curtíssima, no máximo dois dias. Outro dado levantado pelo sindicato mostra que no mês de setembro o volume de abates caiu 39% em relação a igual mês de 2007, representando uma redução de 180 mil cabeças.

De acordo com a Associação dos Criadores do Estado (Acrimat), a cotação se mantém estável há algumas semanas. Ontem, em Cuiabá, o preço vigente era de R$ 83/arroba.

Na avaliação do Sindifrigo, esta cotação está fora da realidade. “Os preços estão muito altos, enquanto a carne está em baixa. Os contratos são curtos e, cada vez mais, as exportações são menores em volume físico. Os importadores não estão querendo pagar o preço que os frigoríficos precisam para continuar trabalhando”, afirmou Martins.

O superintende da Acrimat, Luciano Vacari, disse que não há falta de matéria-prima para as indústrias, mas confirmou que o volume de abates no Estado caiu.

A matéria é de Marcondes Maciel, publicada no Diário de Cuiabá/MT, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Haroldo A. Ferreira disse:

    Bom Dia!

    Estou em Alta Floresta, norte de Mato Grosso vendo esta realidade de perto, e tenho certeza que esta situação vai continuar por muito tempo. Há doze anos exitiam dois frigorificos no norte de Mato Gosso, hoje construidos e em construção em torno de 15.

    Pecuária sempre veio na frente abrindo terras e deixando degradada para a agricultua recuperar. Porém agora com as leis ambientais, boi não tem como subir para o norte e o boi ficou espremido entre as lavouras e a Floresta amazônica.

    Sempre trabalhei de empregado abrindo fazendas, a gente ia pro mato com os peões, motosserras e maquinas ficava em barracos com os empreiteiros (gatos). Derrubava, colocava fogo semeava de avião, colocava gado, punha fogo na juquira no outro ano e estava formado, muito barato e terra com muita fertilidade por anos.

    Só que agora tem que ser tudo feito como as leis trabalhista e ambiental manda. Acabou a festa de produzir carne barato!

    Hoje o melhor negócio do mundo é produzir carne com eficiência no norte de MT.