O lançamento de alimentos novos e originais está crescendo rapidamente na indústria da carne, tirando a diferença em relação a outras seções da indústria de alimentos, no desenvolvimento de novos produtos que ostentam um rótulo do tipo “healthy”, segundo Chris Harris, editor da Revista Meat Processing.
Segundo Harris, na indústria de laticínios, o conceito de probióticos e aditivos saudáveis, usados em iogurtes, cremes e bebidas, tem sido uma realidade por vários anos. Embora, a indústria da carne tenha sido muito lenta no lançamento desse tipo de identificação mercadológica (rótulos), à medida que os consumidores se tornam mais preocupados com o aspecto saudável dos alimentos, esses rótulos se tornam cada vez mais importantes como uma alavanca do negócio.
Recentemente, organizações mercadológicas do Reino Unido, Estados Unidos e Austrália, têm enfatizado os minerais e vitaminas presentes na carne, numa tentativa de se contrapor à imagem negativa que esta vem sofrendo por um longo tempo.
Observando os ingredientes expostos durante o Food Ingredients Europe Exhibition, em Londres, provavelmente não se espere muito para observarmos publicidade com respeito aos produtos cárneos na televisão, enfatizando não somente a natureza saudável da carne, como também os benefícios que esses ingredientes utilizados nesses produtos trarão aos consumidores.
Já existem aditivos à base de cálcio para salsichas destinadas ao consumo de crianças, explorando o aspecto desse mineral no crescimento de dentes fortes e saudáveis e, também, a importância do mesmo no fortalecimento ósseo.
As pesquisas continuam com outros aditivos para produtos cárneos, que também apresentam outros efeitos benéficos na saúde humana, incluindo as pesquisas com a proteína da soja, e sua importância na redução do colesterol e um coração mais sadio. Pesquisas essas, há um passo da modificação genética, e que tem recebido as mais variadas aceitações ao redor do mundo.
Nos Estados Unidos, os organismos geneticamente modificados tem recebido dia após dia a aceitação dos consumidores e, na Nova Zelândia, o conceito foi absorvido pela indústria da carne, com uma ressalva com relação à opinião dos consumidores que deve ser levada em conta. Na Europa, por outro lado, a Comissão Européia reafirmou que não irá permitir nada que seja inseguro, possa ser introduzido no mercado, tenha este sido rotulado adequadamente ou não. Este assunto é uma barreira comercial e está na pauta das negociações da Organização Mundial do Comércio, que estão prestes a acontecer. Porém, é preciso diminuir as barreiras ao comércio internacional e não, aumentá-las.
Finalizando, Chris Harris conclui que normas claras a respeito desse tipo de alimento necessitam ser bem definidas, e não pelas indústrias ou pesquisadores que estão trabalhando no assunto, muito menos por políticos que têm interesses nacionais ou pessoais no assunto, mas sim, pelas conceituadas e capacitadas organizações no âmbito da saúde alimentar de todo o mundo, que devem ser ouvidas, e têm um grande papel na definição dos limites desses novos alimentos que são apresentados ao consumidor.
Fonte: Adaptado de Meatnews, por Albino Luchiari Filho