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Uruguai: indústria frigorífica nega formação de cartel

A indústria frigorífica do Uruguai nega que exista formação de cartel para baixar o preço do gado ao produtor. "Ninguém pode formar cartel quando se abate com metade da capacidade de industrialização da carne", disse o diretor executivo da Câmara da Indústria Frigorífica (CIF), Daniel Belerati, referindo-se à crise na demanda por carne atualmente.

A indústria frigorífica do Uruguai nega que exista formação de cartel para baixar o preço do gado ao produtor. “Ninguém pode formar cartel quando se abate com metade da capacidade de industrialização da carne”, disse o diretor executivo da Câmara da Indústria Frigorífica (CIF), Daniel Belerati, referindo-se à crise na demanda por carne atualmente.

Este virtual enfrentamento de opiniões em torno da evolução do preço do novilho com relação ao da carne exportada teve como cenário o 5º Congresso de Produção, Industrialização e Comercialização de Carne, “Do campo ao Prato”, que teve início nesta semana no Laboratório Tecnológico do Uruguai (LATU).

Em notas separadas, durante uma pausa no Congresso, Belerati e o presidente do Instituto Nacional de Carnes do Uruguai (INAC), Luis A. Fratti, evidenciaram as diferenças de opinião em torno do assunto e não evitaram responder sobre a preocupação de que estejam gerando práticas de oligopólio a nível da indústria exportadora.

Fratti disse que está claro que o preço do novilho baixou muito mais do que o da carne de exportação. Por outro lado, Belerati disse entender a preocupação dos produtores em torno do preço do gado. No entanto, ele disse que o negócio da indústria frigorífica é “abater muito, que o produto tenha uma boa demanda e que todas as pontas da cadeia tenham rentabilidade”.

Quanto à preocupação levantada pela Sociedade Rural de Durazno à Federação Rural e à Associação Rural do Uruguai, sobre uma possível formação de cartel da indústria exportadora, Belerati disse que isso não faz sentido considerando que atualmente os abates caíram muito por causa da crise. “Se os frigoríficos estivessem abatendo 70 mil cabeças por semana, se poderia pensar que fariam um acordo para baixar o preço, mas se neste momento se abatem 30 mil cabeças por semana e há cinco frigoríficos fechados, não se pode dizer isso”.

Fratti disse que não existem dados concretos levantados pela Junta Diretiva do INAC sobre o assunto, dizendo que se “está fazendo um acompanhamento do que está ocorrendo, mas não há maiores dados para afirmar isso”. Ele disse que, apesar das dificuldades que estão ocorrendo a nível mundial, o Uruguai está superando o recorde histórico do melhor ano por ingresso de divisas de venda de carne. Estima-se que, ao fechamento do ano, o país superará em 30% o valor das vendas de carne bovina com relação a 2006. Na abertura do evento, Fratti disse que, em 2010, o país poderá contar com uma rastreabilidade de campo ou com uma rastreabilidade industrial até o corte individual, o que considerou uma “conquista coletiva do país”.

A reportagem é do El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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