Grupo Bertin posterga o projeto de criação de um banco

O Grupo Bertin, que em junho deste ano havia pedido ao Banco Central (BC) autorização para criar um banco, postergou o projeto, sem definir por quanto tempo, para neste momento “priorizar os investimentos nos negócios já existentes na organização”. A empresa informou que decidiu adiar os planos em agosto deste ano, quando comunicou ao BC sua decisão.

O propósito do grupo de constituir um banco foi anunciado pela empresa em junho deste ano. O Grupo, na época, justificava que queria abrir uma instituição financeira para aproveitar o relacionamento que tinha com fornecedores de laticínios e pecuária.

A decisão foi tomada em agosto passado, portanto antes do agravamento da crise financeira internacional. Naquele mês, porém, já havia acontecido a quebra do banco americano Bear Stearns, comenta uma fonte ligada à empresa.

Com a decisão de entrar no mercado financeiro, o Bertin seguia o exemplo da JBS-Friboi, que em julho deste ano começou a operar o seu banco. Por trás da iniciativa dessas empresas está a tentativa de tirar proveito do relacionamento que elas têm com cadeias extensas de fornecedores nas áreas de laticínios e pecuária.

Para fontes do setor, a decisão de adiar a abertura do banco está relacionada ao agravamento da crise internacional. Também por conta da crise, que afeta as exportações de carne do Brasil, o grupo já vem fazendo outros ajustes, como o fechamento de plantas e adiamento de novas operações. Segundo a empresa, “a medida visa ajustar as atividades de suas unidades frigoríficas e buscar o equilíbrio entre a oferta de gado e a demanda dos mercados interno e externo”.

As informações são da Gazeta Mercantil e do Valor Econômico, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.