Segundo resultados da Pesquisa Trimestral de Abates, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no 3º trimestre de 2008, foram abatidas 7,142 milhões de cabeças de bovinos, que representa uma queda de 6,3% tanto em relação ao segundo trimestre, como em relação ao mesmo período de 2007.
Segundo resultados da Pesquisa Trimestral de Abates, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no 3º trimestre de 2008, foram abatidas 7,142 milhões de cabeças de bovinos, que representa uma queda de 6,3% tanto em relação ao segundo trimestre, como em relação ao mesmo período de 2007.
Com esse resultado, o volume abatido voltou a patamar do primeiro trimestre de 2006. O terceiro trimestre é caracterizado como período de entressafra, com a redução das chuvas e ocorrências de secas em áreas produtoras, reduzindo a oferta e a qualidade das pastagens.
Segundo o IBGE, o abate total de bovinos acumulado em 2008 (22 milhões de cabeças) foi 5,6% menor do que o observado no mesmo período de 2007. Esse resultado reflete a continuidade do processo de escassez da oferta de animais para abate que vem sendo observado desde o segundo semestre de 2007.
Do total de animais abatidos no 3º trimestre de 2008, 57,2% eram bois, 29,2% eram vacas, 13,5% eram novilhos e apenas 0,05% vitelos.
Ao comparar o 3º trimestre de 2008 com o mesmo período de 2007, foram verificadas quedas no abate de vacas (11,9%), vitelos (53,7%) e novilhos (7,0%). Na mesma comparação, a região que apresentou a maior queda em termos percentuais no volume de abate de bovinos foi a Região Norte (19,6%). O estado de Tocantins reduziu o número de animais abatidos em 25,7%, e Rondônia em 21,8%. Em contrapartida, a região Sul apresentou um volume de abate de bovinos 6,1% maior, com um aumento expressivo no Rio Grande do Sul (28,3%). Quanto ao tipo de inspeção, 80,1% do total de animais foi abatido sob inspeção federal, 13,3% estadual e 6,6% municipal.
Tabela 1. Abates de bovinos – comparação entre os trimestres de 2007 e 2008
Couro
No 3º trimestre de 2008 foram adquiridas 8,649 milhões de unidades de couro bovino, que representa uma queda de 17,0%, em relação ao mesmo período do ano passado, e de 13,4% em relação ao trimestre anterior.
A baixa oferta de animais para abate resultou em uma menor oferta de couro pelos frigoríficos. Alguns curtumes deixaram de funcionar ou reduziram a aquisição por falta de matéria-prima e/ou dificuldades financeiras, havendo relatos de férias coletivas e encerramento definitivo de atividades. Estoques existentes de peças de couro foram utilizados para atender às demandas de algumas empresas, mas no trimestre a quantidade de couro adquirido foi superior à quantidade de couro curtido, com saldo positivo de estoque.
Com relação ao trimestre anterior, a maior queda relativa ocorreu em Sergipe (-53%), enquanto o Espírito Santo praticamente triplicou a aquisição de couro no período (+199%). Em termos absolutos, São Paulo, Pará e Rio Grande do Sul apresentaram as maiores reduções na aquisição de couro, representando menos 807.159 unidades.
As informações são do IBGE.
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Com relação ao RS, cabe salientar que comparando o volume total de abates do último trimestre (Jul a Set), versus 2007, realmente tivemos uma elevação de 28%, porém comparando 2008 com 2006 e 2005, teremos uma redução de 36% e 30%, respectivamente e baseado nos mesmos dados do IBGE.
As reduções dos abates bovinos de 2008 e 2007, são o resultado do abate indiscriminado de fêmeas aptas a reprodução, a que os frigoríficos forçaram os pecuaristas gaúchos a efetuar. Em razão dos preços ofertados serem inferiores aos custos de produção.
Acrescento a triste constatação, de novamente os frigoríficos não terem aprendido a lição, forçando as atuais baixas artificiais e propondo preços abaixo dos custos de produção. Confirmando sua visão de curto prazo e míope, em termos de desenvolvimento da cadeia produtiva. E por final brindando a população com aumentos de preço e desemprego no setor, com alardeada vinculação de culpa dos produtores.
Pergunto, como pretender evoluir com este tipo de atitude. Onde a resposta natural e lógica do produtor profissional, focado na lucratividade da propriedade, será buscar o menor custo unitário. Portanto trabalhando bem abaixo do seu potencial produtivo, que nos moldes atuais é antieconômico.
Sinceramente, não sei se verei o dia em que os frigoríficos entendam que boa parte dos pecuaristas não são ignorantes econômicos.
Obs.: Vamos torcer para o IBGE aproveitar o embalo e publicar os dados finais do Censo Agropecuário de 2007, relativos ao rebanho bovino. Pois ainda estamos com os dados “preliminares”, publicados em dezembro de 2007.
Agropecuarista no RS e ex-sindicalista patronal.