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Indústrias questionam atraso na divisão da Cota Hilton

A quatro meses de expirar o prazo final para exportar cortes nobres de carne bovina à União Europeia dentro da chamada "Cota Hilton", o governo federal ainda não distribuiu a totalidade das 5 mil toneladas a que as indústrias brasileiras têm direito de vender ao bloco com taxação reduzida.

A quatro meses de expirar o prazo final para exportar cortes nobres de carne bovina à União Europeia dentro da chamada “Cota Hilton”, o governo federal ainda não distribuiu a totalidade das 5 mil toneladas a que as indústrias brasileiras têm direito de vender ao bloco com taxação reduzida.

A cota, usada para exportar cortes de alto valor agregado, permite a venda de 5 mil toneladas com tarifa de apenas 20%, enquanto no extra-cota há um imposto de 12,8%, mais 3.041 euros por tonelada.

O Ministério do Desenvolvimento informou, por meio de sua assessoria, ter havido uma discrepância em parte dos dados informados nos cadastros das 15 empresas autorizadas a exportar para a UE. Os europeus também passaram a exigir um certificado emitido pelo Ministério da Agricultura para acompanhar as partidas de carne bovina e evitar eventuais fraudes nos embarques. A medida, anunciada em 11 de agosto pelos europeus, teria causado atrasos burocráticos no processo de distribuição da cota entre as 55 unidades frigoríficas habilitadas. Mas o MDIC afirmou ontem ao Valor que os problemas foram “resolvidos”.

As empresas estão pressionadas pela queda nas vendas externas e reclamam da distribuição apenas parcial feita pelo governo. “Não interessa à Abiec de quem é a culpa. O fato é que a cota deveria ter sido distribuída em julho”, afirma o diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Otávio Cançado. “Estamos perdendo com a não divulgação da cota e com a não realocação entre as unidades exportadoras”.

Segundo a Abiec, o atraso na repartição das cotas gerou prejuízos ao setor em razão da perda de uma “janela” de oportunidade em agosto e setembro de 2008, quando a crise financeira global ainda não havia golpeado o comércio internacional. O preço médio da carne exportada à UE fora da cota nestes dois meses de 2008 chegou a US$ 9.175 por tonelada. Em janeiro deste ano, a média caiu para US$ 7,7 mil.

A matéria é de Mauro Zanatta, publicada no jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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