Os frigoríficos continuam completando as escalas e os que conseguem esticar um pouco as programações de abate, imediatamente diminuem o interesse pelas compras e pressionam os preços da arroba, ou simplesmente deixam de comprar. Dessa forma, o mercado teve uma semana de poucos negócios com o indicador em baixa.
Os frigoríficos continuam completando as escalas e os que conseguem esticar um pouco as programações de abate, imediatamente diminuem o interesse pelas compras e pressionam os preços da arroba, ou simplesmente deixam de comprar.
Dessa forma, o mercado teve uma semana de poucos negócios com o indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista sendo cotado a R$ 83,44/@, registrando recuo de 0,35% na semana. O indicador a prazo teve desvalorização de 0,49%, sendo cotado na última quarta-feira a R$ 84,56/@. Em janeiro, este índice teve variação negativa de 3,19%, no dia 2 do mês passado, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – Esalq/USP (Cepea) divulgou cotação de R$ 87,35/@, com prazo de trinta dias.
Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio
No mercado físico, a oferta continua restrita e as escalas não evoluem como os compradores gostariam. Apesar dessa situação, os frigoríficos pressionam os preços na tentativa de pagar preços menores pela arroba do boi gordo, porém poucos negócios tem sido efetivados a preços menores.
Em São Paulo, as escalas atendem a uma semana. As grandes indústrias do Estado conseguem manter as programações de abate, comprando animais no MS. Já os frigoríficos de menor porte tem mais dificuldade para adquirir animais, trabalham com escalas mais apertadas e aceitam negociar preços e prazos com o pecuarista.
O leitor do BeefPoint, José Luiz Bicca Heineck, informa que na região de São Gabriel/RS frigoríficos médios estão oferecendo R$ 2,60/kg, pelo boi gordo, para pagamento imediato e R$ 2,40/kg pela vaca, nas mesmas condições de pagamento. É importante salientar que os frigoríficos de maior porte, não negociam à vista e se o fazem o desconto chega a 6%. “O navio do Líbano pagou R$ 2,60 o kg. Na viajem anterior pagou até R$ 3,15/kg”, comenta José Luiz.
Jaime Assis Catafesta, leitor do BeefPoint, de Marechal Cândido Rondon/PR nos enviou o seguinte comentário, “na nossa região o que está castigando é a estiagem, por conta disto há uma oferta de gado menor. Não existe muito mais gado gordo na nossa região como tinha há um tempo atrás, então nós do frigorifico temos que pagar um preço melhor. Espero que isso melhore tanto para o frigorifico quanto para o produtor”.
“Aqui no Vale do Mucuri/MG os frigoríficos estão pagando pelo boi gordo, rastreado, à vista R$ 72,00/@ e com 28 dias R$ 73,00/@. A vaca gorda, com média de 15@ vale R$ 69,00/@ para pagamento à vista e R$ 70,00/@ com prazo de 28 dias. Estes preços podem subir de acordo com a escala dos frigoríficos ou descer, ou seja, opera a lei de oferta e procura”, completa João Henrique Salomão Sobrinho, de Teófilo Otoni/MG.
Como está o mercado do boi gordo e reposição em sua região, em relação a preços, oferta e demanda e número de negócios efetivados? Por favor utilize o box de “cartas do leitor”, abaixo para nos enviar comentários sobre o mercado.
No mercado futuro, todos os vencimentos apresentaram variação negativa. Fevereiro/09, o primeiro vencimento, teve desvalorização de R$ 1,37 na semana, fechando a R$ 80,63/@ nesta quarta-feira. Maio/09, um dos contratos com maior liquidez no momento, fechou a R$ 76,83/@ com recuo de R$ 0,86. Apesar de apresentar menor variação, Outubro/09 também teve retração, fechando a R$ 82,00/@. A queda foi de R$ 0,27 na semana.
Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 28/01/09 e 04/02/09
Os animais de reposição continuam com os preços em queda. Diante da oscilação dos preços do boi gordo e indicação de valores mais baixos, muitos invernistas adiaram suas compras na esperança de maior definição do mercado. Compradores consultados pelo BeefPoint comentam que o mercado segue lento com pouco interesse de venda e de compra, acontecendo apenas negócios esporádicos.
O indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista foi cotado a R$ 629,51/cabeça, recuo de 0,39% na semana. No mesmo período do ano passado o bezerro era negociado a um valor 25,67% mais barato (R$ 500,94/cabeça). A relação de troca está em 1:2,19. Durante o mês de janeiro, o indicador de bezerro apresentou queda consecutivas e registrou uma desvalorização de 2,26%.
Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista x relação de troca na reposição (boi gordo de 16,5@ por bezerros)
Alexsandro Mendonça, de João Pinheiro/MG, ressalta que na sua região o mercado estava um pouco frio, mas agora começaram as compras e devem melhorar, pois os confinamentos irão aquecer o mercado com suas negociações.
Segundo o Boletim Intercarnes, o mercado de carnes ainda segue com pouca definição, porém foram registrados negócios a valores mais baixos com mercadorias procedentes de estados mais distantes, as ofertas seguem regulares, e avolumando-se em função da retração na procura.
Em São Paulo, o traseiro foi cotado a R$ 6,80, o dianteiro a R$ 3,80 e a ponta de agulha a R$ 3,80. O equivalente físico foi calculado em R$ 78,60/@ e o spread caiu para R$ 4,84/@.
Tabela 2. Cotações do atacado da carne bovina
Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x equivalente físico
Essa semana o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) divulgou dos dados da Balança Comercial de janeiro. No mês, as exportações brasileiras chegaram a US$ 9,788 bilhões e as importações a US$ 10,306 bilhões, o que resultou num déficit comercial de US$ 518 milhões.
O secretário de Comércio Exterior do MDIC, Welber Barral, disse que a retração da demanda mundial é o grande desafio para exportadores brasileiros em 2009 e que eles precisam manter os mercados já conquistados porque retomar um mercado perdido é muito difícil.
Carne bovina in natura
No mês passado, o exportadores enviaram 56.600 toneladas de carne bovina in natura ao exterior, que gerou uma receita de US$ 168,5 milhões. Em relação ao mês de dezembro a queda na receita foi de 21,38%, enquanto o volume recuou 8,04%. Em relação ao mesmo período do ano passado o volume foi 38,41% menor e a receita teve variação negativa de 53,8%.
Tabela 3. Exportações Brasileiras de carne bovina in natura
Vale lembrar que em janeiro de 2008 as exportações foram recordes, com grande volume sendo enviado para a Europa, pois sentindo que o bloco iria aumentar as exigências para a importação do produto brasileiro, os compradores europeus aumentaram o número de negócios. No momento vendemos muito pouco para a UE e a Rússia, nosso principal cliente, também reduziu o volume compras e o valor pago pela nossa carne.
O diretor-executivo da Abiec, Otávio Cançado, explicou que os frigoríficos de bovinos, em especial, utilizam bastante os ACCs (Adiantamento sobre Contrato de Câmbio) como capital de giro em suas operações. Com a crise, o financiamento via ACC continua muito mais caro e seletivo.
“Falta crédito para financiar a exportação e também falta crédito para o importador”, disse ele à Reuters, lembrando que também no exterior os compradores enfrentam dificuldades para financiar seus negócios.
A queda drástica nas exportações em relação aos melhores meses de 2008 pode ser explicada também por outras questões. Segundo o diretor-executivo, muitos países reduziram as exportações porque buscaram queimar estoques. “Estoque também é custo. Ele (importador) precisa de financiamento e começou a queimar estoques.”
Justamente pelo fato de os estoques estarem sendo reduzidos nos países importadores, a Abiec já começou a notar uma ligeira recuperação das exportações brasileiras. Apesar do resultado geral ruim em janeiro, a associação registrou um aumento nas vendas para a Rússia, tradicionalmente o principal destino da carne brasileira.
Em relação a dezembro, um mês também crítico para o setor, as exportações para a Rússia aumentaram 20,2%, em valor, ou cerca de 7 milhões de dólares. Em volumes, os embarques subiram 33%, ou 5,3 mil toneladas, segundo o executivo.
O representante da Abiec, entretanto, ponderou que a entidade não espera uma normalidade dos embarques do Brasil antes do segundo semestre. Outro fator que pode servir também de estímulo para os exportadores é o câmbio, que permitirá ao setor obter mais reais com suas vendas, compensando em parte a queda do preço em dólar com a crise, segundo Cançado.
“Foi melhor do que o esperado.” Essa foi a manifestação de Pedro de Camargo Neto, presidente da Abipecs (Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína), ao analisar as exportações de carne suína em janeiro. A análise poderia se repetir para a maioria dos setores do agronegócio. Apesar da crise, as vendas externas cresceram em volume e a prevista queda na demanda mundial por alimentos pode não se confirmar.
Para Célio Porto, secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, outros setores da economia, como o de bens duráveis, sofrerão mais com a crise que a agricultura.
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Cabe lembrar que estamos no mês de fevereiro, onde a oferta de gado pronto via pasto é grande por todo o brasil e mesmo assim os preços estão estáveis, apesar da oferta e da crise internacional, espero que os preços vão ser mantidos nesses patamares até fim de maio.
No início de junho em diante os preços devem ter reajustes consideráveis, pois os confinamentos não terão gado pronto ao abate, além de diminuição do numero de gado fechado ao confinamento, sendo assim, o boi via pasto não irá suprir o mercado, devendo justificar o aumento de preço.
Boa tarde,
Aqui em Nova Monte Verde o Frigorifico Arantes está compranso Avista e pagando a arroba, R$ 67,20 no boi.
Sem mais,
Paulo Moreira