Na primeira reunião de monitoramento do comércio bilateral Brasil-Rússia, terminada ontem, em Moscou, representantes dos dois governos discutiram a meta comum de se alcançar US$ 10 bilhões no fluxo comercial, até 2010. Na questão das carnes, foi solicitada a revisão das cotas brasileiras de aves e suínos, já que na distribuição que está em vigor o Brasil considera-se prejudicado. A Rússia prometeu ao Brasil que vai reexaminar a resolução estabelecendo o sistema de cotas de importação de carnes.
Na primeira reunião de monitoramento do comércio bilateral Brasil-Rússia, terminada ontem, em Moscou, representantes dos dois governos discutiram a meta comum de se alcançar US$ 10 bilhões no fluxo comercial, até 2010; temas ligados à agricultura; investimentos e a necessidade de se intensificar as atividades na área de turismo, dentre outros assuntos.
Na questão das carnes, foi solicitada a revisão das cotas brasileiras de aves e suínos, já que na distribuição que está em vigor o Brasil considera-se prejudicado. A Rússia prometeu ao Brasil que vai reexaminar a resolução estabelecendo o sistema de cotas de importação de carnes, que reduziu o acesso das exportações brasileiras ao mercado russo e direcionou o volume para produtores dos EUA.
Porém os nossos maiores compradores não deram garantias de que vão atender à demanda brasileira de recuperar os volumes de exportação este ano. Alegam que precisarão levar em conta a crise financeira global, que desvalorizou o rublo em um terço e afeta importações.
Mudanças na regras
Para o Brasil, a Rússia mudou as regras do jogo. A cota destinada a outros países, na qual o Brasil está incluído, foi reduzida. Essa redução no acesso brasileiro serviu para aumentar a cota dos EUA.
Paralelamente, o representante do Itamaraty, Carlos Consandey, se reuniu com o principal negociador russo para a adesão do país na Organização Mundial do Comércio (OMC), Maxim Medvedkov. E avisou que a discriminação contra a carne brasileira “cria repercussão” no apoio de Brasília à entrada russa na entidade. O Itamaraty não chegou a ameaçar com retirada do apoio a Moscou, mas insistiu que o país “não está nada contente” com a medida que afetou as suas exportações.
O resultado foi a fixação de nova reunião em abril, quando o secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Ivan Ramalho, volta a Moscou. Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, os negociadores têm que se concentrar num objetivo: “O Brasil deve insistir em obter melhor cota este ano, porque os EUA insistiram e levaram 50 mil que foram retiradas do Brasil”.
Além disso, o Brasil avisou que, como grande exportador, deseja ser consultado sobre o regime de importação de carnes que vai vigorar a partir de 2010. O Brasil prefere que não haja cotas – somente tarifas. Mas, se houver, que seja na base da “nação mais favorecida”, de forma que os mais competitivos tenham melhores condições.
As informações são do Valor Econômico e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.