O mercado do boi gordo segue pressionado e o indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista apresenta retração de R$ 0,31, sendo cotado a R$ 79,04/@. O indicador a prazo foi cotado a R$ 79,95/@, com recuo de R$ 0,27. Após a notícia de pedido de recuperação judicial do Independência, os compradores intensificaram a pressão sobre o preços da arroba e tentam forçar novos recuos nos preços do boi gordo em todo o país.
O mercado do boi gordo segue pressionado e o indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista apresenta retração de R$ 0,31, sendo cotado a R$ 79,04/@. O indicador a prazo foi cotado a R$ 79,95/@, com recuo de R$ 0,27.
Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio
Após fortes recuos, a BM&FBovespa voltou a fechar em alta. O primeiro vencimento, março/09, fechou a R$ 77,00/@, com valorização de R$ 1,00, registrando a maior variação do dia. Maio/09 teve alta de R$ 0,51, fechando a R$ 73,51/@, vale ressalta que este é um dos vencimentos que apresenta melhor liquidez no momento. Para outubro/09 a bolsa aponta uma arroba de R$ 78,87/@, em relação ao fechamento do pregão anterior a variação foi de -R$ 0,02.
Tabela 2. Fechamento do mercado futuro em 03/03/09
Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x contratos futuros para março/09
Após a notícia de pedido de recuperação judicial do Independência, os compradores intensificaram a pressão sobre o preços da arroba e tentam forçar novos recuos nos preços do boi gordo em todo o país. Apesar dos preços de balcão estarem bem abaixo dos levantados há alguns dias o mercado se mostra bastante lento e poucos negócios foram realizados, mesmo assim os frigoríficos estão conseguindo manter suas escalas.
Em São Paulo, os preços giram em torno dos R$ 80,00, mas existem indústrias que já ofertam R$ 77,00 pela arroba do boi paulista. É importante observar que grande parte dos animais abatidos nas plantas paulistas estão sendo adquiridos em Estados vizinhos.
No Mato Grosso do Sul, onde a oferta é um pouco maior a pressão baixista também se instalou. Vale lembrar que o Independência tinha forte presença no Estado e com a paralisação dos abates a concorrência diminuiu. Compradores já ofertam R$ 70,00/@, mas agentes que atuam neste mercado comentam que o mercado segue travado nos preços atuais e as indústrias estão abatendo animais de R$ 73,00/@.
Acesse a tabela completa com as cotações de todas as praças levantadas na seção cotações.
No norte de Minas Gerais o setor também demonstra preocupação após o fechamento do Independência. Segundo matéria do jornal O Tempo, estima-se que a dívida do frigorífico com os criadores do país seja de R$ 250 milhões. Na Confboi, central de vendas da Associação dos Criadores de Gado de Corte do Norte de Minas, que reúne cerca de cem filiados, os créditos a pagar são da ordem de R$ 1,5 milhão.
O presidente da associação, João Gustavo Rebello de Paula, disse porém que o maior impacto é o social. “Vamos direcionar as vendas para os outros frigoríficos que já atuam na região, como o Bertin, Mataboi e Friboi”, disse. O produtor não descarta impacto no preço da arroba “no primeiro momento”. “Acredito que nos próximos dias haverá um ajuste no mercado”, completou. É esperada uma queda de cerca de 10% no preço da arroba, negociada a R$ 75 antes da crise.
De qualquer forma, a expectativa é de desvalorização do produto no Norte de Minas, em razão das longas distâncias percorridas até outros centros, como no Triângulo Mineiro. Com o percurso de até mil quilômetros.
No atacado da carne bovina, o traseiro foi cotado a R$ 6,40, o dianteiro a R$ 4,00 e a ponta de agulha a R$ 3,60. O equivalente físico apresentou valorização de 0,26%, sendo calculado em R$ 76,50/@. O spread (diferença) entre indicador de boi gordo e equivalente recuou para R$ 2,54/@.
Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x equivalente físico
A reposição apresentou nova valorização, com o indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista sendo cotado a R$ 630,13/@, alta de R$ 0,53. A relação de troca recuou para 1:2,07.
André Camargo, Equipe BeefPoint