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Assocon adverte que estratégia dos frigoríficos desestimula rastreabilidade

No final de 2008, como a oferta de boi dentro das normas exigidas pela UE era boa, ou pelo menos atendia à demanda europeia, os frigoríficos reduziram os prêmios pagos por esses animais para apenas 3%, contra até 20% antes. Na época, Juan Lebrón, da Assocon, advertia que essa era uma visão curta da indústria e que não incentivaria a adesão dos pecuaristas. Foi o que ocorreu, diz ele. Mesmo com o mercado lá fora ainda desaquecido, os frigoríficos já pagam prêmios maiores, mas a oferta é escassa.

No auge da disputa entre Brasil e União Europeia pela carne rastreada, no ano passado, Juan Carlos Lebrón, diretor-executivo da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), advertia que a indústria exportadora de carne bovina poderia estar matando a galinha dos ovos de ouro.

Como a oferta de boi dentro das normas exigidas pela UE era boa, ou pelo menos atendia à demanda europeia, os frigoríficos reduziram os prêmios pagos por esses animais para apenas 3%, contra até 20% antes.

Lebrón advertia que essa era uma visão curta da indústria e que não incentivaria a adesão dos pecuaristas. Foi o que ocorreu, diz ele. Mesmo com o mercado lá fora ainda desaquecido, os frigoríficos já pagam R$ 10 por arroba para o gado rastreado (13% a mais), mas a oferta é escassa.

O desinteresse do pecuaristas, gerado pela baixa remuneração ao gado rastreado, vai fazer o país perder muitos negócios, principalmente com o retorno de Chile e de outros mercados mais exigentes, na avaliação de Lebrón.

A matéria é de Mauro Zafalon, publicada na Folha de S. Paulo, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Roberto Ferreira da Silva disse:

    Resumo de e-mail encaminhado à Abiec em 25/11/2008, sem resposta:

    Boa Tarde Luiz Carlos de Oliveira,

    Primeiramente gostaria de parabenizar pelas últimas entrevistas concedidas ao BeefPoint, onde pode nos esclarecer com dados interressantes alguns movimentos do mercado. Gostaria que o Sr. em alguns minutos verificasse algumas informações importantes abaixo:

    Em abril de 2008 existiam aproximadamente 16.000 propriedades no sistema, com o novo modelo apartir de maio 2008, os produtores e demais elos da cadeia precisaram se adaptar e atualmente conforme fonte no site http://www.agricultura.gov.br (Serviços/Certificação/SISBOV/Relação de propriedades aprovadas) existe aproximadamente 3435 fazendas no sistema com vistoria em dia, ou seja, produtores que estão tentando migrar do modelo antigo antes de maio de 2008 para o novo, 6 meses após. Isto representa 21,5%. Em que o Sr. se baseia para afirmar que em 2009 o número de propriedades deve aumentar, haja visto os frigoríficos exportadores não estão pagando e os que estão, pagam de 3 a 5%. O número vem aumentando devido à quantidade de produtores que aderiram anteriormente quando o prêmio chegava a R$20,00 a mais na @ e em média R$17,00 a mais na @, são propriedades que o Ministério ainda não havia visitado e ainda estão visitando. Prova disto é o seguinte, destas 3435 propriedades, atualmente existem 608, 18% estão aprovadas, as outras 82% possui status de não aprovadas ou ainda aguardando auditoria oficial.

    Pergunto, os 78,5% do modelo antigo que ainda não resolveram aderir, os 82% não aprovados ou aguardando auditoria oficial e os 608 já aprovados continuarão mantendo a rastreabilidade em suas propriedades movidos por qual energia a não ser os R$ 15,00 a 20,00 a mais na @?

    Em suma o cenário é ruim a tendência e de baixa para 2009, a adesão de produtores a partir de setembro/2008 ao novo modelo está sendo menor (de 30 a 60%) se comparada ao período de julho a agosto, meses que os frigoríficos estimulavam com pagamentos de R$15,00 a R$20,00 a mais na @, onde se tinha uma remuneração ao menos satisfatória para o produtor. A menor adesão de alguns meses atrás até o momento, trará reflexos logo nos primeiros meses de 2009, a menos que se faça algo para mudar tal cenário.

    Como o brasileiro não desiste nunca e os líderes devem ser acima de qualquer realidade positivista, desejamos o mesmo que a ABIEC, incremento em 2009. Me coloco ao dispor para maiores informações e contatos para acompanhamento da realidade do mercado.

    Rômulo Rogério Canhete
    Manager Executive
    Oxxen Tecnologia em Rastreamento

  2. Adriano de Escobar Vilela disse:

    Não seria a hora dos nossos governantes intervirem a favor do pecuarista em relação a premiação do boi rastreado?

  3. Walter Magalhaes Junior disse:

    O governo interferir como? Não há como interferir. A economia é de mercado e assim deve permanecer. A interferência do governo central só atrapalha. O que é preciso é que o setor industrial aprendam a se relacionar de forma efetiva com os seus fornecedores de boi. Enquanto a visão for caracterizado por esse sentido exploratório e egoista, não haverá nada que possa ser feito.

    Alguém se lembra quando o Independência montou o cortume e iniciou um pretenso programa de remuneração do couro? Na época eles vendiam uma peça de couro de 45 kg por R$4,50/kg, apurando algo ligeiramente acima de R$200,00/peça. Montaram o cortume e para estimular os pecuaristas a melhorem a qualidade do couro, faziam uma infinidade de avaliações restritivas, o que acabava resultando em um pagamento, monstruoso, de R$0,75/peça. Não é um ótimo negócio? Para quem? Com toda certeza para eles, não é?

    Pois é assim que funciona. São movidos por principios egoistas tão acentuados que acham que somos todos idiotas. Muitos devolveram os envelopes de pagamento do couro de suas reses sem ao menos abrí-los. E pelo que sei os gestores do processo ainda se sentiram ofendidos com a iniciativa de devolução.

    Falta muita formação ainda. Falta uma orientação mercadológica efetiva que está longe de advir dos mecanismos de esperteza, oriundos das decisões dos açougueiros sabidões que agem nesse mercado.