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26 de março de 2009
Mercados Futuros – 27/03/09
30 de março de 2009

Semana de alta: pressão diminui e indicador acumula valorização de 1,99%

As escalas encurtaram e durante a semana a compra de gado se mostrou mais complicada. Com menores volumes sendo negociados nas principais praças pecuárias do país, a pressão baixista perdeu força e a arroba do boi gordo fechou em alta.

As escalas encurtaram e durante a semana a compra de gado se mostrou mais complicada. Com menores volumes sendo negociados nas principais praças pecuárias do país, a pressão baixista perdeu força e a arroba do boi gordo fechou em alta.

Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo a prazo

O indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista foi cotado a R$ 77,86/@, acumulando alta de 2,10% na semana. O indicador a prazo teve variação positiva de 1,99% no mesmo período, sendo cotado a R$ 78,90/@. Apesar da alta este indicador acumula desvalorização de 9,67%.

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio

O mercado físico segue bastante especulado, e existe muita desconfiança quanto a saúde financeira dos frigoríficos e incertezas na hora de fechar negócios. Mas o sentimento de que as escalas estão mais curtas diminuiu a pressão sobre os preços que vinha sendo praticada pelos compradores.

Fatores como a maior disponibilidade de pastos, a proximidade do final de mês – quando os frigoríficos normalmente compram em volume maior se preparando para o período seguinte, quando tradicionalmente o consumo é maior devido ao pagamento dos salários – e notícias de melhora na demanda do mercado internacional deram mais forças aos pecuaristas que tentam negociar preços melhores e não aceitam vender nos preços propostos pelos frigoríficos. Neste cenário o negócios evoluem de forma lenta.

Em São Paulo, os preços de balcão giram em torno de R$ 77,00 e R$ 78,00, mas o volume de animais vendidos nesses patamares é reduzido e já existem pecuaristas pensando em uma arroba de R$ 80,00 para começar a vender. De qualquer forma as grandes indústrias paulistas seguem se abastecendo com animais de outros Estados, MS, GO e MG.

No Mato Grosso do Sul, compradores comentam que estão conseguindo comprar relativamente bem e que a oferta tem atendido a necessidade. Um fato importante que influencia neste equilíbrio de oferta e demanda no Estado é o fechamento das plantas do Independência.

Acesse a tabela completa com as cotações de todas as praças levantadas na seção cotações.

Outro fato que não pode ser deixado de lado, é o recuo da relação de troca na reposição. Durante a semana, essa relação apresentou valores abaixo de 1:2,00, muitos produtores preferem adiar um pouco as vendas esperança de melhoras. Melhora que pode vir do aumento do preço da arroba do boi gordo, ou redução dos preços do bezerro já que nos aproximamos do período em que acontecem a maioria das desmamas e normalmente a oferta aumenta.

Gráfico 2. Relação de troca na reposição (boi gordo de 16,5@ por bezerros)

O indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista foi cotado a R$ 638,55/cabeça, com valorização de 0,64%. Compradores que atuam neste mercado, informam que em São Paulo os negócios fluem lentamente, mas ressaltam que existem compradores e vendedores dispostos a negociar.

O leitor do BeefPoint André Fioravanti, de Dracena/SP, informa que esta semana vendeu bezerros desmamados, com 10 meses de idade, a R$ 650,00. E Manoel Torres Filho, reforça que na região de Tupi Paulista/SP estes animais estão sendo negociados pelo mesmo valor.

Fábio Vieira, leitor do BeefPoint de Acrelândia/AC, nos informou que em sua região o bezerro desmamado (aproximadamente 180 kg) é cotado a R$ 420,00, enquanto fêmeas da mesma idade valem R$ 300,00.

Como está o mercado do boi gordo, vaca gorda e reposição de sua região, em relação a preços, oferta e demanda e número de negócios efetivados? Por favor utilize o box de “cartas do leitor”, abaixo.

O mercado futuro também teve uma semana de alta, com todos os vencimentos de boi gordo apresentando valorização. Março/09, fechou o pregão da última quinta-feira a R$ 77,90/@, acumulando variação positiva de R$ 0,89 na semana. Os contratos com vencimento em maio/09, considerado o pico da safra tiveram alta de R$ 0,82, no mesmo período, fechando a R$ 75,95/@. A maior valorização ocorreu nos contratos que vencem em novembro/09, +R$ 1,32, que fechou em R$ 82,70/@. Agentes acreditam que apesar desta valorização, estes preços ainda não estimulam aumentos na previsão de confinamentos para esse ano.

Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&FBovespa e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 19/03/09 e 26/03/09

Segundo o Boletim Intercarnes, as ofertas se mostram mais retraídas, desde o início da semana, e a procura segue somente especulativa. A demanda é mais ativa para dianteiros avulsos (distribuição e industria), com preços efetivamente mais estáveis para negócios proporção 1×1, porém não definidos como firmes, visto que as vendas no atacado e varejo seguem irregulares.

No atacado da carne bovina de São Paulo, o traseiro foi cotado a R$ 6,00, o dianteiro a R$ 4,00 e a ponta de agulha a R$ 3,70. Assim o equivalente físico foi calculado em R$ 73,82/@, acumulando valorização de 1,26% na semana. O spread (diferença) entre indicador e equivalente físico está em R$ 4,05/@.

Tabela 2. Cotações do atacado da carne bovina

Gráfico 4. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x equivalente físico

Nesta semana o frigorífico Independência, anunciou o fechamento de quatro plantas de abate e demissão de aproximadamente 4.800 funcionários. Foram fechadas as operações nas plantas de abates de Senador Canedo/GO, Confresa/MT, Anastácio e Nova Andradina no MS e a unidade de charque de Pires do Rio/GO.

O Independência explicou a decisão como “parte de um programa de ajuste das operações do Independência à realidade do mercado atual, que foram severamente impactadas pela menor demanda internacional, pelo excesso de oferta de carne, tanto no mercado doméstico como nas exportações, e pela quedo nos preços de venda da carne”.

Na contra-mão do Grupo, que tem sede em Cajamar, e entrou com pedido de recuperação judicial no final de fevereiro, Minerva e JBS anunciaram a inauguração e ampliação de plantas.

A JBS emitiu um comunicado nesta semana, confirmando a ampliação da planta de Barretos e a abertura de novos empregos. Segundo o anuncio, a geração destes postos de trabalho é resultado das perspectivas do aumento da capacidade de abate desta planta de 1.200 cabeças/dia para 1.500 cabeças/dia, chegando até 2.500 cabeças/dia ao longo dos próximos meses. Presente em Barretos desde 2000, atualmente, a JBS possui 2.118 colaboradores nesta Unidade, e passará a empregar com estes novos postos aproximadamente 3.000 colaboradores na região. A JBS finaliza a mensagem informando:

“O crescimento no volume de produção tem como objetivo manter o abastecimento do mercado consumidor, preservar e gerar empregos, fortalecer a cadeia produtiva, desde a pecuária, indústria, varejo até o consumidor, além de expandir a participação da Companhia no mercado de carne bovina. Com o aumento do volume de produção, a JBS pretende gerar até 5.000 empregos durante o primeiro semestre de 2009, e no decorrer das próximas semanas divulgará as contratações nas demais unidades da JBS”.

O Minerva inaugurou na última sexta-feira (20/03) sua fábrica de processados, também na cidade Barretos/SP, fruto da joint venture entre o Minerva S.A. e a Dawn Farms. A nova unidade produtiva, localizada ao lado da sede do Minerva, será uma das maiores do país no processamento de carne para produtos industrializados com uma perspectiva de faturamento de US$ 200 milhões/ano, produzindo de 10 a 15 toneladas de carne processada/hora. O total investido para o início das operações foi de R$ 80 milhões. A fábrica, que já estava operando em fase de testes desde o final de 2008, tem 15,4 mil metros quadrados e apresenta estrutura totalmente flexível, que produzirá alimentos a base de carne bovina, suína e de aves ao mesmo tempo e em escalas diversas.

0 Comments

  1. Cassio Fernandes disse:

    Bom dia pessoal, eu sá gostaria de saber a sua opinião.

    Será que este nosso mercado vai sempre continuar esta gangorra de sobe e desce?

    Vocês conordam que o boi deveria dar uma estabilizada e a nossa reposição ficar moderável e o Lula parar de falar em marola e procurar dar mais apoio aos frigorificos e aos pecuaristas e donos de agricultura que é quem faz o nosso pais girar não ficaria bom para todo mundo trabalhar. Eu acho que o boi ficando em torno de 85/@ estaria de um bom tamanho desde de ja eu agradeço sua compreenção

  2. Dario Kitazono França disse:

    Com o fechamento de várias unidades produtivas de abate de carne bovina, e outras empresas expandindo a capacidade de produção, fica claro que não é somente o problema da queda nas exportações, existem outros fatores que não é sabido para as consequencias que estão enfrentando no momento.