Os fabricantes da farinha de trigo Stone-Buhr, uma marca popular no oeste dos Estados Unidos, estão estimulando seus clientes a acompanhar suas plantações no conforto de suas casas pelas telas de computador. Seu site Find the Farmer e os rótulos especiais em suas embalagens levam os compradores a saber mais e até entrar em contato com o agricultor que produziu o trigo usado para a produção da farinha comprada.
Os fabricantes da farinha de trigo Stone-Buhr, uma marca popular no oeste dos Estados Unidos, estão estimulando seus clientes a acompanhar suas plantações no conforto de suas casas pelas telas de computador. Seu site Find the Farmer e os rótulos especiais em suas embalagens levam os compradores a saber mais e até entrar em contato com o agricultor que produziu o trigo usado para a produção da farinha comprada.
A ideia fundamental, amplamente chamada de rastreabilidade, está na moda em muitos círculos de alimentos atualmente. Produtores de bananas, chocolates e outros alimentos também estão usando a Internet para criar relações entre consumidores e produtores rurais, imitando os laços que existiam e foram quebrados pela industrialização de alimentos.
A rastreabilidade pode ser boa para mais do que tranquilizar as consciências dos consumidores. O Congresso norte-americano está também estudando a possibilidade de algum tipo de medida de rastreabilidade como forma de minimizar o impacto dos medos relacionados aos alimentos, como a recente crise de contaminação de amendoim com salmonela.
A teoria é: se os produtores de alimentos souberem que estão sendo observados, serão mais cuidadosos. A companhia de farinha de trigo Stone-Buhr, marca que tem 100 anos e tem sede em San Francisco, acaba de lançar uma nova proposta neste sentido. A partir desse mês, os clientes que comprarem a farinha de trigo integral em alguma loja das redes Wal-Mart, Safeway entre outras podem visitar o site www.findthefarmer.com e entrar com o código presente na embalagem, visitando as fazendas da companhia e até mesmo fazendo perguntas diretamente aos produtores.
O produtor rural, Read Smith disse que isso faz com que os consumidores percebam que existem pessoas reais por trás dos alimentos que estão consumindo. A ideia do site foi de Josh Dorf, que entrou no setor de alimentos há seis anos comprando a marca Stone-Buhr da Unilever.
Dorf reúne trigo de 32 fazendas no Noroeste Pacifico, cujos métodos foram certificados por organizações ambientais. Esse trigo é mantido separado daquele que não é certificado e é moído em uma fábrica em Spokane, Washington, embora um único saco de farinha de trigo possa conter trigo de até quatro fazendas diferentes.
Dorf disse que essa estratégia, embora tenha um apelo publicitário, tem também outro valor. “Os consumidores têm interesse em lidar diretamente com os produtores rurais norte-americanos e apoiá-los”, disse ele.
Dorf disse que se inspirou no livro “The Omnivore’s Dilemma”, de Michael Pollan, sobre os efeitos deletérios da hiperindustrialização do sistema de alimentos, para criar o site. Pollan, autor do livro e professor da Universidade da Califórnia, Berkeley, disse que o site Findthefarmer.com é parte de um esforço maior para re-introduzir confiança nos sistemas de alimentos.
Se a companhia de processamento de amendoim que foi fonte do recente surto de salmonela tivesse webcams ao vivo em sua fábrica, não teria permitido que ocorressem as irregularidades ocorridas. “Quanto mais uma cadeia de alimentos é transparente, mais responsável ela é”.
Alguns membros do Congresso concordam e propuseram uma medida de rastreabilidade como parte do Ato de Globalização do Food and Drug Administration (FDA) 2009, que dará ao FDA e ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) autoridade para requerer que os fabricantes de alimentos rastreiem produtos individuais até seus produtores se for necessário.
Diana DeGette, representante defensora da medida, disse que os fabricantes de alimentos inicialmente resistiram ao conceito, mas também querem evitar mais recolhimentos nacionais de alimentos, caros, que podem ocorrer quando a origem específica de um surto não é conhecida.
“O que muitos produtores de alimentos estão agora percebendo é que o custo de atualizar o sistema de rastreabilidade é de longe menor do que as perdas financeiras que eles teriam se houvesse algum tipo de recolhimento”, disse ela.
Dorf disse que um processo separado de processamento adiciona somente “custos marginais” a cada saco de farinha de trigo, que custa cerca de US$ 3 (similar ao preço de outras marcas).
Várias companhias de alimentos nos EUA e na Europa também estão experimentando o uso da Internet para conectar os clientes com os produtores. Compradores das bananas orgânicas Dole nos EUA podem agora entrar com o número do código de barras na etiqueta do produto no site Doleorganic.com e ver fotos e detalhes sobre as fazendas de produção da América Central e do Sul. A companhia disse que planeja expandir seus esforços este ano na Europa com uma variedade de outras frutas.
A fabricante de chocolates especiais, Askinosie Chocolate, de Springsfield, Missouri, também estimula seus clientes a entrar com códigos em seu site e virtualmente visitar suas fazendas de cacau do México, Equador e Filipinas.
Supermercados britânicos entraram para esse sistema recentemente. A rede de supermercados Waitrose deixa os clientes verem informações e vídeos dos produtores de batata, abacaxi, mamão e coco. Os clientes da rede Tesco, uma das maiores redes varejistas da Europa, pode rastrear a origem dos produtos como agrião.
Os produtores de trigo, por sua vez, parecem apreciar encontrar pessoas do fim da cadeia de alimentos. “Nós nunca soubemos onde nosso trigo ia. A história sempre terminava na caixa de grãos e nas grandes operações de commodities”, disse o produtor de trigo Fred Fleming, que faz parte do site FindtheFarmer.
A reportagem é do The New York Times, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
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Nosso programa Qualidade desde a Origem esta avançando nesta direção
É uma idéia inovadora e muito interessante. Altamente positiva para a comunidade consumidora e para valorização dos produtores com ampla divulgação dos sistemas e peculiaridades de seus produtos. Visitas virtuais á fazendas é uma oportunidade para informação e lazer. Parabéns aos pioneiros.