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Uruguai pode pedir aos EUA ampliação da cota de carnes

O Uruguai está em condições de pedir aos Estados Unidos uma ampliação da cota de carne bovina das atuais 20.000 toneladas para 80.000 toneladas, através de acordos que incluem a reconsideração de um Tratado de Livre Comércio.

O Uruguai está em condições de pedir aos Estados Unidos uma ampliação da cota de carne bovina das atuais 20.000 toneladas para 80.000 toneladas, através de acordos que incluem a reconsideração de um Tratado de Livre Comércio.

Essa recomendação foi incluída na “Análise estratégica de inserção externa do Uruguai”, elaborada pelo Programa de Inserção ao Comércio Internacional (ICI), integrado pela Câmara Mercantil de Produtos do país, a Câmara de Indústrias do Uruguai e a Associação Rural do Uruguai.

No trabalho, foi revisada a situação atual dos principais mercados de carne do Uruguai e – em cada caso – são feitas recomendações sobre a estratégia de inserção futura. No caso dos EUA, no informe se recomenda reconsiderar a negociação de um Tratado de Livre Comércio (TLC) com esse país com a finalidade de obter, entre outros objetivos, acesso totalmente livre de tarifas para carnes uruguaias, em um período de tempo a ser negociado.

Seguindo os esquemas de negociação do NAFTA e do TLC dos EUA com a Austrália, o resultado final dessa negociação seria garantir um acesso preferencial a esse mercado em condições iguais que os competidores. No entanto, entende-se que se o TLC não for possível nas circunstâncias atuais, dever-se-ia buscar a incorporação da melhora nas condições de acesso da carne bovina nas atuais negociações do Acordo Marco de Investimento e Comércio (TIFA, da sigla em inglês), ou outro tipo de âmbito de negociação ou cooperação bilateral.

Segundo o ICI, o objetivo seria negociar a ampliação da cota de 20.000 toneladas que o Uruguai tem atualmente nesse mercado a um nível mais importante, considerando viável a solicitação de uma cota de acesso de 80.000 toneladas.

No informe, adverte-se que essa concessão por parte dos EUA deveria estar compensada pelo Uruguai mediante concessões em outras categorias, como bens, serviços, propriedade intelectual, comércio eletrônico, normas laborais ou de meio-ambiente.

Um tema de atual controvérsia entre a indústria frigorífica e o Governo, ambos representados na Junta Diretiva do Instituto Nacional de Carnes, é o não cumprimento por parte dos exportadores da atual cota negociada pelo Uruguai com os EUA. O ex-negociador ante à Organização Mundial do Comércio (OMC) e atual coordenador do programa ICI, Carlos Pérez del Castillo, disse que se deve ter uma visão de médio e longo prazo sobre esse tema. “A indústria diz que é uma prática respeitada por todos que, quando há preços melhores em outros mercados, as cotas não são cumpridas. Porém, uma vez que se fez um esforço importante de negociação, a longo prazo, convém manter uma presença nesse mercado, apesar de os preços não serem atrativos”.

A reportagem é do El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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