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16 de abril de 2009
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22 de abril de 2009

Frigorífcos compram melhor, mas mercado do boi ainda é firme

O mercado do boi gordo teve mais uma semana de preços firmes, porém as altas foram mais contidas do que as que vinhamos acompanhando anteriormente. O aumento das escalas, redução nos preços da carne no varejo e atacado, recuo do Dólar e diminuição das chuvas e da temperatura em algumas regiões são fundamentos que contribuem para o enfraquecimento da arroba, mas até o momento ainda não existe oferta em abundância e os preços seguem pouco alterados.

O mercado do boi gordo teve mais uma semana de preços firmes, porém as altas foram mais contidas do que as que vinhamos acompanhando anteriormente. O aumento das escalas, redução nos preços da carne no varejo e atacado, recuo do Dólar e diminuição das chuvas e da temperatura em algumas regiões são fundamentos que contribuem para o enfraquecimento da arroba, mas até o momento ainda não existe oferta em abundância e os preços seguem pouco alterados.

O indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista fechou a última quarta e quinta-feira em baixa, apesar disso acumulou valorização de 0,65% na semana, sendo cotado a R$ 81,00/@. O indicador a prazo foi cotado a R$ 81,93/@, registrando alta de 0,50%, em abril a valorização acumula 2,68%.

O Dólar compra foi cotado a R$ 2,1783, nesta quinta-feira, com 0,11% em relação ao mesmo período da semana passada. Mas em relação ao dia 16 de março a queda acumulada atinge 4,03%, situação que deve afetar os frigoríficos exportadores diminuindo a competitividade do produto brasileiro.

Nos últimos dias os frigoríficos conseguiram fechar um volume melhor de negócios e esticaram as escalas para 7 dias. Vale lembrar que na semana que vem teremos feriado e na outra já estaremos na virada do mês, que coincide com o Feriado do Dia do Trabalho, quando é esperado aumento no consumo de carne.

Com programações mais confortáveis alguns compradores de, principalmente de SP e MS tentaram recuar os valores ofertados, mas poucas vendas foram efetivadas em patamares mais baixos, indicando que por enquanto o pecuarista só irá vender quando julgar que os preços são bons.

Em São Paulo, a oferta de animais é curta e os preços ofertados giram em torno dos R$ 80,00/@. Muitas plantas paulistas estão se abastecendo com animais do MS, onde se comprou muito bem a R$ 75,00/@, agora os negócios caminhando com mais lentidão após os recuos de R$ 1,00 e R$ 2,00 apregoados pelos compradores.

O leitor do BeefPoint, Borges Pereira dos Santos Junior, de Tucumã/PA, comenta que na região o frigorífico está comprando boi a R$ 70,00/@, para descontar o imposto. De Araguaína/TO, José Roberto Tozzi, informa que vendeu animais a R$ 70,00/@, livre do imposto e ressalta que a tendência é preços ainda melhores nos próximos dias.

Como está o mercado do boi gordo, vaca gorda e reposição de sua região, em relação a preços, oferta e demanda e número de negócios efetivados? Por favor utilize o box de “cartas do leitor” ou clique aqui e acesse nosso formulário para troca de informações sobre o mercado.

A reposição segue com preços firmes e agentes consultados pelo BeefPoint comentam que a procura tem se mostrado mais ativa, ocorrendo altas nas cotações em diversas praças pecuárias. O indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista foi cotado, nesta quinta-feira, a R$ 657,52/cabeça, alta de 0,92% na semana. Em relação ao mesmo período do ano passado, quando o bezerro era vendido a R$ 555,23, a valorização é de 18,42%.

Com o bezerro tendo valorização maior que a arroba de boi gordo, a relação de troca voltou a recuar, ficando em 1:2,03.

O mercado futuro teve uma semana agitada, com fortes valorizações e realização de lucros, no final a BM&FBovespa fecha a semana acumulando valorização positiva em todos os vencimentos. O primeiro vencimento, abril/09, fechou a R$ 80,00 na última quinta-feira, registrando variação positiva de R$ 0,15 nas semana. No mesmo período os contratos que vencem em maio/09 acumularam alta de R$ 0,35, fechando a R$ 78,18/@.

Segundo o Boletim Intercarnes, demanda reduzida, tanto no atacado quanto no varejo se mantém, como era esperado desde o começo da semana, enfraquecendo os preços da carne no mercado interno. Nem mesmo as ofertas regulares estão conseguindo dar sustenção ao mercado que começa efetivamente a sinalizar uma pretensão para negócios a preços inferiores.

No atacado a procura e os preços seguem mais estáveis, porém com caráter especulativo. O traseiro foi cotado a R$ 6,30, o dianteiro a R$ 4,50 e a ponta de agulha a R$ 4,00. O equivalente físico foi calculado em R$ 79,49/@, com valorização de 0,25% na semana, porém registrando recuo 0,73% em comparação aos valores levantados na última quarta-feira. O spread (diferença) entre indicador de boi gordo e equivalente está em R$ 1,52/@.

Crédito para frigoríficos

Ontem o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou um conjunto de medidas de apoio ao setor, num valor total de R$ 12,6 bilhões. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou que agroindústria em geral – principalmente frigoríficos -, as fabricantes de máquinas e implementos agrícolas e as cooperativas agropecuárias terão acesso a uma linha de financiamento de capital de giro de R$ 10 bilhões no BNDES.

O secretário adjunto da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt, esclareceu que não há limite por empresa tomadora, e o governo procurou irrigar esses segmentos com capital de giro porque haverá uma espécie de “efeito cascata” que deverá beneficiar pequenos produtores de todas as cadeias envolvidas.

Otávio Cançado, diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) considerou importante a destinação dos recursos para capital de giro. Ele explica que, além do efeito financeiro da medida, também é importante ressaltar o efeito psicológico do capital para normalizar os negócios nas empresas exportadoras. “Com esse dinheiro no caixa, as indústrias podem fechar contratos com mais segurança. Podem voltar a correr riscos. Isso vai ajudar o setor a retomar exportações de forma mais tranquila e rápida”, afirma Cançado.

Reunião do G-8

Começa neste final de semana, na Itália a reunião do G-8 para discutir assuntos agrícolas. O G-8, grupo dos sete países mais ricos do mundo (mais a Rússia), convidou para a reunião agrícola deste fim de semana na Itália os ministros do G-5 (Brasil, China, Índia, África do Sul e México), além de Argentina, Austrália e Egito, para o que pode ser o início do redesenho de políticas agrícolas.

Na reunião do G-8 com os emergentes, a expectativa é de definição de uma agenda que passa também por luta contra a especulação no setor agrícola, encorajamento aos investimentos nos países pobres e melhora na produtividade agrícola e na cadeia alimentar.

O Brasil entra prejudicado no embate entre países exportadores e protecionistas no primeiro cúpula agrícola do G-8, neste fim de semana, devido à ausência de seu ministro de Agricultura na reunião que discutirá estratégias para reforçar a produção e evitar futuras crises alimentares.

A ausência do ministro da Agricultura limita o papel que o país poderia ter na negociação. Por melhor que sejam os técnicos que representarão o Brasil, a falta de uma personalidade política do setor dá um sinal negativo e exclui o país entre os pesos pesados que negociarão sobretudo informalmente. Um negociador europeu nota que “sem ministro não dá para impulsionar uma agenda positiva do país” nesse tipo de reunião.

Redução de ICMS

Atendendo a um apelo dos pecuaristas mato-grossenses, a secretaria de Fazenda do Estado concedeu essa semana, redução de 29,166% sobre a base de cálculo do ICMS, ou seja, de 7% para 3,5%, nas operações relativas a saídas interestaduais de gado em pé para abate, oriunda dos municípios da região nordeste de Mato Grosso. O decreto será publicado hoje no Diário Oficial do Estado.

A medida foi uma determinação do governador Blairo Maggi ao secretário de Fazenda, Eder Moraes, a fim de evitar prejuízos irreversíveis na região onde o abate realizado por frigoríficos está prejudicado em face do fechamento das unidades locais. No entanto, o benefício atingirá somente alguns municípios, tendo em vista a manutenção da atividade que está funcionando em outras regiões.Clique aqui para saber mais.

Classificação de risco em observação

A Standard & Poor´s (S&P) afirmou que pode reduzir os ratings de crédito corporativo do JBS-Friboi, o maior frigorífico do mundo. “Poderemos rebaixar os ratings se o desempenho operacional da empresa e a liquidez se deteriorarem nos próximos trimestres, sinalizando uma piora nas condições de mercado além de nossas expectativas, ou se aquisições adicionais financiadas por dívidas aumentarem acentuadamente a alavancagem financeira da empresa”, declarou a agência americana de classificação de risco.

Nesta quarta-feira (15/4), a S&P reafirmou a nota B+ para a dívida de longo prazo do Friboi, numa escala onde o melhor índice seria AAA. Notas B+ significam que a empresa ainda tem capacidade de honrar seus compromissos, desde que não seja surpreendida por condições operacionais, financeiras ou econômicas adversas.

0 Comments

  1. Graciele Possan disse:

    aqui no oeste do PR, o clima é de seca forte e não chove a mais e 1 mês,os preços reagiram semana passada e agora já baixaram de novo pra 72,00/@ boi,na compra à vista,preçode ontem segunda-feira ,com escala pra dia 28/04 somente.E JBS ,ontem nem estava comprando.. Tem mais sugestões de frigoríficos pra esta área? quesejam sérios?