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Nova linha de crédito divide opiniões no setor

Aprovação da nova linha de crédito para a agroindústria contentou os produtores rurais, mas entidades de classe apontam deficiências quanto ao volume de crédito e taxas de juros. Os produtores rurais de Mato Grosso do Sul ficaram mais otimistas com a criação da linha de crédito de R$ 10 bilhões para frigoríficos do Conselho Monetário Nacional (CMN). Para a Famato, a divisão dos recursos entre os diversos segmentos da cadeia diluiria substancialmente os recursos e não atenderia de maneira eficaz cada setor.

Os produtores rurais de Mato Grosso do Sul ficaram mais otimistas com a criação da linha de crédito de R$ 10 bilhões para frigoríficos do Conselho Monetário Nacional (CMN), aprovada na quinta-feira, dia 16. Conforme o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), Ademar Silva Junior, a entidade está verificando o trâmite para que a linha beneficie não só as indústrias frigoríficas, mas também os pecuaristas.

“Com as linhas de crédito, nossa expectativa é que ela beneficie indiretamente o produtor rural”, explicou Silva Junior referindo-se ao pagamento dos pecuaristas que entregaram seu boi e acabaram por não receber das empresas.

A linha de crédito será primordialmente para os frigoríficos. A taxa final cobrada pelo empréstimo será de 11,25% ao ano. O presidente da Famasul também falou sobre a necessidade de que esse recurso chegue ao setor sucroalcooleiro. “Era um setor que estava em franco crescimento no Mato Grosso do Sul, mas por conta da crise financeira teve seus investimentos adiados”, frisou.

Para a Famato (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Mato Grosso), a divisão dos recursos entre os diversos segmentos da cadeia diluiria substancialmente os recursos e não atenderia de maneira eficaz cada setor.

“Veio a somar, mas precisaríamos de no mínimo R$ 20 bilhões para que o agronegócio comece a respirar. Além disso, os recursos chegaram tarde e as medidas precisariam ser mais amplas, como a desoneração do processo burocrático no acesso aos recursos e a ampliação dos prazos para reembolso do investimento. A forma como as agroindústrias vão aplicar esse dinheiro deve também ser mais transparente”, afirma Luciano Gonçalves, diretor do departamento técnico da Famato.

Para a assessora técnica da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), Rosemeire Santos, a linha de crédito ajuda a melhorar a liquidez do setor, mas os juros ainda são altos ao considerar o impacto da crise. “A taxa ideal deveria variar entre 8,75% a 9%, ao invés dos 11,25% anunciados. Mas, para capital de giro, esse número ainda é razoável”, afirmou Rosemeire.

Segundo ela, como a crise financeira envolve relações de confiança no mercado, a agroindústria perdeu vários canais para obtenção de recursos em curto prazo, como bancos e terceiros, que ficaram mais criteriosos na concessão de empréstimos. Por isso, a ação facilitada pelo governo deve proporcionar uma melhora imediata, dando mais tranquilidade para conduzir a situação sem recorrer a demissões

Credores do Independência

A Famasul reunirá pecuaristas credores do Frigorífico Independência na próxima quinta-feira (23), às 10 horas, na sede da instituição, em Campo Grande. “Queremos buscar junto com os pecuaristas recursos para que seus débitos com a indústria sejam sanados”, comentou Silva Junior. A Famasul quer saber a opinião dos produtores sobre a reativação da unidade da empresa em Nova Andradina proposta pelo movimento liderado pelo Governo do Estado.

O Independência deve cerca de R$ 46 milhões a pecuaristas sul-mato-grossenses. Em março, a empresa decidiu pela recuperação judicial como melhor saída para continuar funcionando. No processo de recuperação, os pecuaristas teriam prioridade no pagamento, pois a empresa necessita de gado para manter a produção.

As informações são da Famasul e Só Notícias, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

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