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Setor precisa de estrutura para aproveitar oportunidade

O fornecimento mundial de carne bovina pode passar por uma desestruturação nos próximos anos. Duas regiões são as principais responsáveis pelo fornecimento de carne ao mundo: América do Sul e Oceania. E todos os países envolvidos com o fornecimento do produto têm problemas a curto prazo. Apesar dos problemas atuais, a necessidade mundial por alimentos, configurada a partir do aumento populacional dos próximos anos, será a oportunidade para o Brasil aumentar a dinâmica produtiva e se consolidar no cenário internacional.

O fornecimento mundial de carne bovina pode passar por uma desestruturação nos próximos anos. Duas regiões são as principais responsáveis pelo fornecimento de carne ao mundo: América do Sul e Oceania. E todos os países envolvidos com o fornecimento do produto têm problemas a curto prazo.

A Austrália, vive constantes secas, o que diminui a produtividade do país. A Argentina, perde espaço e está ameaçada de importar carne bovina em dois anos – no caso dos argentinos, dois fatores são cruciais para a pecuária no momento: intervenção do governo e a forte seca vivida pelo país. O Uruguai, outro importante participante do mercado mundial, também viveu um período de secas e deve sofrer as consequências nos próximos dois anos. O Paraguai, que vem exportando mais, também teve um período de seca, embora menos grave do que Argentina e Uruguai.

Diante desse cenário, o Brasil tem grande chance de avançar no fornecimento mundial de carne bovina, mas a desestruturação da rede de frigoríficos em algumas das principais regiões produtoras do país e restrições de importadores tradicionais podem comprometer esse avanço.

“Se o Brasil não resolver essa situação de estrutura da cadeia frigorífica em áreas de grande produção, o mundo poderá sofrer uma falta de carne em dois anos”, segundo Luciano Vacari, superintende da Acrimat (Associação dos Criadores de Mato Grosso). Na sua avaliação, o país precisa criar um mercado sólido de comercialização de gado, melhorando o relacionamento entre pecuarista e frigorífico.

Apesar dos problemas atuais, a necessidade mundial por alimentos, configurada a partir do aumento populacional dos próximos anos, será a oportunidade para muitos Estados brasileiros aumentarem a dinâmica produtiva e consoliderem-se no cenário produtivo, seja de grãos ou também de carne. Esta perspectiva mais uma vez recai sobre Mato Grosso, conforme a Federação de Agricultura e Pecuária (Famato).

A entidade, que já havia traçado as perspectivas futuras para a cadeia dos grãos, defende também que a pecuária estadual terá sua parcela de contribuição neste processo, mesmo diante das adversidades. Quem aponta é o gerente do departamento técnico Luciano Gonçalves. “A perspectiva futura é pelo aumento da demanda por proteína de carne. Estamos fomentando, incentivando o produtor porque precisamos investir em tecnologia e aumento da produtividade para fazermos frente a esta necessidade”, declarou o representante.

Luciano afirma que “a pecuária mato-grossense vai protagonizar um papel de extrema importância no fornecimento desta matéria-prima para o mercado internacional”, desde que sejam instrumentalizada. “Temos um cenário positivo pela frente mas precisamos nos estruturar para atender esta demanda que é acompanhada por exigências, como a rastreabilidade, o que precisamos melhorar, viabilizar para que o produtor possa adotar a metodologia e acessar o mercados internacionais. Sem o cumprimento esta oportunidade pode representar uma ameaça”, cita.

Otávio Celidonio, do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária), diz que, apesar de todos esses problemas, o cenário é bom para a pecuária e a atividade deve avançar no país. Vacari completa dizendo que o país precisa avançar no Sisbov, que é muito burocrático, e o Ministério da Agricultura não tem condições físicas de atender a todos os pedidos de habilitação de fazendas. O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, concorda com Vacari e diz que está pedindo agilização “para os dois Estados [Mato Grosso e Mato Grosso do Sul] onde os problemas são maiores”. Esse avanço é importante para o pecuarista porque com o Sisbov ele consegue ganhar 10% a mais, percentual difícil de ser conseguido apenas com mais produtividade, diz Vacari.

As informações são da Folha de S. Paulo e Só Notícias, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Thiago B. Moreira disse:

    Brazil Brazil….why not finally learn ? You are the bread basket…