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Veto à carne da Amazônia ainda não afeta preços

Mesmo com as maiores redes de supermercados no Brasil - Carrefour, Pão de Açúcar e Wal-Mart - anunciando a suspensão das compras das fazendas denunciadas pelo Ministério Público do Estado do Pará envolvidas no desmatamento da Amazônia, até o momento, o mercado não sofreu grandes alterações de preços. Mesmo assim, a situação é delicada e começa preocupar toda a cadeia.

Mesmo com as maiores redes de supermercados no Brasil – Carrefour, Pão de Açúcar e Wal-Mart – anunciando a suspensão das compras das fazendas denunciadas pelo Ministério Público do Estado do Pará envolvidas no desmatamento da Amazônia, até o momento, de maneira geral o mercado não sofreu grandes alterações de preços.

Um dos fatores que podem minimizar as perdas das indústrias após estas denúncias é que a carne proveniente da região envolvida na ação do Ministério Público é utilizada para abastecer o Nordeste e não os grandes centros consumidores do Sudeste, ou seja, os volumes envolvidos são relativamente baixos perto das compras gerais das três redes supermercadistas.

A nota conjunta enviada pelas três redes informa, “a posição definida pelas empresas inclui notificar os frigoríficos, suspender compras das fazendas denunciadas pelo Ministério Público do Estado do Pará e exigir dos frigoríficos as Guias de Trânsito Animal anexadas às Notas Fiscais”.

Mesmo assim, a situação é delicada e começa preocupar toda a cadeia. Segundo o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) e vice-presidente da Confederação Nacional de Agricultura (CNA), Ademar Silva, posteriomente, o veto poderá sim refletir nos preços do boi gordo e da carne.

O preço da carne bovina pode subir em todo o país se o boicote for pra valer e se prolongar, avalia, Ademar Silva.

Ainda segundo a associação, também será pedido um plano de auditoria independente e de reconhecimento internacional que assegure que os produtos que comercializam não são procedentes de áreas de devastação da Amazônia. Essa garantia não é fácil de se obter, na visão de Ademar Silva. Ele pondera que as redes frigoríficas têm filiais em vários estados, dificultando a identificação da origem da carne que é comercializada nos supermercados.

Ele considera a medida “intempestiva”, tanto por parte do Ministério, ao pressionar frigoríficos a não comprar bois das fazendas autuadas, como por parte dos supermercados ao anunciarem o veto ao produto. “Ainda se trata de um laudo, não está comprovado que essas fazendas praticaram o desmatamento ilegal. E isso pressiona toda a cadeia, tanto a indústria quanto o varejo. Tudo em cima de um laudo, uma autuação”, disse.

As informações são Agência Estado e da Famasul, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. renato morbin disse:

    O que tem que ficar bem claro é que a função de fiscalizar é do Governo Federal, através do IBAMA e não dos Frigorificos. Os Frigorificos por sua vez tem o dever de se certificar sobre a origem dos animais que compram e para isso, antes de comprar um lote de animais, com os dados do produtor em mãos, certificarem-se se ele não é proveniente de áreas embargadas ou proveniente de produtores na lista negra de trabalho escravo.
    Tem que se tomar muito cuidado para não serem tomadas medidas radicais, não agir sem responsabilidade e sem um conhecimento preciso do problema pois o que esta em jogo são milhares de empregos. Vejo um cheiro politico nisso tudo e gostaria muito de estar errado sobre isso. Na relação das 11 empresas multadas estão justamente as do Sr. Daniel Dantas. Será que são só as fazendas dele que estão com problemas ? É só consultar o site do IBAMA para verificar que não.
    Portanto é hora de agir com muita serenidade, por quem tem pleno conhecimento do que esta fazendo pois, podemos estar dando um tiro no pé, destruindo em dias algo que levou anos a ser construido que é a posição do Brasil como uns dos principais exportadores de carne. As pessoas do setor, sabem que é perfeitamente possivel produzirmos carne com responsabilidade e é isso que tem que ser feito.

  2. Péricles Pessoa Salazar disse:

    De vez em quando aparece um tema sobre o qual todos se debruçam e de maneira totalmente atabalhoada resolvem discutir sem que nenhuma conclusão seja efetivamente retirada.

    É evidente que a questão ambiental é crucial para todos nós. Hoje a consciência coletiva sobre a importância da preservação do meio-ambiente é muito mais apurada. Infelizmente, nem todos compartilham deste sentimento. Para estes, a lei e a punição exemplar.

    O que ocorre, porém, no caso das áreas que estão sendo desmatadas para criação pecuária, a solução é relativamente simples. A tecnologia hoje existente permite detectar movimentos que visem o desmatamento. Basta utilizá-la e implementar a fiscalização. É assim tão fácil ? Claro que não, pois depende de vontade política e de recursos materiais e humanos para que dê certo. Se até hoje não funcionou, culpe-se o ente público, incapaz de se organizar e punir aqueles que transgridem as normas. Fala-se muito e faz-se pouco. É a regra que permeia a gestão da coisa pública no Brasil. Com a palavra, o Ministro Minc.

    Quanto a decisão tomada pelas redes de supermercados, o que dizer, senão uma atitude demagógica e sem nenhum efeito prático. Exigir a GTA não resolve coisa nenhuma, pois eles não compram boi vivo, mas carne que poderá ser a eles entregue sem que saibam a origem do produto. Está claro que o que pretendem é baixar os preços e ganhar ainda mais, como sempre fizeram. Acreditar nas boas intenções deste pessoal é o mesmo que crer nas premissas dos partidos políticos.

    Por que o Ministro Minc não realiza um verdadeiro cadastro de propriedades na Amazônia ? Por que não tenta separar o joio do trigo ? Por que penalizar toda uma cadeia produtiva com terrorismo ideológico ? A punição para quem errou é uma prerrogativa do ente público. Então, crie-se coragem e puna-se quem merece ser punido, mas não penalize o todo. E nós, do setor privado, não temos que defender quem não merece ser defendido. Organização, coerência, vontade política, e sobretudo, competência, farão a diferença na luta contra o desmatamento ilegal.

    Dou uma sugestão : convidem para um debate as entidades que representam os produtores e as indústrias e coloquem claramente o problema em cima da mesa. Tenho absoluta convicção de que estaremos dando um grande passo para a resolução destes conflitos. Mas, por favor, não politizem o debate.

  3. Jorge Humberto Toldo disse:

    Acontece o seguinte:
    O governo quer ficar do bonzinho na fita como protetor do meio ambiente. Ele mesmo que até ontem incentivava os produtores a desmatarem para produzir e ajudar Brasil a crescer, assim os produtores o fizeram e crescemos.

    Quer promover essa balela da Amazônia numa mídia internacional para arrecadar cada vez mais pesado com o fundo da amazônia, fundo esse que não reverte em nada para a região, a exemplo das multas do IBAMA.

    Quer fazer da Amazônia uma perfeita e inesgotável cortina de fumaça para abafar os problemas ambientais da regiões desenvolvidas do Brasil. Hoje para a mídia internacinal o Brasil só tem problemas ambientais na Amazônia e está implantando energicamente a lei ambiental mais rígida do mundo, olha que bonito.

    Dá pra escrever mil páginas sobre esses desatinos do Ministro Minc, mas vamos às questões da carne. Ora, as redes de supermercados nitidamente estão jogando nas cartas do Ministro Minc, em reposta aos ataques dos ruralistas, aos insultos do Ministro quando os chamou de vigaristas. Eles nem sabem o que dizem! Não têm nem noção da origem do produto que compram e muito menos da documentação necessária para chegar até eles.

    Falar em exigir GTA? Senhores, uma fazenda que tem problemas com o meio ambiente e, portanto estaria impedida vender bois (carne), ela obrigatoriamente está embargada pelo IBAMA e tem sua IE bloqueada pelo SEFAZ e Ficha bloqueada pelos órgãos de defesa, portanto, não tem NF nem GTA. Fazenda bloqueada não pode vender coisa alguma.

    Se tiver NF e GTA, duas coisas acontecem: a propriedade já fez sua regularização ou termo de conduta junto ao IBAMA, portanto está legal. Ou, o governo falou duplamente quando permitiu que uma fazenda embargada emitisse NF e GTA.

    Além do mais, gostaria de saber do Ministro Minc se ele sabe dizer qual percentual de fazendas das regiões desenvolvidas do Brasil que tem sua reserva legal adequada e preservada como determina a lei?

    Então isso confirma a grande cortina de fumaça de cunho interesseiro que se transformou a Amazônia, agora com grandes redes de supermercados aderindo aos escusos interesses… quem mais se juntará?

  4. Gil Marcos de Oliveira Reis disse:

    Caro Péricles Pessoa Salazar,

    Você está cheio de razão quando diz:

    “É evidente que a questão ambiental é crucial para todos nós. Hoje a consciência coletiva sobre a importância da preservação do meio-ambiente é muito mais apurada. Infelizmente, nem todos compartilham deste sentimento. Para estes, a lei e a punição exemplar.”

    Para completar a informação é bom que se diga que nenhum produtor rural sério tem desmatado nestes últimos anos e os rebanhos tem sido criados em áreas sem floresta há muitos anos.

    Somente para citar um dos exemplos, o tão mal falado Daniel Dantas ao adquirir a Fazenda Santa Bárbara, no Pará, tomou o cuidado de guardar as fotos de satélite feitas na ocasião e hoje, com novas fotos, consegue comprovar que não houve um milímetro de desmatamento após a aquisição.

    O que está por trás dos acontecimentos recentes é um relatório do greenpeace, elaborado sem parâmetros claros ou dados científicos verdadeiros, que criminaliza todos os Amazônidas e as indústrias frigoríficas implantadas na região.

  5. Péricles Pessoa Salazar disse:

    Que beleza de discussão em alto nível. Parabenizo o Jorge Humberto, a Viviane, o Gil Marcos e o Fabiano pelos excelentes comentários. Um abraço a todos.

  6. Milton Minoru Ogsuko Chui disse:

    ENQUANTO ISSO, DO OUTRO LADO DO MUNDO………

    Campeão olímpico promove carne bovina na Austrália

    O vencedor da medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Seul, em 1988, o nadador australiano Duncan Armstrong participou do último comercial de TV da carne bovina feito pelo Meat and Livestock Australia (MLA), que foi ao ar no dia 31 de maio.

    VEJAMOS O QUE ACONTECE…… ENQUANTO FICAMOS BRIGANDO DE QUEM É A CULPA……