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Cade: Sadia e Perdigão devem continuar independentes

Após quase um mês de negociações, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) assinou ontem um acordo com as empresas Perdigão e Sadia, que se uniram em maio para formar a Brasil Foods, para manter independentes as estruturas das duas companhias até que o conselho julgue o negócio.

Após quase um mês de negociações, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) assinou ontem um acordo com as empresas Perdigão e Sadia, que se uniram em maio para formar a Brasil Foods, para manter independentes as estruturas das duas companhias até que o conselho julgue o negócio. O acordo garante à Perdigão a prerrogativa de fazer a reestruturação financeira da Sadia. Essa era principal reivindicação das empresas, já que a Sadia fechou o primeiro trimestre deste ano com uma dívida líquida próxima a R$ 7 bilhões, sendo que boa parte desses débitos tem vencimento de curto prazo. A situação da Sadia se complicou no ano passado, quando a empresa contabilizou R$ 2,6 bilhões de perdas com operações financeiras com os chamados derivativos tóxicos.

Em nota divulgada, o Cade afirmou que “o acordo atende às preocupações de ordem concorrencial sem implicar ônus desnecessários aos negócios das empresas”. Está permitido, por exemplo, que a Perdigão faça negociação com credores da Sadia, dê garantias e ainda proceda à capitalização da Sadia para alongamento da dívida, ampliação do capital de giro ou retomada da capacidade de investimentos da empresa.

Tecnicamente denominado Acordo de Preservação de Reversibilidade da Operação (Apro), o acerto impede, no entanto, que a Perdigão exerça controle sobre a Sadia. As estruturas administrativas, produtivas e comerciais da Sadia, pelo acordo, terão de ser mantidas intactas. Além disso, o acordo garante que marcas de produtos continuem sendo comercializadas.

Todas essas restrições têm o objetivo de garantir que qualquer medida que venha a ser tomada pelo Cade para manter a competição no setor alimentício tenha efeito prático. As empresas se comprometeram ainda a enviar ao Cade, a cada três meses, relatórios sobre o cumprimento do acordo. O primeiro desses relatórios terá de ser entregue já no próximo dia 30 de setembro.

A matéria é de Isabel Sobral, publicada no jornal O Estado de S.Paulo, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.

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