Mercado Físico da Vaca – 07/07/09
7 de julho de 2009
Mercado Físico do Boi – 09/07/09
9 de julho de 2009

Carne: mercado interno remunera melhor

O varejo doméstico remunerou mais do que a exportação no segmento de carne bovina no primeiro semestre deste ano. A comparação entre os preços no período com iguais intervalos em anos anteriores indica que a margem das empresas na exportação foi afetada pela crise internacional, que derrubou a demanda e os preços.

O varejo doméstico remunerou mais do que a exportação no segmento de carne bovina no primeiro semestre deste ano. A comparação entre os preços no período com iguais intervalos em anos anteriores indica que a margem das empresas na exportação foi afetada pela crise internacional, que derrubou a demanda e os preços.

Um estudo feito por Leonardo Alencar, da Flow Corretora de Futuros, mostra que no primeiro semestre deste ano o preço na exportação ficou 1,4% abaixo do valor da carne negociada no varejo do país. Os números consideram as cotações médias do produto, e os cálculos foram feitos em reais por arroba. O quadro pode variar dependendo do país de destino e dos cortes vendidos.

“Houve queda na demanda internacional e alguns importadores buscaram renegociar contratos por causa da crise global”, observa Alencar, para explicar esse comportamento.

No segundo semestre de 2008 – quando eclodiu a crise financeira – o comportamento tinha sido bem diferente, com os preços na exportação (em reais) 23,2% acima dos negociados no varejo doméstico. O motivo foi a valorização do dólar ante o real. Além de importadores fundamentais, como a Rússia, terem enfrentado restrições de crédito a partir de setembro, houve queda das compras de carne bovina do Brasil porque os países desovaram estoques no momento da crise.

O cenário de preços mais remuneradores para a carne bovina no mercado doméstico se deve principalmente ao desempenho das exportações, e tem menor relação com a demanda doméstica, ainda que esta siga estável.

A pressão sobre as cotações internacionais poderia ser ainda maior do que a vista, mas a menor oferta de bois para abate no Brasil por causa do ajuste do ciclo de produção e a saída de frigoríficos em crise do mercado aliviou a queda.

Alencar avalia que o mercado externo de carne deve voltar a remunerar mais que o doméstico. Não há muito espaço para altas no varejo brasileiro, afirma, e o mercado internacional começa a dar sinais de recuperação, ainda que tímidos.

Alencar observa, porém, que a retomada no exterior também vai depender de o Brasil conseguir ampliar vendas para mercados como o Chile e a União Europeia.

As informações são de Alda do Amaral Rocha, publicada no Valor Econômico resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Nils Mirio Mello disse:

    Preço contra preço, até pode ser. Mas, na apuração do retorno líquido, o mercado interno continua melhor, como essa absurda carga tributária ? Duvido !!!