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FMI aponta início da recuperação da economia mundial

O economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Olivier Blanchard, acredita que a recuperação da economia global começou, mas alerta que o antigo caminho de crescimento talvez não volte a ser o mesmo e a sustentação do processo de retomada não será uma tarefa "simples". "A crise deixou cicatrizes profundas, o que afetará tanto a oferta quanto a demanda por muitos anos à frente", escreveu Blanchard.

O economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Olivier Blanchard, acredita que a recuperação da economia global começou, mas alerta que o antigo caminho de crescimento talvez não volte a ser o mesmo e a sustentação do processo de retomada não será uma tarefa “simples”.

“A crise deixou cicatrizes profundas, o que afetará tanto a oferta quanto a demanda por muitos anos à frente”, escreveu Blanchard em artigo publicado pela revista Finance & Development, do FMI. “A recuperação já teve início. Para sustentá-la serão necessárias medidas de balanceamento delicadas, tanto dentro como fora dos países”, escreveu Blanchard.

Ele ainda afirmou que a recessão pela qual o mundo passa “não é comum” e o potencial de produtividade da economia global será menor agora do que antes da crise financeira.

Em julho, outro relatório do FMI já havia afirmado que a economia global estava “começando a sair da recessão”.

No artigo, Blanchard afirma ainda que as economias que são baseadas no consumo interno – como o caso dos EUA – terão de aumentar suas exportações, enquanto países asiáticos – principalmente a China – devem importar mais. “Dar a volta na situação não será simples.”

Para Blanchard, a crise deve provocar uma mudança de hábitos entre os americanos, o que reduzirá o elevado nível de despesas. Isso forçará um ajuste dos parceiros comerciais dos EUA, especialmente a China. “Do ponto de vista dos EUA, uma redução no superávit de conta corrente da China ajudaria a aumentar a demanda e apoiaria a recuperação.”

Mas, para que a China impulsione a demanda interna, terá de reforçar a rede de proteção social e aumentar o acesso das famílias ao crédito, o que serve de incentivo para que os consumidores economizem menos e gastem mais.

Ele afirmou que os sistemas financeiros dos países desenvolvidos estão “disfuncionais” e “precisarão de um longo tempo para serem remodelados”.

Além disso, ele sugere que as pessoas aceitem a ideia de um aumento na tributação. “Em quase todos os países, os custos da crise se juntaram à carga fiscal, e os impostos mais altos são inevitáveis”, disse. “Tudo isso implica que talvez não possamos retornar ao antigo caminho do crescimento.”

Ele manifestou apoio às ações de governos para responder à crise com estímulo fiscal, mas alertou que essas medidas provavelmente não poderão ser mantidas por muito tempo.

Blanchard diz que a maioria dos países crescerá durante os próximos trimestres, mas as taxas não serão suficientemente altas para reduzir o desemprego. Grande parte desse crescimento será resultado dos programas de estímulo fiscal, que vão acabar, e da reposição de estoques. Em relação aos países emergentes, ele afirma que os fluxos de capital vão demorar a voltar ao nível pré-crise.

As informações são do jornal O Estado de S.Paulo, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

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