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1 de outubro de 2009Alianças mercadológicas do produtor ao varejista (vídeo, slides e artigo)
Os temas apresentados neste artigo dizem respeito a união de produtores em busca de um objetivo comum: o sucesso de uma parceria e a visão do futuro em relação ao mercado, relacionamentos entre os elos da cadeia e exigências com relação a produção.
Os temas apresentados neste artigo dizem respeito a união de produtores em busca de um objetivo comum: o sucesso de uma parceria e a visão do futuro em relação ao mercado, relacionamentos entre os elos da cadeia e exigências com relação a produção.
O setor da pecuária no Brasil tem passado por problemas de falta de organização, relacionamento e comunicação entre os setores da Cadeia da Carne (produtor X frigorífico X indústria), dificultando a formação de uma aliança mercadológica.
As alianças são difíceis de serem concretizadas por diversas dificuldades, como a falta de padronização das carcaças, o valor agregado em poucos cortes, falta de regularidade de fornecimento durante todo ano e a indústria que muitas vezes não remunera o produtor como deve. Para atender mercados específicos a indústria faz um “garimpo” nos lotes abatidos diariamente, direcionando as melhores carcaças a um mercado mais exigente e as piores aos demais, sem pagar mais pelo produto de melhor qualidade. Porém essa situação vem mudando, pois as exigências estão crescendo mais rapidamente do que o setor produtivo pode avançar.
Por isso, a Novilho Precoce-MS foi criada com o objetivo de buscar alianças mercadológicas para melhor remuneração do produtor por um produto de melhor qualidade. Foi preciso então, estabelecer o conceito de animal de boa qualidade que é representado através de animais jovens, de bom peso, com bom acabamento de gordura e que produzem carne macia.
Há ainda um outro conceito de qualidade que é a Garantia de Origem. Cada vez mais se busca consumir alimentos que forneçam ao consumidor informações quanto aos processos produtivos e qualidade do produto. Com essa percepção que a Novilho Precoce-MS se aliou ao Carrefour para atuarem no Programa Garantia de Origem (GO), da empresa. O programa coloca uma série de exigências aos produtores, de ordem social, ambiental, trabalhista e econômica, mostrando a aliança mercadológica de varejo com produtor, atendendo as necessidades dos mercados consumidores. Este processo é lento pois se trata de um processo educacional em que o produtor precisa ser conscientizado do trabalho a ser realizado, visando a sustentabilidade de produção.
O programa GO existe há 9 anos e trabalha com abate de 90% de novilhas e 10% com machos leves (precoce). Respeita-se uma tabela de premiação. Quanto mais jovem e mais pesado for o animal melhor será o preço pago por ele. O preço calculado é baseado no Indicador ESALQ do boi gordo, e a média de bonificação atualmente é menos 2,8% da cotação ESALQ, ou seja, o preço pago está muito próximo do preço do boi.
O volume anual de animais abatidos da Novilho Precoce-MS está em torno de 45 mil cabeças, sendo que 70% são abatidos com 24 a 30 meses (animais jovens que garantem carne macia). Há também uma boa regularidade de abate durante o ano com o número de carcaças classificadas em crescimento, atingindo 91% até junho em 2009. Isso mostra que 91% do volume abatido estão dentro dos padrões que o cliente quer. Veja mais detalhes na tabela abaixo.
Atualmente a Novilho Precoce-MS abriu novas parcerias. Com o Frigorífico Bertin tem o compromisso de abater 65.000 cab./ano e com o Carrefour atua na participação da criação de uma marca própria, entregando em média 45.000 cab./ano.
Para complementar o serviço da Novilho Precoce-MS, foi fechado uma parceria com a Embrapa adotando o BPA – BrasilianGAP, que é um protocolo de produção de boas práticas agropecuárias a fim de certificar as propriedades dos associados, garantindo as exigências do mercado.
A visão que se tem para o futuro-presente é o aumento das exigências por maior segurança alimentar, ambiental, social, bem-estar animal, entre outros. Para solucionar tais problemas deve-se trabalhar com propriedades certificadas, parcerias, boas práticas agropecuárias e rastreabilidade para que seja provado como se produz, garantindo as exigências do mercado, não esquecendo que qualidade tem preço.
Nedson Rodrigues Pereira é Presidente da Associação sul-matogrossense de produtores de Novilho Precoce (Novilho precoce-MS), médico-veterinário formado na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul em 1991, produtor rural especializado em produção de novilhos super precoces.
A Novilho Precoce-MS foi fundada em 1998 com o objetivo de buscar alianças mercadológicas para comercialização de carne de qualidade. Tem hoje 200 associados que abastecem com carne de qualidade o programa Garantia de Origem do grupo Carrefour abatendo aproximadamente 50.000 cabeças/ano.
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Iniciei minhas atividades na pecuária no ano de 1981. quando então não entendia patavina do assunto. Mas como estava iniciando optei por trabalhar só na engorda de fêmeas, pois na época era mais fácil e mais barato comprar fêmeas do que macho e o diferencial de preço na hora do abate era muito pequeno. Como sobrava fêmeas eu conseguia fazer uma boa reposição e girava mais rapidamente com meu estoque. De repente ficou dificil a reposição e eu decidi partir para a cria. A primeira dificuldade que enfrentei foi que as femeas que eu engordava deixaram de ser capital de giro e se transformaram em imobilizado (máquina de produzir bezerros), pois deveriam ficar 18 meses ocupadas entre a cobertura e a desmama. Quando comecei a entourar fiquei sabendo que meu vizinho estava matando novilhas prenhas pois estava sem capital de giro, imediatamente o procurei e propuz uma troca com ele, minhas novilhas gordas ou quase gordas pelas suas novilhas prenhas, com isto eu adiantaria alguns meses para atingir meu objetivo. Logo em seguida outro amigo sabedor do nosso negócio me procurou e propoz a entrega de suas novilhas prenhes para ser pagas em bezerros. caso contrario teria de matar novilhas enxertadas. Este é um pequeno exemplo do que vem ocorrendo com nossa pecuária e não aparece nenhuma solução para resolver este tipo de problema. Qual a razão que a avicultura e a suinocultura conseguiram encontrar a solução para sua cadeia produtiva e nós não conseguimos encontrar. Somos menos capazes? Temos menos capital? Não somos unidos? Não nos comunicamos? Precisávamos debater o assunto. O artigo do Nedson é muito oportuno. Acho que o Beefpoint deveria abrir um debate a respeito do assunto para que tenhamos uma visão melhor de nossa atividade e quiça surja uma luz no fim deste túnel e que não seja a luz de um trem, caso contrário vamos continuar nesta choradeira. Tenho dito.