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Margen processa Real e pede R$ 833 mi de indenização

O frigorífico Margem está processando o ABN Amro Real, que assessorava a operação de fusão com o Quatro Marcos, que criaria a UniAlimentos, de ter desistido do negócio. A alegação da empresa é que o banco desistiu de promover a fusão e com isso levou o Margen a dificuldades financeiras que culminaram com o pedido de recuperação judicial.

Muito antes da febre de consolidação no setor de carnes, uma tentativa de fusão entre os frigoríficos Margen e Quatro Marcos, em junho de 2008, chamou a atenção pela rapidez com que fez água. O fracasso da fusão que criaria a UniAlimentos não foi decorrência de “diferenças culturais”, como se disse à época, afirmam os controladores do Margen, que hoje está em recuperação judicial, mesma situação do Quatro Marcos.

Mauro Suaiden e Geraldo Prearo acusam o ABN Amro Real, que assessorava a operação de fusão, de ter desistido do negócio e por isso estão processando a instituição financeira. O Margen pede uma indenização de R$ 833,084 milhões ao banco para reparação por danos materiais.

A alegação da empresa é que o banco desistiu de promover a fusão e com isso levou o Margen a dificuldades financeiras que culminaram com o pedido de recuperação judicial. Procurado, o Quatro Marcos não se pronunciou. O Grupo Santander Brasil, que controla o ABN, disse que não se pronuncia sobre assuntos sub judice.

Segundo o Margen, para dar andamento ao plano de se juntar ao Quatro Marcos, a empresa suspendeu temporariamente suas atividades, o que acabou gerando perda de faturamento. “(…) a proposta idealizada pela ré [o ABN] visava levar os ativos operacionais das envolvidas para a nova empresa (UniAlimentos), situação que lhe agregaria valor de mercado e abriria ainda mais as linhas de crédito, já que seu passivo permaneceria dividido nas antigas sociedades até posterior quitação”, diz a petição dos advogados do Margen.

Uma das razões para o banco desistir do operação, segundo o Margen, teria sido a mudança do controle da instituição financeira, comprada pelo espanhol Santander em outubro de 2007 – a integração das operações foi aprovada pelo Banco Central em julho do ano seguinte. “Que outro motivo, senão a mudança de política financeira da empresa justificaria a desistência de um negócio que já estava aperfeiçoado e em fase de implementação?”, questionam os advogados na petição.

O plano desenhado pelo ABN previa, segundo o Margen, o aporte de US$ 500 milhões por parte do banco na nova companhia, inicialmente de capital fechado, e a perspectiva de lançar ações na bolsa num prazo de um ano. A empresa alega que tanto ela quanto o Quatro Marcos foram orientados pelo banco a suspender temporariamente as atividades para que a operação fosse implementada.

A criação da UniAlimentos foi anunciada no dia 3 de junho do ano passado, após um negociação de seis meses. A empresa que nasceria da fusão teria receita anual de R$ 2,5 bilhões (considerando números de 2007) e capacidade de abate diário de 18,5 mil cabeças de bois, superior ao que JBS-Friboi (18,4 mil) e Marfrig (13,3 mil) tinham à época no Brasil.

De acordo com o Margen, a operação tinha o aval do então presidente do Real Fábio Barbosa, no entanto, o banco “recuou inexplicavelmente do seu compromisso de aportar recursos na nova empresa, mesmo sabendo que tal investimento era imprescindível para a concretização do negócio, ato que inviabilizou não só a atividade da UniAlimentos, como também a volta do status quo individual das empresas envolvidas”.

Como consequência da fusão frustrada e também da escassez de crédito no mercado, diz o Margen, bancos cortaram as linhas de financiamento da empresa, comprometendo a retomada das operações.

A matéria é de Alda do Amaral Rocha, publicada no Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Darci Júnior disse:

    Toma vergonha gente , vao caçar um jeito de trabalhar e pagar as contas, inves de ficar procurando jeito de lezar mais ainda o povo !!!!!!

  2. alesandro lope soares disse:

    É muito engraçado isso que o Margen está fazendo, querendo indenização por mais uma coisa errada que ele fez. O mais certo que deveria ser feito agora seria a justiça fazer com que ele pagasse os funcionarios e outros ainda esse ano. Fui funcionário, recebi carta dizendo que o Margen teria que me pagar em 48 hrs, e com isso já tem quase tres meses e nada. Acho que primeiro pagam o que devem ai sim depois vocês terão direito de reclamar ou correr atraz do que querem, ate mesmo porque quem deve não tem direito a nada. A justiça deveria agilizar isso, porque ate hoje os unicos lezados somos nos ex-funcionarios e fornecedores.

  3. Marcelo Alexandre de Oliveira disse:

    O Margen mostrou ser uma empresa administrada senao por bandidos pelo menos por mau-carateres, alem de nao pagarem o que devem aos funcionarios ainda teem a cara de pau de querer indenizacao.
    Deram um golpe nos trabalhadores com o processo de recuperacao e agora talvez nem na justica receberemos.
    Vergonhoso.