A Cooperativa Central Aurora, de Santa Catarina, está na mira do frigorífico Minerva. As diretorias têm mantido conversas nas últimas semanas, especialmente depois que Marfrig e JBS-Bertin, os dois concorrentes maiores do Minerva, adquiriram negócios em frangos e suínos. "O Minerva está nos namorando, mas somos uma noiva difícil", diz o presidente da Aurora, Mário Lanznaster.
A Cooperativa Central Aurora, de Santa Catarina, está na mira do frigorífico Minerva. As diretorias têm mantido conversas nas últimas semanas, especialmente depois que Marfrig e JBS-Bertin, os dois concorrentes maiores do Minerva, adquiriram negócios em frangos e suínos. “O Minerva está nos namorando, mas somos uma noiva difícil”, diz o presidente da Aurora, Mário Lanznaster.
O frigorífico de Barretos (SP) precisa acompanhar a tendência de diversificação, já que hoje atua apenas em carne bovina. A Aurora, pelo contrário, só trabalha com a produção de aves, suínos e lácteos. Além de agregar novos negócios ao portfólio de proteínas animais, a Aurora daria ao Minerva o acesso ao varejo com uma marca conhecida, como já possuem JBS e Marfrig. Hoje, embora tenha mais foco no processamento de carne que no abate de bovinos, o Minerva não chega até o consumidor. A força da marca Aurora poderia ser transferida para produtos de carne bovina.
Segundo notícia do jornal Brasil Econômico, o Minerva precisa crescer porque ficou pouco expressivo mesmo no setor de bovinos, depois das recentes fusões e aquisições dos concorrentes.
Posição da Aurora
Com faturamento de R$ 2,7 bilhões em 2008, a Aurora sofreu com os efeitos da crise, e teve que receber ajuda financeira das 16 cooperativas donas do negócio. O pagamento dos fornecedores, que era feito em 14 dias, hoje demora 35 dias.
Apesar disso, as cooperativas mantêm-se firmes na ideia de ficar com a central industrial. Pelo menos por enquanto. Segundo Lanznaster, houve “muitos contatos”, de várias empresas do negócio de carne bovina, querendo a Aurora para diversificar as atividades. Com o Minerva, “às vezes batemos papo, mas nada que tenha sido levado aos cooperados (membros das cooperativas)”, afirma.
Na opinião de Lanznaster, o que chama a atenção para a Aurora é sua eficiência e produtividade, além do fato de ainda estar sozinha em um mercado em consolidação. “A Aurora é a menina dos olhos”, diz o presidente da cooperativa.
A resistência para aprovar uma eventual venda da Aurora seria grande, segundo apurou o jornal Brasil Econômico com presidentes de algumas cooperativas donas da empresa. “Seria uma grande perda para o cooperativismo”, opina Cláudio Post, presidente da Cooperativa Regional Auriverde.
De acordo com o presidente da Aurora, Mário Lanznaster, que também preside a Cooperalfa (outra sócia da Aurora), as lideranças cooperativistas ainda não veem a venda como possibilidade real. Uma decisão deste porte não dependeria nem apenas das 16 cabeças que comandam a Aurora, mas de assembleias de agricultores de cada uma das cooperativas. Juntas, elas têm hoje 71 mil cooperados.
Segundo Lanznaster, outra possibilidade é a transformação da Aurora em sociedade anônima, para permitir que a empresa possa captar recursos no mercado financeiro, com uma oferta de ações, por exemplo.
A matéria é de Luiz Silveira e Fábio Suzuki, publicadas no jornal Brasil Econômico, adaptadas e resumidas pela Equipe AgriPoint.