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Acrimat e Imea divulgam estudo sobre o preço da carne

A Acrimat, apresentou nesta sexta-feira (04), um levantamento de dados foi pelo Imea para explicar a diferença entre os preços da arroba do boi e o quilo da carne. "Quando comparamos os preços de 2008 para 2009, o preço da arroba (boi gordo) baixou 10% e do atacado 2%, enquanto isso, o varejo nada perdeu, pelo contrário, ganhou 8%. Não existe dúvida que o varejo fica com a maior fatia do boi mesmo permanecendo com o produto por um curto período, e se responsabilizando apenas em acondicionar os cortes", ressaltou o diretor da Acrimat, Júlio Ferraz.

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), apresentou nesta sexta-feira (04), um levantamento de dados para explicar a diferença entre os preços da arroba do boi e o quilo da carne.

“A grande arma do varejo (supermercado e açougues) está no poder estratégico de ter a informação direta e diária do consumidor, trabalha com a oferta e procura, definindo os preços e pressionando o atacado. Do lado oposto fica o produtor, distante do consumidor, assumindo os maiores riscos e pressionado pela variação do mercado”, analisou o superintendente da Acrimat, Luciano Vacari.

O estudo realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuário (Imea), mostra um levantamento detalhado da participação dos três elos da cadeira produtiva do setor de carne – boi gordo (arroba), atacado (indústrias frigoríficas) e varejo (supermercados, açougues e feiras) – no período de 2005 a 2009.

Ficou constatado, que em termos médios, a margem total de comercialização é de 70% para os agentes envolvidos na comercialização, sendo 5% para o atacado e 65% para o varejo, enquanto o produtor rural fica com 30%. Isso significa que para cada R$100,00 gastos pelo consumidor na compra de carne bovina, R$70,00 são atribuídos pelos agentes envolvidos no processo de comercialização e R$30,00 pelo produtor.

Este ano a diferença foi ainda maior, onde o produtor ficou com 27% dessa participação, o atacado com 6% e a margem do mercado varejista trabalhou em direção oposta, com ganho de 67% de margem. Ou seja, o conjunto dos agentes de comercialização, atacado e varejo, receberam a maior parcela da renda obtida com a venda de carne bovina, com 73%.

“Apesar de o produtor apresentar 25% de margem maior que o atacado, não significa que o lucro do produtor seja maior, pois a margem engloba custos e lucro. Além disso, pode-se dizer que os criadores são os que assumem os maiores riscos, sendo responsáveis pelo manejo necessário até o abate e estão suscetíveis a variações climáticas na pecuária extensiva e altos custos diários na pecuária intensiva”, disse a analista de inteligência do Imea, Flávia Masotti.

Os estudos mostram que a maior distância do produtor dentro da cadeia, faz com que o produtor tenha as informações menos completas, e, portanto tende a ter a margem mais afetada.

Quando o comparativo é sobre a evolução dos preços da arroba e da carne, a diferença continua acentuada entre os três elos da cadeira produtiva. Nos últimos quatro anos o preço da arroba do boi gordo teve alta de 18%, o atacado registrou 20% de aumento e o varejo majorou o preço da carne em 44%.

“Quando comparamos os preços de 2008 para 2009, o preço da arroba (boi gordo) baixou 10% e do atacado 2%, enquanto isso, o varejo nada perdeu, pelo contrário, ganhou 8%. Não existe dúvida que o varejo fica com a maior fatia do boi mesmo permanecendo com o produto por um curto período, e se responsabilizando apenas em acondicionar os cortes”, ressaltou o diretor da Acrimat, Júlio Ferraz. Essa queda no preço da arroba de 2008 para 2009 ocorreu devido a crise mundial que afetou todo setor produtivo.

As informações são da Acrimat, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Antonio Pereira Lima disse:

    Não podemos esquecer que o varejo compra a prazo vende a vista,com este lucro muito bem mostrado pela matéria,e gira a mercadoria até 10 vezes por mês,pois fazem de 2 a 3 compras por semana.Estão reclamando muito do dolar e das poucas exportações só para disfarçar os lucros do mercado interno,igual o quero-quero canta perto da gente,mas o ninho tá bem longe.
    Um abraço

  2. Paulo Cesar Bassan Goncalves disse:

    Caros senhores esta pesquisa só vem confirmar o que a nossa intuição já presentia. Só tem uma saída para melhorar a lucratividade para a base da produção: Eliminar os intermediários e isto não é segredo para ninguem. Se conseguimos ser os produtores mais competitivos do mundo, porque não haveríamos de conseguir colocar a carne direto no prato do consumidor? Prestem atenção porque este movimento já começou e tem sido um sucesso.