Mercado Físico da Vaca – 12/01/10
12 de janeiro de 2010
Mercados Futuros – 13/01/10
14 de janeiro de 2010

Arantes continua sem aprovar plano de recuperação

Foi marcada uma nova data para mais uma tentativa de acordo entre o frigorifico Arantes, em recuperação judicial desde 9 de janeiro de 2009, e seus credores. A assembleia geral de credores (AGC) realizada ontem em São José do Rio Preto/SP foi suspensa e transferida para o dia 19 de janeiro, quarta-feira que vem, às 10 horas. "Estamos cansados de ouvir a mesma noticia e mais uma vez os bancos deram as cartas", lamentou o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari.

Foi marcada uma nova data para mais uma tentativa de acordo entre o frigorifico Arantes, em recuperação judicial desde 9 de janeiro de 2009, e seus credores. A assembleia geral de credores (AGC) realizada ontem em São José do Rio Preto/SP foi suspensa e transferida para o dia 19 de janeiro, quarta-feira que vem, às 10 horas. “Estamos cansados de ouvir a mesma noticia e mais uma vez os bancos deram as cartas”, lamentou o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari.

Os pecuaristas também não aceitam a proposta que o Arantes apresentou. Um dos pontos que mais preocupa é que o frigorifico quer atrelar o pagamento dos pecuaristas à venda de seus imóveis. “O Arantes está oferecendo um patrimônio podre para os pecuaristas, sem nenhuma liquidez e certamente será alvo de muitas disputas judiciais. Não é justo, depois de um ano de espera, o frigorifico apresentar uma proposta como essa. Não aceitamos, e se continuar assim, é melhor que seja decretada a falência da empresa”, salientou o superintendente da Acrimat.

O presidente da comissão de credores dos frigoríficos de Mato Grosso, Marcos da Rosa, também é enfático em dizer que, “não sabemos em que situação esses imóveis se encontra e dificilmente alguém compra alguma coisa que esteja com problemas judiciais. Nós queremos receber em dinheiro e não aceitamos receber imóveis em lugar de dinheiro”. O advogado paulista Leonardo Ribeiro, que participou da AGC, comentou que “caso os imóveis não sejam vendidos nos 12 meses propostos pelo frigorifico, os pecuaristas irão enfrentar uma nova batalha judicial para vender esses imóveis e isso pode durar anos”.

O superintendente da Acrimat é taxativo em afirmar que “existe um protecionismo claro do Arantes com os Bancos e os pecuaristas devem ficar atentos, pois os bancos retêm mais de 90% dos créditos do Arantes. O que eles não estão levando em conta é que se não acertarem com os pecuaristas o frigorifico não retorna ao mercado, pois vamos fazer uma campanha para que o pecuarista seja parceiro apenas de empresas com compromisso com o produtor e não só com instituições financeiras”. Ele ressalta que, “boi não nasce em caixas eletrônicas. Sem o boi não existe a cadeira produtiva desse setor”.

Os pecuaristas e os trabalhadores juntos não representam 3% da divida total do Arantes. A proposta do frigorífico para os pecuaristas é de pagamento da dívida em 12 parcelas, com correção pela CDI e garantias de pagamento atrelado à venda de seus imóveis. Os pecuaristas querem pagamento em 90 dias e a garantia de receber em dinheiro. “Entregamos um produto de alta liquidez para o Arantes e por isso não aceitamos moeda podre”, anunciou o superintendente da Acrimat.

As informações são da Acrimat, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. GILMAR OCCHI disse:

    lamentável essa cituação dos credores da arantes alimentos, isso mostra que o poder econômico comanda tudo, outra cituação é o entendimento claro e enfático de que esta sendo usado o poder judiciário para o calote legalizado, um ano depois de não pagar ninguem vem a devedora oferecer imóveis como garantia de uma dívida cujo produto adquido recheou os caixas da empresa, já virou brincadeira.

  2. Alex Alves disse:

    Fatos dessa natureza vem ocorrendo com muita frequencia, exemplos dessa pratica temos: Frigo estrela, Quatro Marcos e Margen. Infelizmente quem perde com isso são em primeiro lugar os colaboradores que já ganham pouco e ficaram sem receber os direitos trabalhistas a que tinham direito e claro os pecuaristas. Infelizmente as leis do Brasil tem brechas que essas empresas, que já enriqueceram seus sócios, usufruem para continuarem a encher os bolsos do dinheiro de trabalhadores.