Estratégia na formulação dietas: processamento dos alimentos
13 de janeiro de 2010
Mercados Futuros – 14/01/10
15 de janeiro de 2010

Com oferta maior compradores pressionam preços da arroba

Após a alta observada nas últimas semanas de 2009, a oferta deu sinais de aumento e 2010 começa com o mercado do boi gordo em baixa. Nesta semana o indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista registrou retração de 1,36%, sendo cotado a R$ 75,21/@, na última quarta-feira. O indicador a prazo teve desvalorização de 0,44%, sendo cotado a R$ 76,84/@.

Após a alta observada nas últimas semanas de 2009, 2010 começa com o mercado do boi gordo em baixa. Nesta semana – período que vai de 06/01 a 13 de janeiro – o indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista registrou retração de 1,36%, sendo cotado a R$ 75,21/@, na última quarta-feira.

O indicador a prazo também caiu, mas apresentou uma desvalorização menor (-0,44%), sendo cotado a R$ 76,84/@ pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – Esalq/USP (Cepea). Em relação ao valor levantado no dia 11 de dezembro (R$ 75,75/@), o preço atual está 1,44% melhor. Porém, na comparação com o registrado no mesmo período do passado a perda é de 9,49%.

Segundo pesquisas do Cepea, essa pressão sobre os preços da arroba vem do aumento das escalas de abate. De acordo com as avaliações do centro de pesquisas, os frigoríficos de São Paulo aumentaram o número de aquisições de boi gordo fora do estado neste início de ano, assim, as escalas de abate dessas unidades alongaram, pressionando as cotações médias da arroba paulista nos últimos dias.

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio

Segundo noticiou o InfoMoney, após operar no campo negativo durante boa parte do dia, o dólar comercial passou a registrar ganhos durante a tarde, tendência esta que se consolidou após o Banco Central do Brasil realizar novas intervenções no câmbio. Dessa forma, a moeda norte-americana fechou esta quarta-feira (13) em alta pela terceira sessão consecutiva.

Durante o período analisado, a moeda americana apresentou variação positiva, sendo cotada a R$ 1,7434 (+0,61%), reduzindo um pouco a pressão que vem causando nos preços do produto brasileiro no mercado internacional e provocando um leve recuo no preço da arroba do boi gordo em dólares, que foi calculado em US$ 43,14.

Na agenda internacional, o nível de estoque de petróleo dos EUA surpreendeu ao registrar avanço na última semana, pressionando os preços da commodity. Ainda na principal economia do mundo, os investidores seguem no aguardo da divulgação do Treasury Budget e do Livro Bege do Fed, ambos agendados para as 17h00.

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou 2009 com uma taxa acumulada de 4,31%, abaixo do centro da meta estipulada pelo Banco Central para o ano, de 4,5%. Trata-se do segundo menor índice acumulado desde 2000, acima apenas do resultado de 2006 (3,14%). O IPCA é o índice oficial utilizado pelo BC para cumprir o regime de metas de inflação, determinado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Os dados de 2009 foram divulgados nesta quarta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Um fator de decisivo para o resultado da inflação deste ano é o comportamento dos preços dos alimentos, alertam economistas. Em 2009, o grupo alimentação, que responde 22,5% do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu 3,18%, depois de ter aumentado 11,11% em 2008. Para este ano, é pouco provável que o grupo alimentação ajude a segurar o IPCA.

“As previsões de safra são boas, mas não teremos as mesma condições favoráveis para os preços de alimentos como foi em 2009”, alertou o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros. Essa avaliação é compartilhada pela economista chefe do Banco ING, Zeina Latif. Entre os fatores que ela considera determinantes para o resultado da inflação, os preços dos alimentos podem ser uma variável crucial.

A cesta básica ficou mais barata em 16 das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) no ano passado. É o maior número de cidades com deflação no preço dos produtos básicos desde o Plano Real. Os preços da cesta básica no país recuaram até 14,92% no ano – percentual registrado em João Pessoa.

O preço da carne ficou até 15,92% menor em 2009, na comparação com 2008, segundo o Dieese. As maiores retrações ocorreram em Florianópolis (15,92%), Goiânia (12,98%), Rio de Janeiro (11,49%) e Vitória (10,48%). Em São Paulo, a queda foi de 4,98%. Segundo o Dieese, a diminuição da exportação, devido à crise financeira internacional, possibilitou o aumento da oferta para consumo interno.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou um estudo nessa semana, onde estima que a taxa de pobreza irá recuar drasticamente nos próximos anos. Segundo Marcio Pochmann, presidente do instituto, se o Brasil mantiver as atuais políticas econômica e social dos últimos anos, a taxa de extrema pobreza (população com renda per capita de um quarto de salário mínimo) deverá ser zerada até 2016. Outro dado chama a atenção. A taxa de pobreza (para a população com renda per capita de meio salário mínimo), segundo previsão do Ipea, deverá recuar de 28,8% (2008) para 4%, mesmo nível de economias fortes e países desenvolvidos.

Para Antonio David Cattani, coordenador da pós-graduação em Sociologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e pesquisador na área de renda, a previsão do Ipea não é utópica, mas factível. O especialista destaca: “A pobreza não diz respeito apenas a renda, mas ao acesso a educação, saúde e qualidade de vida. Para isso, infelizmente, ainda não há um índice”, afirmou.

Um dos principais pesquisadores brasileiros na área de pobreza e renda, Marcelo Neri, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), não acredita que a previsão do Ipea para acabar com a miséria em 2016 se confirme. O estudioso também acha improvável que a taxa de pobreza caia da forma como espera o Ipea. “No período de 2003 a 2008 tivemos vento internacional a favor e a pobreza caiu 43%, com 19,3 milhões de pessoas cruzando a linha. Se tudo se repetir nos próximos cinco anos, a pobreza cai a metade neste período. Agora, cair a 1/7 do cenário inicial em sete anos soa exagerado, quase um Alice no País das Maravilhas”.

Mercado físico

Após um período de ofertas reduzidas, causado principalmente pelos feriados de final de ano, o mercado do boi gordo começa a voltar ao ritmo normal e as ofertas melhoraram. Diante do aumento no número de negócios realizados e maior sucesso nas compras de bois gordos para o abate, os compradores iniciaram a semana pressionando os preços da arroba e forçando recuos em algumas praças.

De Santa Maria da Serra/SP, na região de Piracicaba, Michel Cury informou que a arroba do boi gordo está sendo cotada nos frigoríficos da região a R$ 76,00, com prazo de 30 dias. Ele completa comentando que as fêmeas gordas são negociadas R$ 70,00/@ com as mesma condições de pagamento.

Leonardo Rodrigo Sallum Bacco, de Rancharia/SP, informou através do formulário de cotações, que na sua região os frigoríficos estão comprado bois gordos a R$ 73,00/@, para pagamento à vista.

No dia 12 de janeiro (terça-feira), leitores do BeefPoint informaram que em Campo Grande/MS compradores estavam pagando R$ 69,00/@, com prazo de 3 dias para pagamento.

Hoje, recebemos um comentário de Francisco dos Santos, também de Campo Grande/MS, informando que os frigoríficos da capital sul-matogrossense estão pressionando os preços da arroba e já ofertam R$ 67,00 pela arroba do boi gordo e R$ 63,00/@ em lotes de fêmeas. “Ainda tem boi morrendo até dia 16/01 com preços anteriores”, completou dos Santos.

Como está o mercado na sua região? Utilize o formulário para troca de informações sobre o mercado do boi gordo e reposição – uma iniciativa do BeefPoint em parceria com a Bayer – para informar preços e o que está acontecendo no mercado de sua região.

Mercado futuro

No acumulado da semana, o mercado futuro registrou variação positiva, com apenas dois vencimentos (junho e julho) apresentando retração. Janeiro/10, o primeiro vencimento, fechou a R$ 74,85/@ nesta quarta-feira, com alta de R$ 0,94 na semana. A maior variação, +R$ 1,80, aconteceu nos contratos que vencem em outubro/10, que fechou a R$ 79,50/@ no último pregão.

Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 06/01/10 e 13/01/10

Segundo o jornal Brasil Econômico, as negociações de futuros agropecuários em 2009 na BM&FBovespa registraram queda de 37,6% em relação a 2008, para 1,93 milhão de contratos. Entre as reduções mais expressivas, destacam-se as negociações dos contratos de milho e açúcar cristal, com reduções de 93,5% e 96,8%, respectivamente.

Mas as negociações de contratos de boi gordo (-48,8% ante 2008), soja (-40,9%) e café arábica (-13,7%) também ficaram aquém dos volumes do ano anterior. O ano passado tivemos uma forte crise de crédito, reduzindo os recursos disponíveis para as operações de hedge e investimentos. As negociações das commodities agropecuárias na bolsa movimentaram R$ 46,8 bilhões em 2009, contra R$ 80,1 bilhões em 2008 e R$ 46,3 bilhões em 2007.

Atacado da carne bovina

Segundo o Boletim Intercarnes, o mercado da carne bovina segue demasiadamente lento e com a procura abaixo da regularidade. Um reflexo claro e natural das vendas (atacado e varejo) que efetivamente mostram-se retraídas, contrariando as expectativas previstas para a semana. Consequentemente ofertas, que se mostram bastante regulares com volumes superiores a demanda forçaram a instabilidade dos preços causando maior pressão baixa. A tendência para a carne bovina é indefinida, visto que as ofertas seguem regulares e a procura ainda não sinaliza nenhuma recuperação esperada na semana.

No atacado paulista, o traseiro foi cotado a R$ 6,50, o dianteiro a R$ 3,40 e a ponta de agulha a R$ 3,30. O equivalente físico foi calculado em R$ 73,13/@, com desvalorização de 2,69% na semana. O spread (diferença) entre indicador e equivalente subiu para R$ 2,09/@, mas ainda continua abaixo da média dos últimos 12 meses que é de R$ 3,77/@.

Tabela 2. Atacado da carne bovina

Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x equivalente físico

Reposição

O indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista foi cotado a R$ 598,70/cabeça, com valorização de 3,41% na semana. A relação de troca está em 1:2,07, muito próxima da média dos últimos 12 meses, que é de 1:2,09, porém bem menor do que a média da década (1:2,37).

Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista x relação de troca (boi gordo de 16,5@ por bezerros)

Com a alta nos preços do bezerro, a margem bruta na reposição, que representa o que sobra da transação venda de um boi gordo de 16,5@ e compra de um bezerro para a reposição e será utilizado para investimentos, pagamentos de contas e salários e lucro, apresentou uma queda de 5,43% na semana, ficando em R$ 642,27.

Abrafrigo x BNDES

Segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), a generosidade com que o BNDES tem tratado alguns poucos privilegiados tem gerado uma grave distorção na cadeia produtiva da carne, seja no âmbito do mercado pecuário, seja na estrutura concorrencial que permeia a atividade industrial.

“Estamos assistindo ao crescimento de uma grave deformação na configuração dos dois mercados, levando tanto pecuaristas quanto pequenos e médios frigoríficos a se submeterem ao poder da concentração, inibindo a concorrência saudável e economicamente desejável, levando-a a um nível absolutamente incompatível com os princípios de uma política industrial eficiente e desconcentradora. E quem está promovendo tudo isso é o BNDES”, afirma o presidente-executivo da entidade de classe, Péricles Salazar.

Segundo ele, o BNDES, na qualidade de agente público voltado ao fomento industrial, com o compromisso de atender a política pública preconizada pelo Governo, tem a obrigação de estudar previamente os impactos econômicos e sociais que pode causar diretamente aos demais agentes do segmento. No caso da cadeia produtiva da carne, a relação custo-benefício para a sociedade é muito baixa quando se prioriza apenas um grupo destinando vultuosos recursos financeiros, sob a forma de financiamento ou participação acionária. “O Banco desconsiderou as repercussões maléficas e danosas para o setor do qual participamos e para o conjunto da sociedade brasileira que deveria ser considerada como destinatária maior dos supostos benefícios decorrentes deste exagerado e desproposital aporte de recursos”, disse Péricles Salazar.

Para ele, o BNDES deveria diminuir o ritmo da concentração industrial no segmento frigoríficos e possibilitar que os preços pecuários sejam reflexo da lei da oferta e da procura, não permitindo que os produtores sejam submetidos à lei do mais forte, além de não ensejar manipulação dos mercados do boi e da carne que representa 75% da produção nacional. “Assim não haveria prejuízos para os consumidores e poderia se dar efetiva atenção às verdadeiras prioridades nacionais”, conclui o presidente da Abrafrigo.

Em carta enviada ao BeefPoint no dia 13 de outubro do ano passado, Salazar já chamava a atenção para esse assunto comentando:

O leitor do BeefPoint Péricles Pessoa Salazar, presidente da Abrafrigo, de Curitiba, Paraná, enviou um comentário ao artigo “Pedro Eduardo de Felício comenta o processo de consolidação dos frigoríficos brasileiros”. Abaixo leia a carta na íntegra.

“Não fosse o aporte de recursos públicos por parte do BNDES Participações S/A. – BNDESPAR, jamais a indústria frigorífica brasileira estaria concentrada da forma como hoje se encontra.

Se assim está, deve-se ao excepcional brilhantismo das cabeças privilegiadas do BNDES, que entenderam botar dinheiro do povo nestas mega organizações.

E para que? Ora, para criarmos empresas transnacionais em condições de concorrer com a máxima eficiência neste mundo globalizado.

Faço uma pergunta e quem quiser que responda: Qual a razão lógica, econômica ou social que motivou o BNDESPAR a entrar na condição de sócio destes grandes empreendimentos?

Por que uma instituição financeira historicamente reconhecida como mola propulsora do desenvolvimento econômico do Brasil resolveu ser sócia de empresas privadas? E o que se há de fazer?

Por que não fazemos a nossa parte enquanto cidadãos e contribuintes, reclamando junto ao Banco a destinação que fazem do nosso dinheiro.

Como empresários e produtores, por que não reclamarmos da concentração que poderá levar-nos à submissão pelo controle e manipulação e preços?

Com a palavra os brasileiros do campo e as entidades de representação dos pecuaristas.”

Sequestro de carbono

Estudo divulgado pela FAO mostra que, se manejadas corretamente, as pastagens podem ser mais benéficas que as florestas no sequestro de carbono, sendo fundamentais na mitigação das mudanças climáticas.

Pastagens são um sumidouro de carbono que poderia exceder os benefícios das florestas, se usado corretamente, explicou o documento. Os 3.400 milhões de hectares de pastagens podem desempenhar um papel fundamental para a adaptação e redução da vulnerabilidade às mudanças climáticas a mais de um bilhão de pessoas que dependem do gado para a vida, de acordo com o documento “Review of Evidence on Drylands Pastoral Systems and Climate Change”.

“O mundo terá de usar todas as opções para conter o aquecimento global em 2ºC. Agricultura e uso da terra têm o potencial para ajudar a minimizar as emissões líquidas de gases de efeito estufa por meio de práticas específicas, especialmente o armazenamento de carbono no solo e na biomassa”, afirmou o diretor-geral da FAO, Alexander Müller.

“Estima-se que as terras de pastagens armazenem 30% do carbono de solo do mundo, para além da quantidade substancial de carbono armazenado em árvores, arbustos e plantas”, diz o estudo. “Mas essas áreas são muito sensíveis à degradação do solo, afetando 70% dos pastos, como resultado do excesso de pastoreio, da salinização, da acidificação e de outros processos. A pressão sobre a terra está aumentando também a fim de satisfazer a crescente demanda por carne e produtos lácteos”, acrescenta.

0 Comments

  1. Antonio Pereira Lima disse:

    Com relação ao boi gordo,o mercado apresenta dois preços,o real que é o preço que estão pagando pelo boi que está morrendo hoje,que é um preço melhor e é exatamente por isto que a escala andou,e o preço nominal que estão tentando comprar,sem sucesso,mais barato.Portanto a @ do boi teve uma queda nominal,a verdade é que não está sobrando carne,ao contrário o varejo está enxuto,vamos ver na próxima semana se o preço nominal vira real,eu acho que o preço que estão ofertando hoje não faz escala,é esperar prá ver.Um abraço

  2. joao jacintho disse:

    e a forca do cartel, salva-se quem puder.

  3. Murilo Borges disse:

    Na praça de campo grande ,os frigoricos esta semana nao consegiram,comprar bois no preço ofertado as industrias de gde porte estao abatendo boi atermo que o preço nao e esse praticado no mercado nominal e bem maior,e eles para faser media colocam o preço de bacao menor ,o senhor pericles salazar tem razao a economia e torta eles querem estatizar a carne , mas o gde cartel da carne se esquece que eles tem a industria e concore com o prudutor com a estrategia do boi propio; mas nos podemos tambem como produtor deixar de vender bois para eles o mercado e livre ,vamos priorizar a venda para os pequenos do mercado e vamos ver se eles tem bois para tocar essa gdes corporaçoes sem materia priama ,acorda produtor nos temos que mostrar a nossa força,s porque se nao nos vamos virar agregados desse gde esquema do governo de produçao de carne,sendo o bndes o segundo maior acionista