O plenário do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou nesta quarta-feira os pedidos de Sadia e Perdigão, em processo de fusão, para realizarem aquisições conjuntas de insumos e serviços, bem como atuarem de forma unificada no segmento de carnes in natura (comercialização e produção). No segundo caso, o Conselho fez a ressalva de que será vedada "a integração das estruturas administrativas e comerciais" bem como "a demissão injustificada de pessoal".
O plenário do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou nesta quarta-feira os pedidos de Sadia e Perdigão, em processo de fusão, para realizarem aquisições conjuntas de insumos e serviços, bem como atuarem de forma unificada no segmento de carnes in natura (comercialização e produção).
No segundo caso, o Conselho fez a ressalva de que será vedada “a integração das estruturas administrativas e comerciais” bem como “a demissão injustificada de pessoal”. O Conselho também exigiu a “separação integral” dos respectivos sistemas de informação das empresas, além da manutenção das marcas e dos investidores de cada companhia.
O conselheiro Carlos Ragazzo, disse que a mudança é mínima no acordo assinado com as duas empresas. “Os dois pedidos foram aceitos, porque as empresas têm uma participação muito baixa no mercado de carne bovina in natura e na aquisição desses insumos”, afirmou Ragazzo. Segundo ele, essa liberação é muito fácil de ser reversível. “Não vai ter integração de estruturas. Elas só vão coordenar aquisição conjunta desses insumos”, explicou o conselheiro.
Em setembro do ano passado, o Conselho já aprovou a coordenação conjunta das atividades das empresas no exterior, também no segmento de carnes in natura.
A Brasil Foods (ex-Perdigão) ainda aguarda a aprovação da incorporação da Sadia pelo Cade. Caso ocorra, a empresa resultante vai se tornar a maior exportadora global de aves, e a segunda maior exportadora mundial de carnes.
Ragazzo não soube informar quando o processo de fusão irá a julgamento. Disse apenas que o Cade aguarda a instrução do processo pela Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae) do Ministério da Fazenda e pela Secretaria de Direito Econômico (SDE), do Ministério da Justiça.
De acordo com relatório da Link Investimentos anterior à decisão, a autorização para a compra conjunta de insumos captura sinergias importantes, permitindo economia entre 3% e 5%, o que se refletira em melhores margens.
O presidente da Brasil Foods, José Antonio do Prado Fay, disse que “a princípio” a empresa não pretende pedir novas “flexibilizações” ao Cade. “Agora vamos buscar a aprovação [da operação]”, observou. Ele afirmou ser difícil prever quando o Cade dará sua decisão final sobre o negócio, mas sua expectativa é de que o resultado saia ainda no primeiro semestre deste ano. “Nosso interesse é ter o mais rápido possível a aprovação para que as empresas possam operar juntas”, acrescentou.
As informações são da Folha Online, Estado Online, Brasil Econômico e Valor Econômico, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.