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8 de fevereiro de 2010
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10 de fevereiro de 2010

Indicador é cotado a R$ 78,25, bezerro tem forte queda

Nesta segunda os indicadores à vista e a prazo caminharam em sentidos contrários. O indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista foi cotado a R$ 77,22/@ com desvalorização de R$ 0,02. O indicador a prazo registrou variação positiva de R$ 0,02, sendo cotado a R$ 78,25/@. Na reposição, o indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista foi cotado a R$ 602,60/cabeça, com forte desvalorização.

Nesta segunda os indicadores à vista e a prazo caminharam em sentidos contrários. O indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista foi cotado a R$ 77,22/@ com desvalorização de R$ 0,02. O indicador a prazo registrou variação positiva de R$ 0,02, sendo cotado a R$ 78,25/@.

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio

As previsões de especialistas e produtores sobre a pecuária de corte este ano no Brasil não apontam exatamente para a mesma direção. Enquanto os analistas de mercado acreditam em dias melhores para o setor, os pecuaristas estão bem mais cautelosos em relação a investimentos e à retomada do preço da arroba do boi gordo.

Nos dois casos, o resultado ruim do ano passado, quando a crise internacional prejudicou os negócios, as cotações caíram e, sem crédito, vários frigoríficos entraram em processo de recuperação judicial, tem forte influência nas projeções. Dados da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) mostram que, em janeiro de 2009, a arroba do boi gordo, com pagamento à vista, valia R$ 74,38 no Estado. No mês passado, o preço médio da arroba ficou em R$ 68,52, o que indica uma queda de R$ 5,86 em cada arroba.

O professor Sergio De Zen, pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), diz que é possível pensar em um ano melhor para a pecuária de corte. A economia brasileira começa a registrar uma recuperação e, explica ele, a demanda interna em um ano eleitoral deve crescer, já que a circulação de dinheiro provavelmente será maior. “O mercado interno deve ser mais firme em 2010, o que tem reflexos positivos no preço da arroba.”

“Acho que [a crise] passou, só que tem sequelas. Acho que o mercado interno vai ser melhor que o externo“, declarou Joesley Batista. De acordo com o presidente do JBS, o mercado brasileiro está “melhor do que a média” mundial. “Se for falar na ordem, primeiro o Brasil, segundo os EUA, aí vem outros como Rússia, China…, por último Europa e Japão, são os que estão demorando mais a retomar.”

De acordo com o professor, 2009 seria o ano em que os pecuaristas deveriam colher os bons resultados dos investimentos feitos em 2008 e 2007. O problema é que, no ano passado, a oferta de animais estava em alta e a demanda, enfraquecida – um dos reflexos da crise financeira mundial.

O presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira, acredita que o preço da arroba do boi não sofrerá grandes oscilações nos próximos meses. Segundo ele, o valor da arroba deve ficar próximo do patamar atual, entre R$ 70,00 e R$ 75,00. “Também acho que no segundo semestre o Brasil vai voltar a exportar mais carne”, diz Antenor Nogueira.

“O pecuarista precisa controlar custos, saber quanto custa produzir cada arroba de carne. Mas, na realidade, ele não pode ficar com medo de investir. O importante agora é que esse investimento seja planejado de acordo com a capacidade do mercado”, defende o professor Sergio De Zen.

Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados no Estado de Goiás (Sindicarne), José Magno Pato, todas as negociações vão depender do comportamento do câmbio. Se houver uma desvalorização do real, segundo ele, podem ocorrer reajustes no preço da arroba do boi. “As outras variações serão pequenas, em razão da entressafra. Acredito que a arroba deva oscilar entre R$ 70,00 e R$ 72,00 nos próximos meses”, diz. Magno Pato também defende que a expansão da demanda externa por carne, em especial no segundo semestre, deve trazer boas notícias para o setor.

A BM&FBovespa fechou em baixa, com variação negativa em todos os vencimentos. Fevereiro/10 teve desvalorização de R$ 0,13, fechando a R$ 77,18/@. Os contratos que vencem em março/10 fecharam a R$ 76,28/@, com retração de R$ 0,12. Vale ressalta que o volume de negócios nesta segunda-feira foi bastante reduzido.

Tabela 2. Fechamento do mercado futuro em 08/02/10

Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x contratos futuros para fevereiro/10

O leitor do BeefPoint, Fernando do Prado Vitoriano comentou através do formulário de cotações do BeefPoint que na região de Cuiabá/MT frigoríficos está pagando R$ 70,00/2 em lotes de boi gordo e R$ 67,00 na arroba da vaca.

Márcio Vinícius Ribeiro de Moraes, de Rondonópolis/MT, comenta que compradores da região estão ofertando os preços indicados por Vitoriano. Moraes completa a informação dizendo que o boi rastreado é negociado a R$ 73,00/@. As duas cotações são livres de Funrural.

Como está o mercado na sua região? Utilize o formulário para troca de informações sobre o mercado do boi gordo e reposição – uma iniciativa do BeefPoint em parceria com a Bayer – para informar preços e o que está acontecendo no mercado de sua região.

Acesse a tabela completa com as cotações de todas as praças levantadas na seção cotações.

No atacado, as cotações dos três cortes primários permaneceram estáveis e o equivalente físico foi calculado em R$ 73,58/@. O spread (diferença) entre indicador de boi gordo e equivalente ficou em R$ 3,65/@.

Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x equivalente físico

Na reposição, o indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista foi cotado a R$ 602,60/cabeça, com forte desvalorização. Segundo o Cepea, a queda foi de R$ 13,09. A relação de troca subiu para 1:2,11.

O leitor do BeefPoint, Rubens Laboissiere Loyola, informou através do formulário de cotações do BeefPoint que em Goiás o bezerro Nelore desmamado de 180 kg é negociado a R$ 560,00.

André Camargo, Equipe BeefPoint

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