O consumo de produtos básicos passou longe do clima de crise e cresceu em 2009. Não só se expandiu como até se sofisticou, com a entrada na lista do brasileiro de mais itens na cesta básica e de produtos mais caros. Quem mais ajudou a acelerar o crescimento foram as classes D e E, que em relação a 2008 gastaram 21% mais entre a cesta de produtos básicos e não básicos.
O consumo de produtos básicos passou longe do clima de crise e cresceu em 2009. Não só se expandiu como até se sofisticou, com a entrada na lista do brasileiro de mais itens na cesta básica e de produtos mais caros. É o que mostra a pesquisa anual da Kantar Worldpanel (ex-Latin Panel), divulgada ontem (02).
Quem mais ajudou a acelerar o crescimento foram as classes D e E, que em relação a 2008 gastaram 21% mais entre a cesta de produtos básicos e não básicos. O consumo de produtos básicos (como itens alimentícios, bebidas e artigos de limpeza) e de não básicos (leite à base de soja e água mineral, por exemplo) cresceu, na média entre todas as classes, 15% na comparação entre 2008 e 2009. No mesmo período, a inflação foi de 4,31% e a alta do Produto Interno Bruto é estimada entre 0,1% e 0,2%.
Esse comportamento tem a ver com o aumento real da renda do brasileiro, que ganhou força nos últimos anos, especialmente da base da pirâmide. Como reflexo, houve crescimento principalmente na cesta de alimentos (17%) com a inclusão de produtos mais sofisticados.
As classes D e E, segundo o levantamento, são as que mais se beneficiaram da trajetória da economia no ano passado e encostou na classe C no número de categorias que aparecem no carrinho de compras. No ano passado, entraram na lista das classes D e E itens como tempero pronto, leite em pó, cremes e loções.
Não é só o tempero pronto e a lata de leite em pó que têm aumentado a presença nos lares brasileiros. As marcas mais caras também têm ampliado a participação na cesta de compras do consumidor. De acordo com a pesquisa, de 11 categorias que fazem parte da cesta de higiene, 6 delas tiveram crescimento de participação das marcas premium, que custam pelo menos 10% a mais que a média.
Varejo em Alta
Segundo o professor do Centro de Estudos de Varejo da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, Maurício Morgado, há motivo para otimismo no varejo de uma forma geral. “Janeiro é um mês tradicionalmente fraco para o varejo. Em fevereiro, o cenário já começa a mudar – ligeira alta de 0,2%-, sobretudo porque o mercado interno está aquecido, com a queda dos índices de desemprego e, consequentemente, aumento da renda.
Sobre os setores que poderão apresentar maior crescimento em 2010, Morgado destaca o eletroeletrônico, alimentício e saúde.
A matéria é de Paula Pacheco publicada no jornal O Estado de São Paulo, adaptadas e resumidas pela Equipe AgriPoint.
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Promissora notícia para toda a cadeia produtiva da carne.
Argumenta-se, constantemente, de que temos um enorme mercado potencial para carne vez que o consumo interno anda estabilizado em torno de 36 kg/hab./ano enquanto existe país que chega até a 67 kg/hab./ano. O problema é que a renda da população escolhe o cardápio do brasileiro.
O principal desafio, hoje, do agronegócio da carne bovina no Brasil é equacionar o binômio preço justo x baixa renda. Resumindo, precisamos encontrar o caminho que nos permita uma justa remuneração pela arroba do boi gordo sem onerar e afugentar o consumidor. É difícil, mas não é impossível.Vamos inovar e avançar.
PAULO CESAR BASTOS engenheiro civil e produtor rural