Começa julgamento de carcaças Nelore em GO
14 de julho de 2003
Brasil é maior mercado para carne paraguaia
16 de julho de 2003

Cadeia produtiva da carne deve ser mais integrada para atender exigências dos consumidores

Pedro Eduardo de Felício (Unicamp) recomenda fazer auditoria em toda cadeia produtiva da carne e descobrir os gargalos da produção. O pecuarista precisa fazer a sua parte

“Rendimento de carcaça, espessura de gordura, área de olho de lombo, aparelhos de medida que os frigoríficos estão utilizando, classificação dos cortes, genética superior no rebanho e rastreabilidade são fatores que o pecuarista precisa conviver e aplicar em suas propriedades, caso contrário seu projeto tenderá a não resistir”. A afirmação é de um dos maiores especialistas em carne bovina do País, Pedro Eduardo de Felício, professor do Departamento de Tecnologia de Alimentos da Universidade de Campinas (Unicamp/SP), e serve de advertência para muitos produtores brasileiros.

O professor da Unicamp fez esse alerta durante a Exposição Agropecuária de Araguaína (TO), que aconteceu entre os dias 11 e 22 de junho, da qual participou a convite da Agropecuária Jacarezinho, importante projeto pecuário do País. Felício, aliás, deixou claro que é necessário fazer uma verdadeira auditoria na cadeia da carne e citou a Jacarezinho como exemplo de sistema moderno de produção. “Tanto é verdade que seus reprodutores estão aptos a receber o CEIP (Certificado Especial de Identificação e Produção), concedido pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) aos projetos pecuários que se enquadram em uma série de normas de qualidade genética exigidos pelo governo”, completa o professor da Unicamp.

A integração de toda cadeia produtiva da carne ainda é um obstáculo a ser vencido. Pedro de Felício deixou claro que o pecuarista precisa dessa integração e também adequar-se ao manejo correto e procedimentos de criação, para atender as exigências dos frigoríficos, que por sua vez são pressionados pelo comércio e pelos consumidores. “No sudeste, o comércio de carnes já está sendo feito via internet, principalmente nos supermercados. O mercado exige boa tipificação de carcaça e o consumidor quer carne de qualidade. Dessa forma, o criador tem de se conscientizar e tratar seu negócio de forma profissional. Antigamente, os frigoríficos apostavam que quanto menos o criador soubesse, melhor. Hoje eles querem que o produtor participe e tenha conhecimento, pois sabem que ele faz parte do sistema. Caso contrário, será difícil atender os pedidos cada vez mais rigorosos por matéria-prima adequada”, finaliza Pedro Felício.

Fonte: Assessoria de imprensa da Agrop. Jacarezinho

Os comentários estão encerrados.