A presidente da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, entregou nesta segunda-feira (03), o documento "O que esperamos do próximo Presidente" ao pré-candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra; e à candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. A entrega ocorreu durante a abertura oficial da 76ª ExpoZebu, em Uberaba (MG). O documento reúne as propostas do setor rural que serão entregues a todos os candidatos ao Palácio do Planalto nas eleições de três de outubro.
A presidente da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, entregou nesta segunda-feira (03), o documento “O que esperamos do próximo Presidente” ao pré-candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra; e à candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. A entrega ocorreu durante a abertura oficial da 76ª ExpoZebu, no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG). O documento reúne as propostas do setor rural que serão entregues a todos os candidatos ao Palácio do Planalto nas eleições de três de outubro.
O texto entregue a Serra e Dilma é resultado de uma série de discussões promovida pela CNA, Federações da Agricultura e Sindicatos Rurais em cinco edições regionais do seminário “O que esperamos do próximo Presidente”. Houve debates em Salvador (BA), Palmas (TO), Goiânia (GO), Uberlândia (MG) e Curitiba (PR). O documento reuniu propostas de todas as regiões do País sobre os temas “alimento seguro”, “insegurança jurídica”, “logística”, “meio ambiente”, “política agrícola”, “processo tecnológico”, “qualificação profissional” e “responsabilidade social”.
O vice-presidente José Alencar representou o presidente Lula na abertura oficial da Expozebu e assinou o abaixo-assinado a favor da implantação do “Plano Nacional de Combate às Invasões de Terras”. A criação desse plano foi proposta pela senadora Kátia Abreu, em documentação encaminhada ao ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, no início de abril. A presidente da CNA argumentou que o Brasil já contou com ações específicas para combater o tráfico de drogas, de animais silvestres e de seres humanos, e que é necessária também uma ação específica para defender o direito de propriedade e impedir as invasões de terras no campo.
Sobre a posição dos pecuaristas
O passado de militância socialista da ex-ministra, somado à postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o Movimento dos Sem-Terra (MST), considerada condescendente pelo agronegócio, faz de Dilma Rousseff uma candidata que deixa o setor “aterrorizado”, segundo um influente pecuarista que pediu para não ser identificado. “Temos medo do histórico de Dilma”, diz.
Já o pré-candidato do PSDB, José Serra, conta com a simpatia do grupo e é elogiado pela forma como tem lidado com o MST em São Paulo. “O Serra não é produtor, mas nas oportunidades que teve, lidou bem com os problemas de invasão e procurou pacificar regiões de conflito”, diz Paulo Ferolla, diretor da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ).
Essa postura aberta é compreensível, já que a resistência do grupo à candidatura de Lula em 2002 foi contornada posteriormente com as escolhas do presidente para a pasta da agricultura. O ministério foi ocupado por pessoas entrosadas com o agronegócio, como os ex-ministros Roberto Rodrigues e Reinhold Stephanes. “Felizmente tivemos ministros próximos ao setor nos mandatos de FHC e Lula”, diz José Olavo Borges, presidente da ABCZ.
O ministro do STF Gilmar Mendes diz que não acredita que a proximidade de Dilma com o MST possa atrapalhar o diálogo da pré-candidata com os pecuaristas. “O Brasil atingiu um estágio muito importante de estabilidade financeira e institucional, que é o respeito às regras do jogo, à Constituição”, diz. Ele acrescenta que o Judiciário está menos flexível sobre as invasões. “Entendendo que elas de fato traduzem violência.”
As informações são da CNA e do jornal Valor Econômico, adaptadas e resumidas pela Equipe AgriPoint.