EUA: preços altos devem limitar demanda por carnes

Os altos preços das carnes bovina, suína e de aves nos Estados Unidos devem manter a demanda por carnes lenta durante o verão, época do ano em que normalmente atinge seu pico, disseram especialistas da indústria.

Com os preços para vários cortes de carnes bovina, suína e de aves aumentando, os consumidores deverão economizar dinheiro e consumir menos carne, pelo menos no que diz respeito aos cortes mais caros. “A recessão certamente mudou alguns fatores de demanda”, disse a vice-presidente de análises da firma Express Markets Inc., Sue Trudell.

Os preços dos alimentos aumentaram em 0,2% em abril, mas foram liderados por um aumento de 1,4% nos preços das carnes, o maior ganho em seis anos. Especialistas da indústria previram que os preços no varejo deverão aumentar mais.

Os aumentos nos custos da dieta dos animais, somados em parte à demanda competitiva por milho para a produção de etanol, reduções de rebanhos e maior demanda da China contribuíram para os maiores preços, que incluíram aumentos de 22% na carne bovina no atacado com relação ao ano anterior, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, sigla em inglês).

Essa situação está levando executivos de companhias de carnes dos Estados Unidos a especular sobre como será o consumo durante o verão. “É muito cedo para dizer agora”, disse o presidente e diretor executivo da Hormel, Jeffrey Ettinger. “Em muitos casos, nós transferimos alguns desses aumentos de preços. Meu palpite é que haverá certo declínio no volume”.

O diretor executivo da Tyson Foods Inc., Donnie Smith, disse que acha que o pior já passou para a indústria, à medida que o setor de carnes voltou a ter lucratividade. No entanto, ele disse que está antecipando somente uma lenta recuperação no setor de restaurantes esse ano, à medida que os consumidores continuam cautelosos. A Tyson é a maior produtora de carnes dos Estados Unidos, sendo que cerca de um terço de sua produção de carne bovina, suína e de aves vai para o setor de foodservice.

Trudell disse que o pico de consumo per capita foi atingido em 2006, de 220 libras (quase 100 quilos) de carne consumida por pessoa. Nesse ano, o consumo per capita deverá ser, em média, de 205 libras (92,98 quilos) e deverá se manter estável em 2011, disse ela.

A reportagem é da Reuters, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.